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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 4



Último post da série de séries rá!:

Empire

Durante o ano de 2014 eu já havia lido algumas notícias sobre a nova série musical produzida pela Fox. Meu receio - de novo - era com relação ao estilo musical, e a como consequentemente iriam tratar a questão da "música como produto" na série. Será que uma série produzida musicalmente pelo Timbaland, e assim baseada em Hip Hop (um gênero que, sejamos francos, não é reconhecido por ter os melhores cantores, até por ter uma pegada diferente) poderia de alguma maneira me interessar? A resposta foi um enorme sim - e não foi por conta do Hip Hop.

Contextualizando: Empire é uma série de drama musical lançada pela Fox em Janeiro de 2015 (ou seja, coincidência ou não, a meses de sua antiga galinha dos ovos de ouro Glee sair do ar), e que está em hiatus no meio da segunda temporada quando esse post está sendo escrito. A série trata basicamente de Lucious Lyon, um ex-traficante e consagrado cantor de Hip Hop que, graças a sua fama e habilidade, construiu um verdadeiro império, que envolve negócios como: gravadora, produtos de calçado, vestuário, estações de rádio e até site de streaming de música. A série também é focada em sua ex-mulher, Cookie Lyon, interpretada absurdamente bem por Taraji P. Henson, que simplesmente é um caso à parte (essa mulher por si só já carrega a série nas costas), e por seus filhos Andre, Hakeem (um cantor de Hip Hop) e Jamal (cantor de R&B) Lyon. 

Empire é um verdadeiro novelão, e tem sido um estouro de audiência nos EUA. Tanto foi que após o fim da primeira temporada em março, já teve sua segunda temporada iniciada em setembro. A história é carregada de acontecimentos bombásticos um atrás do outro, e te prende sem fazer muito esforço. Ao contrário do citado em Glee e Smash, a série não demonstra o menor desgaste, muito pelo contrário, parece ter sempre algo novo que renova a história.

Com relação as músicas, também disponibilizadas no esquema iTunes por episódio e CDs no final da temporada, é realmente dividida entre Rap e Hip Hop, e o lado R&B, interpretado normalmente pelo excelente Jussie Smollett. 90% por cento das músicas que tenho de Empire são cantadas por ele, mas na recente segunda temporada foram adicionadas personagens femininos que, em conjunto com o lado Hip Hop, fazem aquela mescla de Black Music + Pop bem comum já há alguns anos (Jennifer Lopez, Rihanna e Beyoncè são exemplos que já seguiram nessa linha) e que são audíveis pra mim.

Mas o melhor de Empire é realmente a história. Existe um foco enorme na "comunidade" negra dos EUA, e a série tem sido reconhecida (e prestigiada) por isso. Representada por mais de 90% de atores negros de acordo com a pesquisa DataLucas e mostrando a realidade dura de boa parte deles (além de certos pontos como marginalidade, criminalidade e homossexualidade) tem feito a série ser bastante comentada. Participações de personalidades de peso, especialmente na segunda temporada, como Naomi Campbell (com papel regular inclusive!), Jennifer Hudson, Courtney Love, Kelly Rowland, Alicia Keys, Ne-Yo, Snoop Dogg e Pitbull têm elevado ainda mais a credibilidade da série. Apesar do pouco tempo, já existem indicações para várias premiações, inclusive para o Emmy e Globo de Ouro do ano que vem.

Empire não acrescenta tanto para o estilo de música (e principalmente voz) que eu me interesso apesar das músicas de R&B serem perfeitas!, mas como série em si tem surfado na crista da onda em popularidade, e é uma das séries mais vistas na terra do Tio Sam. A diversão é mais do que garantida. Palavra de amigo coreano, inclusive!

As músicas de exemplo devem destoar bastante dos posts anteriores, mas a realidade é mesmo essa: bem diferente (mas ainda bom, eu acho). A primeira, um solo de R&B, e a segunda numa linha mais uptempo, mais "agitadinha".




Enfim, essa sequência de posts, além de explicar a criação no nome do blog, diz respeito a um assunto que me interessa (música) e a outro que interessa a quase todo mundo (série). Claro que assisto/assisti também outras séries, como Breaking Bad a coisa mais perfeita que meus olhos já puderam enxergar, Game of Thrones, Sense8 a melhor coisa que vi em 2015 e até Father Ted (série antiga irlandesa que seria algo entre Chaves e Sai de Baixo), mas o conjunto de música e série acaba pra mim juntando dois conceitos que me despertam curiosidade. 

O que quero reforçar é o quanto ter ouvido (e ainda estar ouvindo) músicas em inglês me ajudou no meu desenrolar com a língua. Com relação as séries em si, até o ano passado sempre assisti com legendas em português (NUNCA dublado!), mas no início do ano resolvi passar a ver tudo com legenda em inglês. Tem dado pra me virar super bem com exceção de Empire que possui uma quantidade absurda de gírias e um jeito de falar típico do "gueto" americano e não tão simples de entender, e que acaba sendo ótimo pra aquisição de vocabulário e treinamento do listening. 

Espero que o post sirva de inspiração pra alguém que se interesse pelo assunto, e se quiser mais informações sobre qualquer uma das séries que citei aqui ou quiser me indicar mais é só falar que tô pronto pra render a conversa, hehehe!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 3


E mais sobre séries, músicas e séries musicais:

Nashville

Depois que Smash acabou, eu acabei ficando meio órfão, e mesmo sabendo que esse modelo de série ainda era algo incomum, dei uma pesquisada e descobri mais uma nesse formato. Nashville me deixava com um pé atrás apenas por um motivo: basicamente contava a história do mundo country, algo do qual eu tinha pouquíssimo conhecimento e de novo, pouca curiosidade. Ainda assim, resolvi tentar, e qual foi minha surpresa ao ver uma série muito bem construída, com roteiro super bem amarrado viu, Glee? e com músicas de ótima qualidade!

Contextualizando: Nashville (que leva o nome da cidade dos EUA mais famosa por se respirar country em toda esquina) é uma série de drama musical exibida pela ABC, que iniciou em 2012 e ainda está no ar yay, finalmente uma!, na data de criação desse post. Como já dito, a série se passa em Nashville, Tennessee, celeiro da música country. A história inicialmente se resumia na queda de popularidade da estrela country consagrada há anos (que poderia ser comparada a uma Shania Twain, por exemplo), e na ascensão de uma jovem cantora country (algo como a Taylor Swift). A série se resumiu basicamente a isso nas primeiras temporadas, mas os roteiristas souberam evoluir a história e, ou explorar mais os outros personagens existentes, ou adicionar novos de uma forma em que tudo teve coerência. Além de todo o admirável lado musical, que envolve shows, gravadoras, bares e turnês além da parte de romance que sempre tem, assuntos como abuso de álcool, infâncias conturbadas, homossexualidade e depressão pós parto já foram abordados na série. Aliás, é interessante destacar que após a atriz que representa uma das personagens principais ficar grávida, foi-se decidido fazer com que a personagem também ficasse. Após o nascimento, a já problemática personagem teve depressão pós parto, e qual não foi a infeliz surpresa ao saber que a atriz também teve o mesmo problema na vida real, e precisou se afastar das gravações por um período que se estende até o momento para se tratar (caminho também dado à personagem).

Assisti a primeira e segunda temporadas de Nashville em semanas, e logo depois se iniciou a terceira adoro quando isso acontece. Gosto muito da série, e sobre a questão musical, me surpreendi comigo mesmo, pois me vi gostando do estilo e cheguei a conclusão de que desde que se tenha bons cantores (para o meu gosto, que fique claro), o gênero pouco importa. As músicas de Nashville também flertam com uma linha "romântica" (acho que nem existe esse estilo formalmente em inglês), principalmente pelas músicas cantadas pelos personagens de Sam Palladio e Clare Bowen, além das talentosíssimas irmãs Stella (Lennon e Maisy). Há também uma pegada meio rock com o Jonathan Jackson, e até pop com a Aubrey Pepples. Ou seja, tem pra todos os gostos. As músicas são disponibilizadas no mesmo esquema de Glee e Smash (iTunes e CDs), e também foi lançado um CD natalino no ano passado, além dos DVDs da série. A série teve participações especiais de vários artistas country, da Kelly Clarkson, e até da Michelle Obama, além da Christina Aguilera participando por 3 episódios! Como adendo, até onde sei a primeira temporada de Nashville foi exibida pela Sony no Brasil, mas acho que parou por aí. :(

Nashville possui um sucesso mediano nos EUA, mas após a segunda temporada passou a ter um apoio inclusive financeiro da cidade homônima, já que a série divulga o nome e a fama do local para todo o mundo. Algo também interessante é que Glee sempre me passou a impressão de ser uma série de atores que cantam com exceção da Lea Michelle que faz tudo perfeitamente bem, mas em Nashville a impressão é a oposta. Não que por conta disso a série fique comprometida, pois os atores são mesmo bons o suficiente, mas é possível perceber que eles são de fato músicos. O melhor exemplo disso são as apresentações que eles costumeiramente fazem no Grand Ole Opry, uma casa de shows famosa em Nashville (que inclusive também existe na série), e nos programas chamados Nashville: On The Record. Esses programas são especiais gravados em apresentações feitas pelos atores, cantando geralmente as músicas da série (com solos e em grupo), tendo o último sido gravado em uma turnê realizada por alguns dos integrantes. Também já foram lançados CDs desses especiais.

O único problema de Nashville pra mim é que particularmente na atual quarta temporada, o roteiro está drasticamente dramático, e como se já não fosse o bastante, a parte musical está sendo consideravelmente deixada de lado. Espero que com a volta da Hayden Panettiere tudo também volte aos trilhos, pois já existem diversos boatos de um possível cancelamento da série. Tenho um carinho muito especial por Nashville, e de uma maneira geral seria a minha primeira indicação caso alguém queira se aventurar por séries musicais. Vai por mim, é bem difícil não gostar.

