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segunda-feira, 11 de abril de 2016

A jornada da volta (temporária) pra casa - Parte 2: Bruges (Bélgica)


Continuando o papo daqui...

Acordei mais ou menos cedo no outro dia, já que a minha passagem de trem pra pequena e famosa Bruges já estava comprada pra esse dia. Havia escolhido o tal quarto no Airbnb também porque disseram oferecer café da manhã, e chegando lá disseram que eu poderia pegar o que quisesse na geladeira. Não tive a curiosidade de olhar no dia anterior, mas pela manhã verifiquei, e uma palavra define: tristeza. Tentei passar num supermercado perto do apartamento - fechado no domingo pela manhã - e no caminho não muito longo pra estação de trem acabei achando o que na minha opinião mais se assemelhou a uma padaria desde que pus os pés na Europa.

Na estação - já com medo de não encontrar informações como no primeiro dia - vi que também não seria fácil. O ticket (que depois entendi ser válido para o dia todo, ainda que eu tenha escolhido um horário ao comprar) não mostrava quando o trem partia, plataforma nem nada. E o painel principal da estação não exibia nenhuma informação que me desse um rumo. Fui num balcão de informações e consegui descobrir que um trem rumava de Bruxelas pra Bruges em poucos minutos. Ao chegar na plataforma, informações apenas em francês e holandês de novo, e por fim até uma dupla de americanas veio me pedir informações sobre como ir pro mesmo destino o papo de que inglês é língua universal nesse país não cola, não é possível!

Depois de mais ou menos uma hora de viagem, lá estava Bruges. Já havia lido vários relatos de como a cidadezinha é bonita e que vale a pena passar um dia, mas cheguei a conclusão, depois da correria toda do dia anterior, de que não tinha roteiro nenhum do que fazer na cidade. Saquei o celular e fui fuçando no Google mesmo, enquanto seguia o bando que saía da estação. E a ideia foi basicamente essa mesmo, andar mais ou menos onde o fluxo de pessoas se aglomeravam e ir desbravando a cidade, enquanto seguia mais ou menos esse roteiro planejado no Google Maps. Numa temperatura não muito agradável um frio do cão, na verdade fui andando e tirando algumas fotos, num cenário de fato muito bonito. Após chegar numa região mais central, já comecei a ver que a ideia de carregar aquela mochila durante o dia não ia acabar bem - e o sofrimento estava só começando.

Acabei torrando todo o crédito do meu celular no roaming (crédito esse que eu havia recarregado no aeroporto 2 dias antes, e que deveria durar UM MÊS!), mas recarreguei e continuei a aventura usando internet com parcimônia. Depois de passar por algumas lojas de souvenir, cheguei na entrada de uma igreja e, como não entendi o porquê do "fluxo" parar, olhar mas não entrar, fiz o mesmo, já que meu estoque de idas à igreja acabou há um bom tempo na Itália. Depois de descansar um pouco na praça de frente à igreja mentira, era pra aproveitar o sol que finalmente aparecia, e que parece te aquecer só se você estiver parado, segui cidade adentro, passando por um rio (ou seria um canal?) bem bonito até chegar numa parte mais "agitadinha".

Depois de andar um bocado por ruas de comércio e restaurantes, cheguei ao Belfort, uma torre enorme que fica ligada a uma outra construção em sua base. Não dei muita bola e continuei andando, e alguns passos depois vi que estava na praça principal da cidade. Ela é muito bonitinha, e tinha muito uma vibe de "domingo no parque". A essas horas o sol já havia aparecido de vez, e todo mundo parecia ter saído pra passear pela praça, que tinha barraquinhas de comida e outras coisinhas. O problema é que andando pouco menos de uma hora percebi que boa parte da cidade já havia ficado pra trás, e eu ainda tinha MUITO tempo.

Acabei resolvendo voltar ao Belfort, já que a fila não parecia tão grande ainda que precisasse pagar. Minhas costas já davam sinais de sofrimento, e a fila se mostrou, apesar de pequena, extremamente lenta, já que havia um controle de pessoas na torre, e a roleta de entrada só liberava quando alguém saía. Foi engraçado ver casais se separando com cara de desespero, tristeza e até brincando com a situação. Depois de já quase não sentir minhas costas, finalmente comecei a subida. Haviam paradas em alguns "andares", basicamente explicando como a torre foi construída, numa época em que Bruges era um centro de comércio muito importante na Bélgica. O problema é que as escadas eram EXTREMAMENTE, MAS EXTREMAMENTE estreitas, e eram usadas pra subir E descer! Por diversas vezes eu quase me "entalei" nas subidas (por conta do volume da mochila), isso pra não falar quando tinha alguém descendo ao mesmo tempo. Começou a me dar um desespero danado, e naquele tipo de situação "não sei se vou ou se desisto e volto".

Cheguei ao topo com um misto de alívio por ter chegado, e desespero ao saber que sofreria ao descer aquilo tudo tendo os mesmos problemas da subida. Dava pra ver muita coisa lá de cima, mas as aberturas pras "janelas" na verdade tinham telas, o que não contribuía muito para fotos. Mal tinha reparado no sino enorme que havia lá dentro, quando o mesmo começou a tocar no momento em que eu estava lá. Havia entendido na explicação dos andares anteriores que tudo nele funcionava sem intervenção humana, e ver aquele tanto de cabos, manivelas e roldanas fazendo a coisa toda funcionar sozinha foi impressionante! Preciso aprender a tirar fotos dessas coisas pra ilustrar os posts, eu sei!

Desci as escadas com todo o cuidado e paciência do mundo apesar de quase cair várias vezes e parecendo uma velha de 97 anos, e depois tudo que eu queria era achar um banco pra sentar e finalmente comer alguma coisa. Andei um bocado ainda até achar um lugar onde dava pra comer um sanduíche a là Subway, e as tais Belgium fries, já que não tava com saco pra restaurante.

Depois me direcionei pra melhor parte do dia: um museu do chocolate! Acho que foi a primeira vez que fui à um museu temático, e oh: me surpreendi muito com esse! Na entrada a gente já ganha uma barrinha de chocolate belga, e lá dentro são várias salas que explicam desde como o cacau foi "descoberto" por europeus sendo usado por indígenas na América, passando por mais etapas históricas, o cultivo da planta, e inúmeras informações sobre como são feitos vários tipos de chocolates! Já na parte final, acompanhamos um profissional que trabalha no museu (fazendo os chocolates que são vendidos na "lojinha" de lá) fazendo o processo de fabricação de chocolates. Com explicação em inglês, francês e alemão (se não me engano) foi mostrada toda a teoria vista antes na prática. No final, ainda degustamos o chocolate feito na demonstração. Na que eu assisti foi feito algo como um bombom com recheio de creme de avelã e meu Deus, foi simplesmente o melhor chocolate que eu já comi!!

Saí de lá já sem muita coisa pra fazer, então passei em um Carrefour é, lá também tem, hehe e comprei algo pra beber enquanto aproveitava o resto de sol na praça, e via o ainda grande movimento.

Voltei tranquilo depois que o sol quis se esconder pra estação de trem, ainda com muito tempo restante pra fazer várias retrospectivas da vida e esperar o trem que, após uma pequena parada em Antwerpen, me levaria pra Amsterdã.

CONTINUA...

PS: Não viajei com a "fotógrafa oficial" do blog dessa vez, então na galeria tem só algumas fotos que tirei no meu celular em Bruxelas e Bruges...

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