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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 1

 
Antes de realmente definir os rumos do blog - uma vez que não tem mais Galway na jogada -, eu meio que me sinto na obrigação de explicar justamente a origem do nome, coisa que eu disse que faria logo no primeiro post do blog. A verdade é que eu sempre mantive meia dúzia de posts "off" na minha cabeça, na ideia de suprir uma eventual falta de assunto nas postagens quase sempre semanais, mas a realidade é que tanta coisa aconteceu que nunca precisei recorrer a eles. Ainda assim, depois que enveredei num papo de séries e musicais nos comentários desse post, resolvi finalmente escrever sobre isso, algo que gosto muito e que posso passar horas falando sobre. Outro fato que acho interessante foi o quanto as séries (e suas músicas) que assisti me ajudaram no meu aprendizado de inglês, o que pode servir como dica ou incentivo pra alguém.

Sempre gostei de música, em especial tudo que se refere a vocal apesar de não cantar nem no chuveiro. Com isso, desde a primeira vez em que ouvi falar de reality shows musicais (onde normalmente cantores excepcionais se apresentam) criei um "vício" que se sustenta até hoje. Acredite, acho que posso dizer que assisti a TODOS os realities que envolveram música no Brasil. Dos mais famosos como Fama, Popstar, Ídolos, The Voice ou Superstar, aos que provavelmente você nunca ouviu falar, como Countrystar, High School Musical - A Seleção momento vergonha alheia, eu sei, ou Fábrica de Estrelas. Além disso, acompanho American Idol (sim ele ainda existe e terá sua última temporada em 2016), e o The Voice americano desde a primeira temporada. Somado a isso tudo, como já é de se imaginar, sempre gostei de ouvir música, e me lembro dos primórdios da internet, quando baixava com dificuldade arquivos de MP3 das músicas que gostava, e sempre acompanhava por dias afora suas respectivas letras em inglês (o famoso "sing along"). 

Em um blog sobre música e realities que eu acompanhava há anos atrás eu fiquei sabendo pela primeira vez da existência de uma série que tinha música envolvida. Até o momento (2009) eu sequer acompanhava séries, e apesar de naquele instante estarem todos comentando sobre Lost, Smallville e coisas do tipo, eu mal sabia o que isso realmente era só sabia que era algo que passava no SBT e que não valia a pena acompanhar, pois mudariam de horário e/ou cancelariam a exibição sem muito porque. Seguindo então a ordem cronológica, são essas as séries musicais que acompanhei (e acompanho) até então:

Glee

A série mencionada no tal blog foi justamente Glee. Soube a primeira vez sobre ela no início de 2009 (ou seja, há quase SETE anos atrás!), e comecei a assistir pouco tempo depois que ela começou a ser exibida.

Contextualizando: Caso você não conheça, Glee foi uma série de comédia musical exibida pela Fox americana entre os anos de 2009 e 2015, e que contava (pelo menos inicialmente) a história de um grupo de adolescentes excluídos, cada um a sua forma e por um motivo, e que se enxergavam como parte de algo ao fazerem parte do grupo de coral da escola, conhecido como um glee club. O grande diferencial da série foi inserir números musicais no contexto da história e de uma maneira diferente do padrão "Musical da Broadway", onde todos (ou quase todos) os personagens também eram cantores e interpretaram, com exceção de 5 ou 6 músicas autorais, covers de sucessos de todos os tempos. As músicas (exibidas normalmente em partes nos episódios) eram consequentemente disponibilizadas para compra via download, algo que se mostrou extremamente lucrativo para o canal. Glee atingiu dezenas de milhões de músicas vendidas digitalmente, além da venda de CDs/DVDs/Blu-rays e jogos. Foram realizadas algumas turnês com os principais integrantes e posteriormente lançado mundialmente nos cinemas um filme em 3D com seus melhores momentos. Além disso, a série foi ganhadora de Globos de Ouro (inclusive de melhor série de TV musical ou comédia por 2 anos seguidos) e Emmy. Houve também por duas edições um programa intitulado "The Glee Project", onde os vencedores fariam parte do elenco do programa (o engraçado foi ver pessoas que não ganharem participando da série por mais tempo que os vencedores. Além disso, houve um vencedor da Irlanda do Norte, o qual teve um personagem criado com todos os estereótipos da Irlanda, quando eu mal sabia da existência do país). Tiveram ainda especiais de Natal, inúmeras participações especiais... Enfim, tem MUITO mais informação sobre a série aqui. Ah, vale dizer que a série foi exibida na Globo (pelo que vi sem sequência alguma, com cortes e com variação de horários: de meio dia até altas madrugadas) e pela Sony com o devido respeito, e atraso típico em relação ao lançamento americano.