Como exemplo de músicas (além da que eu já havia citado nesse post), a primeira tem uma pegada mais country, e a segunda numa linha mais romântica, ambas apresentadas em dueto:



terça-feira, 29 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 2


Continuando o assunto do último post:

Smash

Ainda quando estava lá pela metade de Glee, ouvi falar sobre uma outra série, a ser lançada nos moldes de "série musical". Duas coisas me chamaram atenção logo de cara: o fato da série ser produzida por Steven Spielberg (não que eu entenda muito do que ele faça, mas me soava como algo grande e bom), e de ser estrelada pela Katharine McPhee, segundo lugar em uma das edições do American Idol e MUITO melhor do que o vencedor, na minha opinião. Só de ver o teaser dela cantando Beautiful já percebi que seria coisa boa.

Contextualizando: Smash foi uma série exibida pela NBC entre fevereiro de 2012 e maio de 2013, e basicamente contava a história da criação de um musical baseado na vida de Marilyn Monroe. É uma história de ficção, mas de forma conceitual, Smash é meio que "um musical sobre um musical". A história (e os personagens) envolve toda a criação de um espetáculo em si, desde a arrecadação de fundos, elaboração de roteiro e músicas, direção, escolha de atores, coreografia, ensaios, enfim, a coisa toda. Vale frisar que a série não é um documentário, e todos os personagens têm suas histórias paralelas e envolvimentos como um drama comum. Uma das maiores "batalhas" inclusive acontece entre as personagens das atrizes Megan Hilty e Katharine McPhee, para decidir quem de fato será a Marilyn, e que se desenrola desde a primeira cena da série até a segunda temporada mas é menos chato do que parece.

Com relação a músicas, Smash mesclava músicas autorais - especialmente para o músical da Marilyn em si - com regravações, o que sempre a fez ter sido comparada com Glee, mas todas as notícias na época referiam à série como "um musical para adultos" dando uma cutucada na série "teen". As músicas também eram vendidas no iTunes próximo às datas dos episódios, e também foram lançados CDs e DVDs das temporadas.

O problema de Smash pra mim foi um pouco como Glee: apesar de com certeza haver um roteiro mais conciso e sensato, era muito claro que a série não teria rumo quando o musical estivesse concluído, coisa que aconteceu já no final da primeira temporada (ainda que com alguns ajustes finais no decorrer da segunda). Com isso, boa parte da razão de ser dela já havia sido completada. A saída então foi criar um novo musical, tido como algo meio underground e levar a história mais pra esse lado, incluindo aí até uma certa rivalidade entre personagens que participaram dos dois musicais.

Aprendi muito sobre musicais em Smash (coisa que eu conhecia pouco mas tinha muita curiosidade), e de lambuja conheci mais sobre Marilyn Monroe que eu não conhecia quase nada, e nem tinha muita curiosidade. Mais o mais legal pra mim teve a ver com o contraste entre a primeira temporada e o "musical principal" (sobre a Marilyn) chamado Bombshell, tendo toda a característica de um musical da Broadway; e a segunda temporada, com o musical "underground", chamado Hit List. As músicas do primeiro são muito boas na minha opinião (com destaque pra uma música criada na série, chamada Never Give All The Heart, baseada na poesia favorita da Marilyn), além dos covers da Katharine McPhee e da Megan Hilty. A questão pra mim é que na segunda temporada, com a criação do novo musical, entra o personagem do ator Jeremy Jordan - famoso na Broadway - e que tem uma das vozes masculinas que eu mais gosto de ouvir. As músicas de Hit List pra mim, especialmente as cantadas pela Katharine (<3) e pelo Jeremy (<3<3) estão na lista das minhas músicas preferidas de todo o sempre!

Infelizmente, Smash nunca teve amplo sucesso (apesar de ter a segunda temporada exibida junto com o The Voice, um dos programas de maior audiência nos EUA), mas teve um bom investimento. Contou com algumas participações especiais como Uma Thurman, Jennifer Hudson e Nick Jonas. A série teve indicações a premiações importantes mas nunca ganhou algo realmente relevante. Após um fraco desempenho decretado na metade da segunda temporada, foi decidido que a série seria cancelada, mas os produtores decidiram "fechar" a história e dar um happy ending. Smash parece, entretanto, manter um bom número de fãs. No final de 2013 foi organizado um show de um dia (que precisou se transformar em 2, pela demanda) com os principais atores ligados ao Hit List. Durante esse ano (2015) já foram divulgadas diversas iniciativas, aparentemente cada vez mais reais, de se levar o Bombshell de fato à Brodway. Ah, talvez também seja interessante dizer que Smash foi exibida na Rede Record, em 2013!

Assim como Glee, a minha playlist de Smash se mantém presente (ainda que, por motivos óbvios, em menor quantidade) mesmo após seu fim. Tanto é verdade que, após uma longa e incessante busca pelo nome do blog, eu acabei decidindo pegar emprestado o título de uma das músicas do Hit List cantada pelo Jeremy Jordan (<3<3). Assim, de "Broadway, Here I Come!", veio o "Galway, Here I Come!". Simples assim! :)



Por mais que a série possua toda a parte do Bombshell muito bem feita, as indicações de músicas que vou fazer serão apenas do relacionado ao Hit List pelos motivos de tiete já citados. A primeira é um solo impressionante da Katharine McPhee, e a segunda é o tema final do Hit List que é de tirar o fôlego. Vamos lá: 



segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 1

 
Antes de realmente definir os rumos do blog - uma vez que não tem mais Galway na jogada -, eu meio que me sinto na obrigação de explicar justamente a origem do nome, coisa que eu disse que faria logo no primeiro post do blog. A verdade é que eu sempre mantive meia dúzia de posts "off" na minha cabeça, na ideia de suprir uma eventual falta de assunto nas postagens quase sempre semanais, mas a realidade é que tanta coisa aconteceu que nunca precisei recorrer a eles. Ainda assim, depois que enveredei num papo de séries e musicais nos comentários desse post, resolvi finalmente escrever sobre isso, algo que gosto muito e que posso passar horas falando sobre. Outro fato que acho interessante foi o quanto as séries (e suas músicas) que assisti me ajudaram no meu aprendizado de inglês, o que pode servir como dica ou incentivo pra alguém.

Sempre gostei de música, em especial tudo que se refere a vocal apesar de não cantar nem no chuveiro. Com isso, desde a primeira vez em que ouvi falar de reality shows musicais (onde normalmente cantores excepcionais se apresentam) criei um "vício" que se sustenta até hoje. Acredite, acho que posso dizer que assisti a TODOS os realities que envolveram música no Brasil. Dos mais famosos como Fama, Popstar, Ídolos, The Voice ou Superstar, aos que provavelmente você nunca ouviu falar, como Countrystar, High School Musical - A Seleção momento vergonha alheia, eu sei, ou Fábrica de Estrelas. Além disso, acompanho American Idol (sim ele ainda existe e terá sua última temporada em 2016), e o The Voice americano desde a primeira temporada. Somado a isso tudo, como já é de se imaginar, sempre gostei de ouvir música, e me lembro dos primórdios da internet, quando baixava com dificuldade arquivos de MP3 das músicas que gostava, e sempre acompanhava por dias afora suas respectivas letras em inglês (o famoso "sing along"). 

Em um blog sobre música e realities que eu acompanhava há anos atrás eu fiquei sabendo pela primeira vez da existência de uma série que tinha música envolvida. Até o momento (2009) eu sequer acompanhava séries, e apesar de naquele instante estarem todos comentando sobre Lost, Smallville e coisas do tipo, eu mal sabia o que isso realmente era só sabia que era algo que passava no SBT e que não valia a pena acompanhar, pois mudariam de horário e/ou cancelariam a exibição sem muito porque. Seguindo então a ordem cronológica, são essas as séries musicais que acompanhei (e acompanho) até então:

Glee

A série mencionada no tal blog foi justamente Glee. Soube a primeira vez sobre ela no início de 2009 (ou seja, há quase SETE anos atrás!), e comecei a assistir pouco tempo depois que ela começou a ser exibida.

Contextualizando: Caso você não conheça, Glee foi uma série de comédia musical exibida pela Fox americana entre os anos de 2009 e 2015, e que contava (pelo menos inicialmente) a história de um grupo de adolescentes excluídos, cada um a sua forma e por um motivo, e que se enxergavam como parte de algo ao fazerem parte do grupo de coral da escola, conhecido como um glee club. O grande diferencial da série foi inserir números musicais no contexto da história e de uma maneira diferente do padrão "Musical da Broadway", onde todos (ou quase todos) os personagens também eram cantores e interpretaram, com exceção de 5 ou 6 músicas autorais, covers de sucessos de todos os tempos. As músicas (exibidas normalmente em partes nos episódios) eram consequentemente disponibilizadas para compra via download, algo que se mostrou extremamente lucrativo para o canal. Glee atingiu dezenas de milhões de músicas vendidas digitalmente, além da venda de CDs/DVDs/Blu-rays e jogos. Foram realizadas algumas turnês com os principais integrantes e posteriormente lançado mundialmente nos cinemas um filme em 3D com seus melhores momentos. Além disso, a série foi ganhadora de Globos de Ouro (inclusive de melhor série de TV musical ou comédia por 2 anos seguidos) e Emmy. Houve também por duas edições um programa intitulado "The Glee Project", onde os vencedores fariam parte do elenco do programa (o engraçado foi ver pessoas que não ganharem participando da série por mais tempo que os vencedores. Além disso, houve um vencedor da Irlanda do Norte, o qual teve um personagem criado com todos os estereótipos da Irlanda, quando eu mal sabia da existência do país). Tiveram ainda especiais de Natal, inúmeras participações especiais... Enfim, tem MUITO mais informação sobre a série aqui. Ah, vale dizer que a série foi exibida na Globo (pelo que vi sem sequência alguma, com cortes e com variação de horários: de meio dia até altas madrugadas) e pela Sony com o devido respeito, e atraso típico em relação ao lançamento americano.

Eu vivi uma relação de amor e ódio com Glee. Por um lado, ter cantores premiados - inclusive da Broadway - e versões de músicas conhecidas internacionalmente muitas vezes (na minha opinião) bem melhores do que as originais era algo que me surpreendia. Versões de musicais (como do Wicked que assisti em Londres) e de músicas de artistas como Michael Jackson, The Journey, Madonna, Queen, Aretha Franklin, bem como nomes do pop atual como Lady Gaga, Katy Perry, Britney Spears e até Justin Bieber sad, but true fizeram a fama da série. Glee faz parte da minha playlist desde o início da série, e por um bom tempo (ou melhor dizendo, anos) foi basicamente SÓ o que eu ouvi. Pode parecer meio louco, mas ter versões de músicas que eu conheço, lançadas semanalmente, e cantadas por bons cantores (sim, existem exceções, e momentos onde o AutoTune era presença confirmada) simplesmente supria a minha necessidade de música completamente.

Por outro lado, a "história" da série em si sempre foi algo bem mais ou menos pra mim. Como quase toda série, a primeira temporada foi de fato a melhor e mais bem estruturada. Ainda assim, ela sempre foi vista por muita gente como algo fútil e "pra adolescentes" (e mais recentemente como um ícone gay, pela representação diversa de pluralidade sexual e de gênero, com personagens gays, lésbicas, transgêneros e transexuais). Houve sempre a ideia de que a série era uma mistura de High School Musical, Hannah Montana, RBD e derivados o que eu REALMENTE discordo. Mas pra mim, o grande problema (além da questão adolescente que incomodava em partes) foi a extrema falta de continuidade entre os episódios, especialmente depois da segunda temporada. Por muitas vezes houve um "entra e sai" de personagens sem a menor explicação, a repetida sequência de disputas feitas pelo coral (sectional-regional-national) e diversas coisas que aconteciam sem porque e que mais parecia que os roteiristas duvidavam da inteligência de quem assistia. Além disso, a série mostrou uma clara falta de rumo quando os personagens principais se formaram - e aí já não tinha como mantê-los mais na escola, onde por assim dizer, tudo acontecia. A tentativa de inserir um enorme grupo de personagens todo de uma vez como novos estudantes se mostrou errada, e a série nunca mais foi a mesma - assim como a audiência. Credito a isso tudo o fato da série ter sido originalmente criada como um filme, e era muito claro que as coisas iriam desaguar em um momento difícil de contornar. Para servir como cereja do bolo, ainda houve o triste fato de um dos atores principais (e recorrente desde o primeiro capítulo) ter falecido. A partir desse momento, todo mundo sabia que era questão de tempo até a série acabar, o que de fato aconteceu em março desse ano.

Glee tem uma importância muito grande na minha vida, principalmente pela questão musical. Fui até por um tempo conhecido como "o cara que assiste Glee" em um antigo trabalho e apesar de, com raríssimas exceções, jamais ter sequer recomendado a série para alguém, sei o quando ela colaborou pro meu desenvolvimento de listening e até pronúncia em inglês, além de claro ter me divertido e entretido. Além disso, essa foi a série que me acompanhou por boa parte dos meus últimos anos (acho que é meio o sentimento de quem viu Friends ou How I Met Your Mother, que duraram muito). Lembro do menino de 20 anos - no meio de um relacionamento e da faculdade, que baixava os episódios usando conexão discada - que eu era quando comecei a assistir, e o doido que já estava quase de malas prontas pra Irlanda quando a série acabou.

Glee terminou após 121 episódios e incríveis 728 músicas, depois de ter criado um novo nicho de mercado, reafirmado a necessidade de respeito a toda e qualquer diversidade, e arrisco dizer ter conquistado seu lugar na história, mas minha playlist com as músicas ainda continua diariamente tocando (e deve permanecer assim por um tempo).

Como exemplo pra quem quiser conhecer mais, coloquei aqui embaixo duas músicas: uma interpretada como coral, e uma com os melhores solistas da série. Enjoy!




O post ficou enorme e eu ainda não estou nem na metade do assunto. Pra não ficar gigante, o plano era quebrar em 2, mas na verdade terão 4 posts diários sobre o assunto. Aguarde e confie!

sábado, 12 de dezembro de 2015

É hora de mudar! (Mas não sem antes ter alguns probleminhas)


Após ter resolvido o problema com a casa, ainda precisei ajudar minha housemate a encontrar outra pessoa pro meu quarto (e nesse meio tempo a recém-chegada japonesa arrumou um emprego com acomodação, ou seja, também deixaria a casa). Acabou sendo, ainda que com alguns tropeços, mais simples do que daquela vez. Ainda tive alguma confusão pra receber do meu landlord o "deposit" (pra quem não conhece, é tipo um caução, normalmente no valor do aluguel, que se paga ao entrar e recebe quando se deixa a casa). Isso porque percebi que seria justo que eu recebesse parte do meu aluguel de volta - já que eu não ficaria o mês de dezembro todo lá - mas confesso que eu mesmo me confundi sobre isso, e ele simplesmente não entendia. Simplesmente peguei o dinheiro com o novo morador, e depois de muita luta o bendito senhor entendeu tudo.

Minha preocupação maior no entanto era com a minha mudança pra Dublin. Por mais que eu não tivesse o mundo pra carregar, sempre pensei que fazer isso sozinho seria um pouco complicado. Tendo ajudado todos os meus amigos coreanos em mudanças, cogitei que eles pudessem me ajudar ainda que a mudança fosse de cidade, mas o que eu não contava é que quando minha casa nova estivesse disponível, todos estariam viajando pro Marrocos. Eles já tinham comprado a passagem, então não tinha mesmo o que fazer. Assim, tentando adiantar um pouco as coisas, e aproveitando que eu precisaria ir na casa nova pra pagar o "deposit", dei um jeito de deixar uma mala média e uma mochila num canto por lá.

Nesse meio tempo um amigo de Dublin veio com um plano de ir pra Galway e adjacências de carro, e me propôs "meiar" um carro, me ajudando na mudança. Pra mim valeria super a pena, pois um transfer entre as cidades (que nem cheguei a cotar na verdade) me parecia ser mais caro do que eu queria pagar, mas o aluguel do carro, deixando a mim e minhas bugigangas na porta de casa, não! O problema é que após dias de espera o rapaz me disse que precisaria trabalhar no final de semana, e nosso plano tinha furado. :(

Pra complicar mais a situação, eu queria novamente aproveitar minha viagem "obrigatória" na segunda pra Dublin e fazer a mudança, mas apenas no domingo à tarde confirmei que não haveria ninguém na casa pra me receber durante o dia. Somando a isso o fato de que eu precisaria comprar pra dizer o mínimo cobertor e travesseiro pro quarto novo (em Galway eu tinha isso emprestado pelo dono da casa, e simplesmente NÃO DÁ pra dormir sem isso aqui), eu absolutamente não teria tempo nem mãos suficiente pra carregar isso tudo (além das malas que eu estava fazendo naquele momento, que se mostravam em maior quantidade do que o esperado) e ir pro meu curso na hora em que haveria alguém pra me receber na casa!

Então, no melhor estilo "quem tem amigos, tem tudo" corri atrás do amigo da carona novamente, e depois de um tempo tentando pensar em como ele poderia me ajudar encaixando seu horário de trabalho, ele gentilmente me cedeu um canto em sua casa na noite de segunda. Na verdade o plano era ainda mais complexo: encontraria com ele no centro após sua aula (e teria uma boa alma pra me ajudar com as malas), e iríamos pra sua casa onde deixaria uma parte da minha bagagem. A outra parte eu levaria pra casa nova e pegaria as chaves. À noite, após o curso, dormiria na casa dele, e partiria no dia seguinte, já com as chaves e com o resto das coisas. Ufa!

Enfim, mesmo com todo esse vai e vem, e terminando minha mudança efetivamente apenas a um dia de começar o novo emprego, as coisas acabaram se encaixando. Após um jantar de despedida com meus amigos nos dias anteriores, e uma última ajuda abençoada da minha housemate pra ir com rodoviária carregado de sacolas, malas e mochilas me despedi de Galway por algum tempo. A cidade que me acolheu por mais de 6 meses e me fez viver coisas inimagináveis há pouco tempo agora ficava pra trás, e um empolgante e diferente futuro se apontava já nas primeiras curvas da saída da rodoviária Couch Station. Valeu, Galway! Valeu mesmo!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Busca de acomodação em Dublin (ou: A hora do pesadelo)


Assim que recebi a notícia de que iria trabalhar em Dublin, já soube que teria que me mudar pra lá, uma vez que não daria pra encarar 6 horas diárias de ônibus, e gastar modestos 20 euros todo dia pra isso não fazia o menor sentido. Tendo a empresa me dado um mês pra ajeitar minha vida é MESMO muito amor, eu resolvi começar a procurar efetivamente um novo canto com um pouco mais de duas semanas de antecedência. Meu plano no início foi tentar aproveitar a viagem semanal que faço à Dublin e, juntando o fato de que minhas aulas acabaram, usar o dia inteiro pra visitar casas.

Como a empresa fica bem afastada do centro (no norte da cidade quase na divisa com outro condado), meus requisitos eram, primeiramente, morar na rota dos poucos ônibus que vão pra lá, e ter pelo menos um supermercado perto, porque , morando em Galway com 4 supermercados a menos de 10 minutos da minha casa (sem falar no shopping em si), eu não queria perder essas regalias. Não fiz muita questão de morar no centro, por ainda não ser exatamente apaixonado por lá, assim como não queria nada do lado do trabalho porque fatalmente seria no fim do mundo sem nada em volta. Além disso, não poderia custar os olhos da cara, pois mesmo sabendo que jamais pagaria o que pagava em Galway, ainda que trabalhando, eu não tinha virado nenhum milionário.

Comecei as buscas no daft.ie, e após um bom esforço tentando encaixar meus requisitos, achei algumas opções. Fiz as buscas antes do fim de semana com a intenção de entrar em contato entre sábado e domingo (pra visitar na segunda), mas aí é aquela coisa: vários quartos já tinham sido ocupados, e depois gastei mais tempo fazendo a mesma busca de novo.

Ao iniciar os contatos, já começaram as complicações, como: mesmo com anúncio no ar, muitos já estavam alugados; pessoas pedindo pra ligar de novo depois; responsáveis pelo imóvel indisponíveis no período da manhã e tarde na segunda; etc. E com isso não sobrou quase nada. Na verdade sobrou um. O rapaz até quis cancelar (depois eu entendi o porquê), mas já que eu iria em Dublin de qualquer jeito, ele acabou concordando.

Na própria segunda, dei uma última pesquisada, e consegui marcar uma visita no final da tarde em um flat num preço super ok (sequer tinha considerado morar sozinho, mas o preço era quase o mesmo de um quarto, e a localização era bem boa). Lá fui eu cruzar o país de novo e, após ainda precisar pegar um ônibus em Dublin por uns 40 minutos e andar por mais de quinze minutos debaixo de chuva e vento infernais, cheguei na casa. Fui atendido por dois senhores alemães extremamente simpáticos (um dos poucos que sabiam onde MG fica, e entraram num assunto sobre os minerais no estado, e como Minas era possivelmente conectado à África na época da pangeia, e tal). Mas o problema é que o quarto já estava pré reservado - ironia - pra um brasileiro. A casa não era muito boa, mas era a única que vi com suíte, e os housemates pareciam mesmo legais. Ficaram de me deixar "na reserva" caso o brasileiro desistisse, mas eles já haviam recontactado o cara na manhã daquele dia, e o sujeito já havia confirmado.

Saindo de lá e ficando ensopado de novo, fui correndo pro tal flat. Na verdade eu tentei correr, e até chegaria no lugar a tempo, se não fosse o ônibus ter demorado uma eternidade, ao contrário do que exibia o painel de horários e você achando que isso só acontece no Brasil. Depois de uns 40 minutos de espera, peguei o bus e cheguei no destino. Fiquei rodando tentando achar o local (às vezes eles são designados com nomes de "condomínios" ou prédios, e essas informações não são fáceis de achar. Se você não tem a localização exata nem o santo Google Maps te salva!). Após perguntar um bocado, achei o lugar. De porta fechada e sem campainha aparente, liguei pro senhor do anúncio e ele me avisou que o flat já não estava mais disponível. Que alegria! só que não!

Como não sabia qual seria o resultado dessa novela, eu já tinha deixado uma visita agendada pra terça. Meu vacilo foi não ter arrumado uma forma de passar a noite em Dublin (na verdade eu tinha fé de resolver tudo na segunda), daí após meu curso fiz a rota doida de ir pra Galway, dormir e voltar pra Dublin de novo (lembrando mais uma vez que são quase 6 horas de ônibus nessa brincadeira). Tive esperança dessa opção de terça rolar porque seria só pra dividir um apartamento com uma menina, à qual eu já havia enviado um email falando sobre mim e minha situação, e tentando ser o mais simpático possível. O apartamento era a 20 minutos andando do "centrão" (pois é, eu já tava atirando pra todo lado), e lá estava eu após a nova viagem, esperando a moça conforme combinamos. O problema é que bati campainha, liguei, mandei mensagem e até email nos 30 minutos em que fiquei na porta esperando, e até agora a "lady" não deu sinal de vida! Após algumas tentativas de ligação, a "madame" ainda desligou o telefone! Fiquei muito, MUITO puto! Como uma pessoa pode fazer uma coisa dessas, ainda mais sabendo que eu vinha de outra cidade, e a princípio SÓ pra aquela visita! Ah, pessoas...

O que acabou me restando depois disso foi passar uma tarde inteira em um MC Donalds, tentando achar mais casas (a essas horas usando até grupos de Facebook, composto por inúmeros brasileiros oferecendo vagas de cama quase no preço do que eu queria pagar em um quarto!). Após algumas tentativas fracassadas e já entrando em desespero, acabei lembrando de um anúncio em que o responsável me pediu pra ligar e tentar confirmar um horário há alguns dias atrás. O anúncio permanecia ativo após alguns dias aparentemente por dois motivos: o cara não tinha muita disponibilidade, e o anúncio tinha pouca descrição e não tinha foto (o que significava, 1: o lugar estaria caindo aos pedaços e a pessoa não queria mostrar isso ou 2: a pessoa era só avessa à tecnologia mesmo).

Após chegar no lugar - uma região bem residencial e até então a mais próxima do meu trabalho (20 minutos de ônibus) - e ser finalmente recebido sem problemas, pude perceber que a segunda opção fazia mais sentido. A casa era super bem organizada, e com uma aparência de "nova" que a minha em Galway não passava nem perto. O rapaz que me recebeu de roupão (?!) era o mais antigo morador da casa, e responsável por tudo, já que segundo ele o landlord era bastante difícil de se contactar, além de complicado de lidar. Ah, e ele é da Moldávia sim, eu mal sabia se isso era um país, como você, provavelmente.

O quarto era um double bem grande, pois estavam vivendo um casal e um bebê lá (com direito à berço e tudo mais). O preço era ok, e mesmo que somando com as contas mensais daria mais do que eu gasto por mês em Galway com tudo, não dava mais pra encarar as coisas com olhar de estudante e desempregado, e pelo retrospecto das buscas, preferi deixar claro que o quarto me interessava sim. O supermercado não era exatamente do lado, mas até havia um shopping a uns 30 minutos de lá, e pelo conjunto da obra não me parecia ruim. Somando-se ao fato de que eu não tinha concorrência de pessoas interessadas, parecia que tudo conspirava pra dar finalmente certo.
Conseguir adiar o pagamento do depósito até a minha próxima ida a Dublin, e assim, fechei o negócio. Logo, entre mortos e feridos, eu tinha uma nova casa, e um problema a menos pra resolver!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

6 meses (e mais alguns dias porque tô atrasado!)


Nessa correria de viagem, emprego e encontrar uma nova casa (próximo post) acabou de novo não dando tempo de fazer o balanço de 6 meses. Decidi fazer um post-resumo em tópicos, que normalmente são até assuntos recorrentes do que me acontece por aqui. Vamos lá!


Viagens

- Na viagem pra Londres, por motivos de pobreza economia, resolvemos voltar pelo aeroporto de Cork. Já estava planejando comprar a passagem de ônibus pra Galway quando percebemos que poderíamos passar o dia lá e conhecer a cidade.

Depois de dias nublados na cidade londrina, e boatos de o mundo estar acabando em Galway, Cork nos recebeu com um dia de sol! Claro que, em se tratando de Irlanda, isso oscilou o dia inteiro, e tivemos chuvinha chata boa parte do tempo que andamos lá.

Visitamos o mercado da cidade (super legal), e a 5 minutos de lá comi fish and chips pela primeira vez e num preço super em conta! Visitamos uma galeria de artes, e ainda encontramos forças nesse quarto dia de viagem seguido pra andarmos até o campus da universidade de Cork e de um parque bonitinho que tem lá perto. Terminamos o dia em um MC Donalds único lugar disponível pra sentar por um tempo depois de dias andando e pegamos o ônibus (que gasta mais tempo de lá pra cá do que no trajeto daqui pra Dublin!).

Achei a cidade super legal (na verdade o que eu vi da cidade em um dia), e me pareceu uma bela opção pra quem acha Galway muito pequena e Dublin muito grande, pois ela parece realmente estar nesse meio termo.


- Também preciso citar que há quase dois meses estive nas Aran Islands, um conjunto de ilhas que fica a uma hora de Galway indo de ônibus, e de balça na sequência e morrer de frio se você for na parte de cima que é descoberta. É um passeio legal pra se fazer com amigos, e o propósito principal é andar de bicicleta pela ilha.

O problema pra mim foi precisar fazer esse tipo de "atividade" sem nem lembrar a última vez que tinha andado de bike! Como bom medroso que sou, morri de medo de cair, de um carro me atropelar naquelas benditas ruelas! e coisas do tipo. Passei um bocado de frio lá, mas até uma praia visitamos claro que estávamos todos encapuzados. Deu até pra ver umas focas no caminho de volta pro ponto inicial. Foi divertido mas fiquei sem sentir minha virilha por 2 dias.


Acontecimentos na Irlanda

- Já se foi praticamente um mês, mas não dá pra deixar de falar sobre o Halloween aqui! A gente sempre fica no Brasil pensando que é uma festa "estrangeira" aliás achando que é americana, quando na verdade é irlandesa, e fiquei mesmo impressionado com o quanto eles realmente celebram isso por essas bandas! Vi inúmeras abóboras enfeitando janelas, tivemos um desfile de Halloween no final de semana anterior à data no centro da cidade, e várias atividades relacionadas na escola. No dia em si, fizemos uma festinha na minha casa, com direito a comidas brasileira, espanhola, japonesa, italiana, mexicana e coreana. Depois fomos pra um pub onde bati vários papos com irlandeses bastante bêbados e amigáveis.


- Depois dessa data a cidade começou a se enfeitar pro Natal e, há mais ou menos duas semanas, foi inaugurado na praça principal da cidade o "Christmas Market", que na verdade é como se fosse uma feirinha, com barracas vendendo todo o tipo de coisa relacionada ao Natal, como comidas, roupas, etc.


Estudos

Já estou indo pra mais da metade do curso que faço em Dublin. O principal aprendizado na verdade foi que Galway é muito mais longe de Dublin do que parece, hahaha! Enfrentar essa viagem semanalmente pra alguém que não consegue dormir dentro de ônibus é bastante exaustivo!

Com relação ao curso, fiquei bem feliz em ver que consigo me virar bem. Claro que eu de certa forma já achava isso senão não teria nem me matriculado, mas num lugar em que se pressupõe que todo mundo sabe a língua, fiquei temeroso de início. Outra sensação diferente é a de aprender EM inglês. Não sei explicar direito, mas parece que meu cérebro trabalha de uma forma um pouco diferente. Tem sido interessante e espero poder usar o que tenho aprendido lá no meu novo emprego.


- Há mais ou menos duas semanas minhas aulas de inglês na escola acabaram. Eu queria fazer um post de balanço só sobre esse assunto, mas as coisas estão movimentadas e não sei se terei tempo depois, então vai aqui mesmo.

Achei super válido o tempo que passei lá, e especialmente os últimos dois meses que estive no nível Avançado, me senti mais à vontade. Em contrapartida, ao contrário do meu plano no primeiro post sobre a escola, faltei algumas vezes pelo simples motivo de preguiça. Claro que não é exigido o maior esforço do mundo, mas estudar diariamente por 6 meses, e em algo que não tem um início, meio e fim como esse curso de línguas, não é fácil! Muitas vezes falta vontade de levantar da cama mesmo especialmente depois de voltar de Dublin de madrugada. Como já havia citado antes, esse ponto de não haver uma sequência no curso (que de novo, não é um problema da minha escola, e sim do tipo de curso) é algo que me incomodou um pouco. Fica difícil mensurar seu progresso. Ainda assim gostei muito de poder praticar meu writing semanalmente estando no Avançado, parte que praticamente ficou ignorada no meu aprendizado da língua desde o início.

Ainda tenho o receio de que vir pra um intercâmbio faz mais sentido já tendo uma base na língua, até pra ter o que praticar. Mas se não tiver e quiser vir, vem também porque é possível aprender (só acredito que seja necessário mais dedicação e invariavelmente passar por alguns apertos no dia a dia).

Acho que não preciso repetir sobre como lá conheci pessoas diferentes, de diferentes lugares e com diferentes histórias. Bons professores e normalmente com ótimo senso de humor! Por fim, acho que o balanço é bem positivo mas agora chega de escola por um tempinho, hehe.


Agora é me encaminhar para os últimos dias na cidade...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Buscando novos rumos (Parte 3, Capítulo 2: E finalmente... aconteceu!)


Continuando a história que parei aqui:

Algumas semanas antes da tal entrevista, numa das minhas intermináveis buscas por emprego no LinkedIn, acabei esbarrando completamente por acaso em uma vaga que fez meus olhos brilharem: Assistente de Gerente de Projetos. Eu sequer sabia que tal cargo existia, e foi um acaso danado eu ter achado essa vaga, pois sempre uso certas palavras-chave nas minhas buscas (que nem continha nessa), e ela apareceu na verdade como uma opção meio escondida de "resultados semelhantes" no site. Pela descrição tudo me interessava: não precisar ter longos anos de experiência nessa área, e ainda começar em um cargo realmente "no início", sem extrema pressão e possibilidade de aprender me parecia perfeito! O "acaso" tratou de colaborar e recebi um convite pra uma entrevista nessa empresa no dia em que estava mofando esperando pra entrevista que citei no post anterior.

Sem nenhuma menção a dress code, Thanks God! Mas claro, liguei pra confirmar lá estava eu indo na semana seguinte pra entrevista na nova empresa, dessa vez em Dublin 15 e de novo longe do Centro. Acho legal destacar, como falei nos posts anteriores dessa "série", o quanto as empresas aqui valorizam o quanto você sabe sobre elas. Estudei MUITO para essas duas entrevistas! Sobre as empresas e os cargos em si. Coisa que nunca precisei fazer no Brasil, e que do contrário certamente levariam todas as minhas entrevistas ao mais completo fracasso aqui.

Lá, novamente pude ter a oportunidade de me expressar e explicar o que sei e o que quero. Acabaram participando a chefe dos gerentes de projetos e mais um cara responsável pela área técnica, uma vez que era curioso pra eles alguém que tenha saído de uma pra ir pra outra (mas é algo bem comum no Brasil, por exemplo). Me senti extremamente à vontade conversando com eles, falamos de tudo num papo bem informal (que eu prefiro MUITO mais). Após mais de uma hora e meia de conversa, me disseram que entrevistariam mais algumas pessoas durante a semana, e que entrariam em contato em breve, deixando aberto inclusive para que eu os contactasse caso não tivesse resposta em tempo hábil.

Após menos de uma semana, recebo um email da empresa: era um convite para a segunda etapa de entrevistas! Fiquei bastante empolgado com o retorno, mas ao mesmo tempo vi que seria algo desafiador: eu deveria avaliar um dos produtos da empresa, criar uma apresentação de PowerPoint respondendo certas perguntas referentes à essa avaliação E apresentá-la para a chefe e mais um gerente de projetos! Confesso que fiquei receoso pois, por mais que eu tivesse conhecimento geral sobre o tema, não me sentia com bagagem suficiente pra avaliar e julgar o que estava correto e o que não estava!

Contextualizando: a empresa é criadora de cursos corporativos de e-learning pesquisa aí no Google se não sabe o que é e, obviamente toda a estrutura do curso tem artefatos técnicos que eu tenho conhecimento. Por outro lado, essa nem era necessariamente a abordagem que deveria ser usada na avaliação, a qual em tese iria conter críticas com relação ao design instrucional, criatividade, engajamento, entre outras. Mas, como a situação era ou me lamentar e desistir (o que eu não faria jamais nessa caso!) ou dar um jeito de aprender sobre o assunto, mergulhei de cara e pesquisei sobre tudo que envolvia esses temas, mesmo tendo pouquíssimos dias pra aprender e criar a apresentação até o momento de realmente apresentá-la.

No final, aprendi certos macetes sobre esse tipo de avaliação, e fui na cara e na coragem determinado a apresentar literalmente meu resultado final. Um pouco nervoso, mas já mais consciente do ambiente da empresa, fui recebido pela "chefe", que foi logo elogiando o meu material (precisei enviar o arquivo anteriormente para que a apresentação fosse preparada no computador da sala de reuniões). Após a chegada da gerente de projetos, comecei a apresentação. A partir daí começou uma sequência até engraçada de intermináveis elogios às minhas observações sério, não tô querendo me gabar!!. Eu já não sabia quais formas de agradecimento eu poderia usar em inglês, mas fiquei bastante contente por ver que eu tinha feito algo certo, mesmo com todas as restrições que haviam pelo caminho. Pude também questionar e entender muito de como funciona todo o processo de criação dos cursos, e o consequente gerenciamento dos mesmos.

Depois de terem me mostrado um produto quase finalizado para um cliente gigante, fiquei ainda mais encantado com a ideia de fazer parte daquilo! Sabe aquele sorriso bobo de ver algo bem feito? Era assim que eu estava quando vi o exemplo que me mostraram. E, sem desmerecer todos os sistemas e projetos que participei na minha vida profissional até então, todos eles foram parte do que chamamos de "sistemas de informação", que basicamente manipulam dados de um lado pro outro. Ter a oportunidade de usar tecnologia para algo tão nobre quando aprendizado só me animava ainda mais!

Após a apresentação e um pouco de conversa, me disseram que entrevistariam mais uma pessoa, e que na semana seguinte teriam a resposta final. (Lembrando que nesse meio tempo lá fui eu pra Londres). Sem querer criar muitas expectativas, mas um pouco ansioso após alguns dias de espera, estava eu no Chinatown almoçando como falei aqui, quando de repente recebo um email com o assunto: Carta de oferta de trabalho! Eu fiquei em estado de choque, e após longos minutos tentando baixar o anexo do email pois não tinha rede direito dentro do restaurante e eles não tinham Wifi, conseguir abrir e ver que de fato era um contrato oficial de trabalho! Eu tinha conseguido! Depois de longos meses insistindo, depois de viagens intermináveis pra Dublin, estudando e me esforçando pra me sair bem nas entrevistas, a recompensa tinha acontecido! 

Na verdade, olhando sobre um aspecto ainda maior, conseguir esse emprego era culminar num processo longo (quem acompanhou os posts iniciais do blog sabe disso), que começou no Brasil há alguns anos quando tive a oportunidade de exercer por um tempo algo que me despertou um interesse enorme. O problema foi tentar durante quase um ano lá encontrar um cargo do tipo, e nada de fato se concretizar (das menos às quase completamente prováveis). Depois disso - e sendo mais um motivo pra resolver dar um tempo lá - , ter vindo pra Irlanda, sem nem muita ideia de arrumar emprego aqui, mas perceber que meu nível de inglês era pelo menos bom o suficiente e, após ter iniciado um curso que eu considerava ser o início do processo pra de fato entrar nessa área, encontro a oportunidade "perfeita" pra me candidatar, e no final ainda consigo ser contratado é mesmo algo demais!

Então é isso: em menos de duas semanas estarei me mudando pra Dublin e iniciando uma nova etapa na minha vida! Tive todo o suporte da empresa até agora pra me auxiliar em tudo que precisei fazer e entender sobre o processo aqui na Irlanda até minha viagem pra Suiça que estava programada pra antes do Natal eles liberaram! S2. Tive ainda a sorte de a empresa já ter alguns funcionários brasileiros, o que facilitou muito no que diz respeito a eles saberem como lidar com alteração de visto e coisas do tipo que poucos lugares de fato sabem como fazer. Sei que vai ser uma mudança enorme na minha vida, e que será quase como se eu estivesse chegando novamente, mas quer saber: essa é uma oportunidade única, e eu vou tentar! Ah, e como vou!

Buscando novos rumos (Parte 3, Capítulo 1: Entrevistas aqui e acolá)


Sequer imaginava que a história que começou aqui e aqui teria mais um capítulo. Mas teve, e essa é razão motivo, causa ou circunstância desse post.

Como citei lááá atrás (há mais de 3 meses), minha busca por emprego esteve ativa durante todo esse meio tempo. Principalmente depois de ter conversado com minha família sobre a real situação do Brasil no momento porque só tomar como verdade o que está no Facebook não me pareceu ser a coisa mais correta, eu fiquei ainda mais motivado. Fico muito triste pela situação como um todo, mas pondo na balança que basicamente me desfiz de tudo que tinha lá pra vir pra cá, tendo vários indícios de que as chances de pelo menos recuperar isso atualmente não estaria muito fácil, só foi motivo pra colocar ainda mais combustível na minha vontade de achar algo pras bandas de cá. Nesse meio tempo foram INÚMEROS emails candidatando à vagas (eu diria sem pensar muito que foram boas centenas de envios), várias, VÁRIAS entrevistas com agências de recrutamento que nunca ou quase nunca deram em nada, até que algo mais concreto aconteceu.

Acabei fazendo algumas entrevistas aqui. Além das por telefone com as benditas agências, uma empresa de software multinacional me chamou pra uma conversa em Dublin há uns dois meses. Acabou valendo bastante para experiência, mas como um todo foi um completo desastre. A vaga era não-técnica, mas talvez até demais (o cargo seria Business Analyst e às vezes o cargo é tão vago quanto o nome, e eu basicamente precisaria ficar manipulando macros do Excel). O mais engraçado é que apesar de eu ter mandado no formulário de inscrição que eu precisaria de apoio pro processo de visto, a pessoa que me selecionou provavelmente não viu esse detalhe, e no meio da entrevista eu e as entrevistadoras acabamos percebendo isso, já que eu comentei que precisava, e elas disseram que a empresa não fazia isso normalmente. Me senti meio deslocado logo ao chegar, pois senti que acabei não me vestindo de uma forma completamente formal para o ambiente (que eu desconhecia e que não fui informado), enfim, muita coisa errada! Acabou não rolando mesmo...

Meses depois, e depois de já começar a pensar em desistir uma grande empresa da área financeira (que eu já tinha participado em um processo pra uma vaga antes e que não tinha dado em nada) me chamou pra uma entrevista mais ou menos pro mesmo tipo de vaga da anterior, e finalmente foi conseguida através de uma agência. Mas esse pessoal é tão ruim de serviço que o gentleman me disse que me inscreveria em uma vaga, e só soube que era outra no caminho pra Dublin! A empresa comunicou que possuía um ambiente casual, mas que eu deveria ir vestido de uma maneira "formal" claro que tive que ir atrás do que isso significava. Sim, significava ter que ir de terno e gravata. E sim, claro que eu não tinha trazido nada disso do Brasil!

Lá fui eu junto com alguns amigos rumo à Penneys, pra fazer a compra completa: terno, calça, gravata, camisa social e sapato. Aliás, novamente preciso fazer uma observação sobre a gentileza irlandesa: nós estávamos completamente perdidos, já que a numeração dessas coisas aqui é diferente eu mal sei a do Brasil, e ainda tinha que preocupar se tudo combinava e se estava suficientemente formal. Foi aí que foram surgindo funcionários da loja, um após o outro, ajudando com tudo que se pode imaginar: enquanto um tinha ido buscar outra numeração de sapato, o outro dava nó na gravata, e outro buscava uma camisa que combinasse mais com o terno! Tinham umas 5 pessoas me ajudando! Vivo (como vários estrangeiros que já conversei, inclusive) uma relação de amor e ódio com irlandeses, mas esse é mais um exemplo de que não devemos olhar só pra nacionalidade, e dar graças a Deus que existam boas pessoas em todo o canto as más e estranhas a gente tenta ignorar.

Voltando ao assunto, fui pra entrevista no dia seguinte. Após a viagem (saindo de Galway), precisei de por volta de uma hora de Luas o bonde "fofinho" de Dublin <3 pra chegar em Dublin 24. A empresa, que ficava no meio do nada num "parque tecnológico", me deu um pouco de canseira pra ser encontrada. Após uma hora de espera cheguei cedo just in case, conversei com dois responsáveis pelo setor. O projeto era grande e exigiria um pouco de conhecimento em uma área que eu não dominava, mas particularmente não achava isso um problema enorme. A empresa, que no momento tinha por volta de 300 vagas abertas, já era conhecida por fornecer o visto de trabalho, então isso não parecia ser um grande problema. Saí contente de lá, pois após mais de uma hora de conversa, tive aquela sensação de alívio de pelo menos ter dado "o meu melhor". Pude explicar sobre a minha experiência e meus objetivos e o inglês não pareceu ser um problema.

Após ter aguardado por volta de duas semanas por alguma resposta e ter questionado por algum posicionamento ao cara da agência, do qual eu espero resposta até hoje, recebi um daqueles e-mails automáticos de agradecimento. Mas pra ser sincero, nem liguei muito, pois algo ainda mais legal estava acontecendo...

Continua...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 3


No terceiro dia, saímos após o café da manhã depois das meninas se atrasarem pra se arrumar. Mulheres! em direção ao British Museum, considerado um dos maiores do mundo (ele possui por volta de 8 MILHÕES de objetos históricos). Após usarmos o fantástico metrô novamente, precisamos andar apenas alguns minutos até encontrarmos a entrada principal. Mesmo por fora ele é gigante, e é até diferente o contraste daquela construção enorme no meio da cidade. Como novamente não teríamos todo o tempo do mundo, já que o plano era encontrar o Paul e almoçarmos em Camden Town, já chegamos lá sabendo que não ia dar pra ver tudo.

O mais legal do British Museum é que ele tem salas que contam com artefatos históricos de todo o canto do mundo, e não só da Europa! Ao longo da sua enorme extensão é possível encontrar salas a respeito da África, China, México, Estados Unidos e outros vários países, além de toda a riqueza histórica do Egito e arredores, Grécia, Roma e inúmeras épocas na Europa (com direito a uma sala só sobre relógios, e outra que conta a história do dinheiro, por exemplo. SUPER LEGAL!).

Não cheguei a confirmar, mas tenho a impressão de que ele tem mais ou menos a mesma dimensão (ou pelo menos quantidade de coisas a se visitar) dos Museus do Vaticano, ou seja, o ideal era gastar quase que um dia só lá (ou no mínimo umas 4 horas). Gastei um pouco mais de duas pois era o que eu tinha disponível. Acabei vendo bem mais coisa do que imaginei, mas muita coisa foi na correria, e obviamente ainda faltaram alguns locais pra visitar.

Saindo de lá, seguimos para a região mais recomendada por todas as pessoas que dão dicas sobre Londres, especialmente as que já moraram ou moram lá: Camden Town. Apesar de não ter uma fama super turística, o lugar conhecido por seu cenário e público alternativo me deixou bem curioso desde o início (essas recomendações quase unânimes sempre me interessam).

Chegamos lá (usando o magnífico metrô) já com bastante fome, e após uma volta em um mercadinho de souvenir, encontramos um restaurante chinês com buffet e preço super em conta sim, comida chinesa de novo! Tô falando que essa foi a minha maior viagem asiática na Europa não é à toa, rs. Honramos o anúncio "coma o quanto puder" e saímos de lá após gastarmos um bom tempo com a comilança. Por conta de diferenças nos roteiros, iríamos nos separar novamente, mas antes disso resolvemos ir juntos ao Primrose Hill, um vale que proporciona uma vista linda por boa parte de Londres (e que foi palco de algumas cenas da nossa série preferida: Sense8 é muito boaaaa! O que você está esperando pra ver?!)

Após uma caminhada - e sem tempo pra irmos ao The Regent's Park que ficava em frente :(, ficamos admirando a paisagem e tirando algumas fotos no topo do vale, que estava bem movimentado principalmente considerando o frio que fazia.

Nos separamos de dois amigos que foram pra outra galeria de arte e voltamos pra Camden. Queríamos comprar alguns souvenirs, e gastamos horas num sobe-e-desce na avenida principal (cheia de lojas de "lembrancinhas" que uma amiga brasileira comparou à 25 de Março, em SP, rs). Eu já sabia que lá também era um lugar famoso por ter sido onde a Amy Winehouse viveu, e tendo um amigo alucinado por ela, resolvi procurar um mimo pra ele. O problema é que nessa parte principal era algo realmente mais pra" souvenir turístico", e até eu aceitar me dar conta disso, foram umas três horas andando feito barata tonta!

Depois de praticamente desistir da Amy (já sem entender como a região famosa pela moça não tinha nada a respeito dela), dei uma googlada e descobri que a poucos metros de onde eu estava havia uma estátua dela! Junto dos meus pacientes amigos, rumamos em direção a entrada de um mercado, e ali sim descobri porque falavam que aquele era um lugar legal. Há uma sequência de pelo menos 3 mercados interligados, com TODO o tipo de lojinhas. De coisas artesanais (onde finalmente achei o presente) a comida, roupas de todos os tipos, enfim, algo gigante e inesperado.

Lá foram mais algumas horas numa caçada à estátua, quando cruzamos os mercados, nos perdemos várias vezes e por fim encontramos o monumento da moça Alex, você me deve essa!. A estátua - que acredito eu, representa o tamanho real dela - mostrava Amy baixa e magérrima, mas parece fazer relativo sucesso, pela quantidade de turistas que vemos tirando fotos dela (apesar de não ter NENHUMA sinalização sobre onde ela está localizada).

Depois do dever cumprido e de ter respirado a maior concentração de maconha da minha vida, voltamos pra acomodação. Enquanto Claude foi encontrar alguns amigos coreanos que moravam em Londres, Paul foi assistir mais um musical, e eu, na loucura de andar por Camden perdi a hora e não pude ver mais um tristeza eterna por não ter ido ver o musical do "American Idiot".

Resolvemos voltar a Victoria Station pra devolver nossos Oyster Cards e pegar o dinheiro de volta, mas a surpresa foi que precisaríamos esperar 48h após a compra pra fazer isso! Fiquei encafifado pois na hora que compramos não vi nada do tipo, mas os senhores responsáveis por informações naquela hora foram ríspidos não muito amigáveis e disseram que não poderiam fazer nada, já que voltaríamos pra Irlanda nas primeiras horas da madrugada do dia seguinte (o que não completaria 48 horas). Então fica a dica pra você que ouve que a melhor opção pra transporte em Londres por três dias é comprar o Oyster Card: compre-o no primeiro dia, mesmo que não o use! Não faz diferença e evita dor de cabeça (apenas esclarecendo, demos sorte que o Paul ficaria mais um dia na cidade e quebraria esse galho pra gente).

Assim, depois de passar num Subway e comprar algo pra comer com um engraçado atendente com cara e sotaque do Oriente médio mas que jurava ser do Japão, voltamos pra casa pra dormir algumas horas até levantar às 4 da manhã rumando pro aeroporto de Standsted, que nos levou pra Irlanda, na cidade de Cork (falo sobre isso depois).

Achei Londres enorme (realmente enorme) e o mais interessante pra mim foi que apenas lá eu pude enxergar de forma materializada o estereótipo que eu tinha da Europa como um todo, quando ainda estava no Brasil. Mesmo não sendo tão diferentes assim dos irlandeses mentira, acho os irlandeses mais bonitos, senti em Londres uma aura de país rico, bem estruturado, limpo e seguro, onde tudo funciona e as pessoas estão sempre bem vestidas (sim, claro que isso é um enorme estereótipo e que não é verdade 100% do tempo ou em 100% dos lugares). Não é um lugar com "uaus" a cada esquina, mas ainda assim é fantástico. Ainda que não encha completamente os olhos de todo mundo, eu recomendaria, afinal Londres é Londres e vice-versa, haha!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 2


No segundo dia, após tomarmos café fomos direto para os pontos turísticos principais, pois segundo um amigo não estaríamos oficialmente em Londres até ir pra lá. No caminho, passamos novamente pelo Palácio de Buckingham, onde alguns soldados que faziam a guarda da entrada principal ficavam se revezando em seus posicionamentos.

Desde o início não animamos a assistir a troca da guarda por motivos de: preguiça, mas ter visto isso, enquanto eles andavam REALMENTE como bonecos já valeu a pena. Passamos pelo Saint James's Park, que fica logo após o palácio. A atmosfera de outono estava presente e deixou tudo lindo, além de termos visto alguns esquilos quero.

Após darmos alguns passos, encontramos o anfitrião: Big Ben. Esse foi um daqueles momentos em que você para e simplesmente pensa: Nossa, olha onde eu estou! É tudo lindo, a torre do relógio, as casas do parlamento, o rio Tamisa só seria mais bonito se o clima ajudasse e estivesse menos nublado, mas não se pode ter tudo, né?. Depois de fotos tentando enquadrar as famosas cabines telefônicas e os monumentos, cruzamos o rio e fomos em direção à London Eye.

Novamente devido a nossa restrição de orçamento, não tivemos voltinha na roda gigante, mas deu pra ver sua imponência e beleza. Tem gente que acha um pecado "eliminar" esse tipo de coisa do seu roteiro, mas pra mim fazia muito mais sentido realizar meu sonho de ir em um musical do que brincar de roda gigante, mas cada um sabe o que faz com seu dinheiro e tem suas preferências, não é?

Saímos de lá em direção à estação Waterloo, que nos levasse ao que chamamos de "zona dos museus" (não sei se há um nome específico pra lá). Em uma parte da cidade ficam localizados os museus Victoria and Albert Museum, Natural History Museum e o Science Museum.

E aqui começa o que mais me encantou em Londres: os metrôs. Não houve monumento que me deixasse mais de boca aberta do que o tamanho e a eficiência do metrô de Londres, conhecido por ser o mais bem estruturado do mundo. Após comprarmos o ticket que nos daria direito a andar ilimitadamente por 2 dias na cidade (Oyster Card, que também permitia usar os famosos ônibus londrinos), levamos alguns minutos pra entender como funciona mas daí pra frente foi só alegria. Pra dar uma idéia de como as coisas funcionam, esses três museus tem entradas praticamente de dentro da estação, que possui verdadeiras ruas internamente, além dos famosos artistas tocando em busca de alguns trocados.

Como os gostos e interesses são diferentes, fomos os meninos pra museu de ciência, e as meninas pro de história natural. O problema é que não tínhamos muito tempo, pois a idéia era visitarmos um deles e irmos pra região de Soho almoçar, e logo depois irmos pra bendita visita guiada na National Gallery. Gastamos menos de duas horas lá, e o museu é bem interessante, com áreas cobrindo diversos temas, como astronomia, invenções e ciências biológicas. O chato é que não conseguimos ver tudo, pois não deu tempo :(

Pegamos o maravilhoso metrô e fomos pro Soho, uma região com cara de centrão. Acabei seguindo a vontade do pessoal e todos almoçamos no Chinatown, subregião reservada a restaurantes e mercados asiáticos. De forma completamente aleatória, esse lugar vai ficar marcado pra sempre na minha memória, mas isso é assunto pra outro post. Saímos de lá correndo, a tempo de pegarmos a visita guiada na galeria.

Na verdade essa visita não era (e não é) extremamente necessária, mas fiquei ficamos meio que no trauma por conta de alguns locais que visitamos na Itália e que não entendemos. Resumindo: a galeria é enorme, linda (tô descobrindo que gosto mais desse lance de pintura do que pensava. Não entendo nada de técnica, mas acho tudo tão lindo! S2). O problema é que uma hora é obviamente muito pouco pra ver tudo (eles já tinham mencionado que o objetivo era visitar as mais "famosas e importantes obras") e acho que pra ver bem precisaria de umas 3 horas, mas valeu a pena e quero voltar.

Saímos de lá às pressas de novo. No dia anterior acabamos não conseguindo, por questão de horários incompatíveis, pegar um walking tour pela" área principal" de Londres, mas naquele dia descolamos um chamado "Old City Tour". Corremos pra chegar a tempo parênteses necessários pra dizer que vimos uma raposa em um parque que cruzamos no caminho e chegamos em cima da hora. O guia, finalmente com um inglês realmente claro de se entender pros nossos padrões, foi super simpático, e o passeio que a princípio parecia não prometer muito, foi super interessante, explicando vários pontos da história do surgimento de Londres, antigos reis e Cavaleiros Templários. Além disso, visitamos inúmeros locais e monumentos como a Basílica de São Paulo, a London Bridge, a London Tower e o Shard. Foi o melhor walking tour que já fiz, opinião compartilhada pelos meus amigos.

À noite os meninos decidiram assistir o musical do Rei Leão, e os de menor poder aquisitivo como eu acabamos dar uma volta pelos pontos turísticos "principais" e ter a visão noturna deles. parênteses pra deixar registrado que antes de ir pra lá ficamos girando por meia hora perto da London Tower pra achar um banheiro enquanto minha bexiga quase literalmente explodia, e ainda precisei pagar 30 pence pra entrar no banheiro público.

Como já é de se imaginar, à noite é tudo novamente lindo. Dessa vez com mais tempo, podemos cruzar toda a região do parlamento, e a famosa Westminster Abbey, igreja que celebra casamentos reais desde 1100 e que recentemente foi palco da união do príncipe William e da então senhorita Middleton. Acho importante destacar o quanto me senti seguro andando por volta desses lugares, quando já era por volta das 23hs. Tudo bem iluminado, com pessoas andando pra cima e pra baixo (sempre muito elegantes por sinal). Sei lá, eu sou muito medroso, mas de novo é o tipo de comparação que fico triste ao pensar no Brasil.

Acabamos nossa noite voltando pra casa no ônibus vermelho de dois andares (que são muito parecidos com os de Dublin, mas já que já havia pago, fui desfrutar do glamour transporte). E ainda havia mais um dia de Londres pela frente. 

Continua...

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 1


Aproveitando que a Yui estava a dias de voltar pro Japão, e somando-se ao fato de que quase ninguém da minha turma havia ido pra para o destino mais óbvio dos intercambistas da Irlanda, na última semana (dia 10/11) resolvemos juntar tudo e nos juntar pra fazermos mais uma viagem, dessa vez pra Londres.

Já havíamos definido que não seria possível passarmos muitos dias, e pra acomodar as agendas de todos, combinamos 3 dias na terra da rainha. Outra limitação seria o orçamento, uma vez que estava todo mundo meio apertado, tendo que levar em conta que lá os gastos seriam em libras, ou seja, ainda mais caro do que o euro.

Assim, compramos as famosas passagens a preços super em conta (resolvemos não ir pra Dublin, e usarmos os aeroportos de Shannon e Cork. O primeiro é a uma hora de Galway, mas Cork é até mais longe do que a capital tudo em nome da economia). Gastamos novamente intermináveis horas planejando a viagem (e Jesus, como isso é cansativo! Mesmo tendo iniciado o plano um pouco antes, ficamos de 18hs de um sábado até as 4hs do domingo só fazendo isso, e não conseguimos terminar tudo!). Com relação a acomodação, os meninos sugeriram ficarmos em um hostel coreano, algo existente em várias cidades mundo afora e que até onde sei não temos parecido para brasileiros. O preço, que incluía café da manhã e até noodles como opção de jantar, foi também em conta, além da localização super central, então resolvemos arriscar apesar do meu péssimo retrospecto com dicas coreanas nas minhas últimas viagens.

Acabei madrugando no dia da viagem, pois cheguei do meu curso em Dublin às 1 da manhã, e 6 horas já tava de pé indo pegar o ônibus pro aeroporto. A viagem foi tranquila e com pouco mais de uma hora chegamos em Gatwick. Lá encontramos com o Paul, que decidiu ir no dia anterior queria ter esse desprendimento e veio no vôo de Dublin. Na estação de trem (conectada ao aeroporto, e que nos levaria a Londres propriamente dita) acabaram logo acontecendo duas coisas pra "quebrar" o estereótipo inglês: uma senhora extremamente simpática nos ajudou a comprar o ticket pro nosso amigo, explicando minimamente como tudo funcionava e nos dando dicas pra nossa locomoção em Londres. A outra coisa foi que o trem acabou atrasando alguns minutos. ¯\_(ツ)_/¯

Fomos de trem rumo à Victoria Station, uma estação ENORME no coração de Londres, que integrava trem e metrô. De lá, fomos caminhando para a acomodação. No lugar, justo pelo preço pago, algo o qual eu não tinha pensado antes aconteceu: várias regrinhas relacionadas à cultura coreana (por exemplo, ao chegar, não se podia entrar de tênis nos cômodos, tendo que calçar uns chinelos que fixavam disponíveis na entrada). Além disso, não sei se por preguiça, comodismo, vergonha ou falta de conhecimento mesmo, ninguém conversava em inglês! Mesmo a funcionária do local (que deve morar lá há um tempo) explicou tudo na língua deles, e meus amigos se viraram pra traduzir para os "estrangeiros" aqui do Brasil e Japão.

Saindo de lá e caindo de fome achamos uma loja de conveniência e compramos uma "meal deal" (sanduíche ou salada, uma bebida e uma "besteira" como um chips ou um doce) e resolvemos procurar um parque pra comer. Acabamos indo na direção contrária à dos pontos turísticos, e após cruzar a Chelsea Bridge, encontramos um parque e andamos uns bons minutos até encontrar um bendito banco (?!) pra podermos comer em paz.

Dentro da nossa programação inicial, a idéia era chegarmos e irmos direto pra uma visita guiada dentro da National Gallery, uma galeria de artes enorme e um dos locais mais visitados por turistas que se interessam pelo assunto. Logo depois iríamos dar uma volta pelos pontos turísticos mais famosos (leia-se: Big Ben, London Eye e construções ao redor), mas conforme percebemos, nosso planejamento já iria furar, tentando cumprir isso tudo e ainda irmos pro nosso compromisso agendado para a noite.

Assim o que fizemos foi basicamente voltar para a parte "movimentada" e visitarmos o Palácio de Buckingham. Lembrando que aqui na Europa já estamos naquele terrível exótico período em que se começa a anoitecer por volta das 17hs, então não fazia muito sentido "bater perna" em parques por exemplo já sem a luz do dia.

Após algum tempo admirando, estudando via Wikipédia a respeito do palácio (gente, lá tem 775 quartos!!!) e tirando algumas fotos, voltamos à acomodação. Lá, sofri com toda a característica apimentada exótica do "miojo" coreano, mesmo já sabendo disso e pedindo pra que ele fosse feito mais suave (a coitada da moça ainda disse que usou menos da metade do tempero, mas não dá, é simplesmente como se eu estivesse tentando engolir algo com minha boca em chamas).

Saindo de lá, nos guiamos para o evento da noite, o que incentivou ao Paul a ir pra Londres pela segunda vez, e que pra mim significava realizar um sonho: fomos assistir um musical!!! Na verdade eu até já tinha assistido alguns em BH, mas obviamente nada nas dimensões dos disponíveis nos teatros londrinos! Juntando nosso baixo orçamento e as opções disponíveis, fomos ver Wicked, um dos maiores clássicos da Broadway que conta a história do Mágico de Oz sobre a perspectiva de um personagem. Confesso que foi de arrepiar! Emocionante é pouco pra descrever minha reação, principalmente ao ouvir músicas do meu "guilty pleasure" Glee, como Popular, Defying Gravity e For Good houve muito amor envolvido.

Depois do espetáculo, que contando com o intervalo durou quase 3 horas, resolvemos deixar à visita noturna aos pontos turísticos para o outro dia e após readequarmos o plano pro próximo dia e batermos um papo na acomodação regado a cerveja claro que não pra mim, pois não queria ficar com o pé inchado de novo, fomos recarregar as energias para o dia seguinte.

Continua...

domingo, 8 de novembro de 2015

A experiência do intercâmbio, e as pessoas que cruzam nosso caminho


Depois de todas essas entrevistas, e coincidentemente após ter lido esse artigo do e-dublin e esse post do Próxima Curva me senti ainda mais inspirado pra escrever sobre o assunto.

É muito interessante como normalmente as coisas acontecem em um intercâmbio, no tocante a amizades e companhias. Decidir sair do conforto da sua casa, deixando familiares e amigos de longa data pra enfrentar o completo desconhecido já deveria ser motivo suficiente para que todos os intercambistas fossem direto para o paraíso respeitados. Quando você se vê imerso numa realidade de um país e língua diferentes (especialmente se eles não forem muito familiares pra você), isso faz simplesmente seu chão tremer, e paira uma dúvida eterna sobre o próximo passo - muitas vezes, literalmente.

Dentro desse contexto, muita gente conhece seus primeiros companheiros, seja na escola, na acomodação, no trabalho ou até no pub. Por que não? E aí é que a coisa acontece. Pessoas que você conheceu há poucos dias (e que muitas vezes nem vai ter toda a afinidade do mundo) passam a ter uma importância enorme na sua vida, e com eles provavelmente você vai vivenciar momentos únicos, de alegria, companheirismo ou de farra ou os três juntos, preferencialmente. Da mesma maneira, ter que encarar despedidas, principalmente quando as datas de início e fim de intercâmbio dos seus colegas não "batem" é algo bem ruim. Essa é uma preocupação e realidade permanente de todos nós. Já precisei dizer tchau para algumas pessoas que gostaria de manter pra sempre comigo, mesmo tendo as conhecido em poucas semanas, e quando na verdade esse tempo parecia beeeeeem mais longo.

Escrevo esse texto de forma semi-autoral, pois nesses quase seis meses aqui pude observar diversos comportamentos, desde pessoas praticamente gritando para que alguém as note e assim poderem fazer amigos, a verdadeiros imãs, que atraem mais e mais gente muitas vezes baseadas no seu puro carisma. No final, nós intercambistas estamos todos no mesmo barco: procurando algo e alguém pra se apegar, inseridos em uma realidade diferente da que vivemos durante toda uma vida. E talvez isso nos faça ser tão próximos.

Sempre fui uma pessoa que prezou mais por qualidade do que por quantidade de amigos, mas garanto que em um intercâmbio você pode levar essa máxima em qualquer extremo, e vai ser possível. Mas mais do que isso, muita gente diz que o intercâmbio é um dos melhores momentos pra se autoconhecer. Os momentos de perrengue e muitas vezes de solidão vão fatalmente te amadurecer. Mas as pessoas de inúmeras culturas, comportamentos e modos de ver a vida estarão sempre disponíveis (afinal gente diferente da gente tem em todo lugar, né).

A experiência do intercâmbio é única e individual. Talvez pelo meu excesso de auto-conhecimento, é até arriscado dizer que isso é alcançável né? eu acabei experimentando no meu intercâmbio algo um pouco diferente disso: tenho aprendido a conhecer e entender pessoas. Tenho praticado diariamente o exercício de entender que elas não precisam ser iguais a mim, e que a graça da vida está aí.

Tinha faltado meu avatar, agora não falta mais! XD

Como já citei inúmeras vezes, meu maior contato aqui são com amigos de outras nacionalidades (o que potencialmente só aumentaria os contrastes), mas me sinto sortudo. Ainda que às vezes isso seja meio estranho (já que meu contato com nativos aqui é ainda bem pequeno, e algo do que de certa forma me arrependo porque faz meu intercâmbio soar um pouquinho incompleto) penso que ter a oportunidade de conhecer gente de tanto lugar diferente é algo fantástico! Nesses quase seis meses tive contato real com pessoas de quase 30 países aqui! (1: sim, eu contei me julguem! e 2: um BEIJO pra você do Brasil que acha que eu estou na "roça" da Irlanda).

Talvez possa soar meio esnobe o fato de que não tenha nenhum amigo brasileiro realmente próximo aqui (o que não quer dizer que não tenha nenhum, muito pelo contrário), mas acho que tive a sorte de encontrar uma turma com pessoas que, independente da nacionalidade, se complementam de uma forma muito legal. E o interessante é que isso simplesmente aconteceu. Não os "escolhi" como amigos em detrimento de ninguém, já nesses momentos a dona afinidade sempre fala mais alto.

Com meus amigos dividi momentos únicos e que com certeza levaremos pra toda vida. Sabemos que nosso convívio diário possui a incômoda contagem regressiva (que pode se acentuar ainda mais caso eu encontre um emprego aqui, por exemplo). Mas enquanto isso, com o perdão do imenso cliché, vamos vivendo e aproveitando esse dúbio momento chamado presente. Um viva à amizade!


PS: Mesmo me achando eternamente "não-fotogênico", fica aí uma galeria pra ilustrar um pouco das pessoas fantásticas que conheci aqui até então.