Eu vivi uma relação de amor e ódio com Glee. Por um lado, ter cantores premiados - inclusive da Broadway - e versões de músicas conhecidas internacionalmente muitas vezes (na minha opinião) bem melhores do que as originais era algo que me surpreendia. Versões de musicais (como do Wicked que assisti em Londres) e de músicas de artistas como Michael Jackson, The Journey, Madonna, Queen, Aretha Franklin, bem como nomes do pop atual como Lady Gaga, Katy Perry, Britney Spears e até Justin Bieber sad, but true fizeram a fama da série. Glee faz parte da minha playlist desde o início da série, e por um bom tempo (ou melhor dizendo, anos) foi basicamente SÓ o que eu ouvi. Pode parecer meio louco, mas ter versões de músicas que eu conheço, lançadas semanalmente, e cantadas por bons cantores (sim, existem exceções, e momentos onde o AutoTune era presença confirmada) simplesmente supria a minha necessidade de música completamente.

Por outro lado, a "história" da série em si sempre foi algo bem mais ou menos pra mim. Como quase toda série, a primeira temporada foi de fato a melhor e mais bem estruturada. Ainda assim, ela sempre foi vista por muita gente como algo fútil e "pra adolescentes" (e mais recentemente como um ícone gay, pela representação diversa de pluralidade sexual e de gênero, com personagens gays, lésbicas, transgêneros e transexuais). Houve sempre a ideia de que a série era uma mistura de High School Musical, Hannah Montana, RBD e derivados o que eu REALMENTE discordo. Mas pra mim, o grande problema (além da questão adolescente que incomodava em partes) foi a extrema falta de continuidade entre os episódios, especialmente depois da segunda temporada. Por muitas vezes houve um "entra e sai" de personagens sem a menor explicação, a repetida sequência de disputas feitas pelo coral (sectional-regional-national) e diversas coisas que aconteciam sem porque e que mais parecia que os roteiristas duvidavam da inteligência de quem assistia. Além disso, a série mostrou uma clara falta de rumo quando os personagens principais se formaram - e aí já não tinha como mantê-los mais na escola, onde por assim dizer, tudo acontecia. A tentativa de inserir um enorme grupo de personagens todo de uma vez como novos estudantes se mostrou errada, e a série nunca mais foi a mesma - assim como a audiência. Credito a isso tudo o fato da série ter sido originalmente criada como um filme, e era muito claro que as coisas iriam desaguar em um momento difícil de contornar. Para servir como cereja do bolo, ainda houve o triste fato de um dos atores principais (e recorrente desde o primeiro capítulo) ter falecido. A partir desse momento, todo mundo sabia que era questão de tempo até a série acabar, o que de fato aconteceu em março desse ano.

Glee tem uma importância muito grande na minha vida, principalmente pela questão musical. Fui até por um tempo conhecido como "o cara que assiste Glee" em um antigo trabalho e apesar de, com raríssimas exceções, jamais ter sequer recomendado a série para alguém, sei o quando ela colaborou pro meu desenvolvimento de listening e até pronúncia em inglês, além de claro ter me divertido e entretido. Além disso, essa foi a série que me acompanhou por boa parte dos meus últimos anos (acho que é meio o sentimento de quem viu Friends ou How I Met Your Mother, que duraram muito). Lembro do menino de 20 anos - no meio de um relacionamento e da faculdade, que baixava os episódios usando conexão discada - que eu era quando comecei a assistir, e o doido que já estava quase de malas prontas pra Irlanda quando a série acabou.

Glee terminou após 121 episódios e incríveis 728 músicas, depois de ter criado um novo nicho de mercado, reafirmado a necessidade de respeito a toda e qualquer diversidade, e arrisco dizer ter conquistado seu lugar na história, mas minha playlist com as músicas ainda continua diariamente tocando (e deve permanecer assim por um tempo).

Como exemplo pra quem quiser conhecer mais, coloquei aqui embaixo duas músicas: uma interpretada como coral, e uma com os melhores solistas da série. Enjoy!




O post ficou enorme e eu ainda não estou nem na metade do assunto. Pra não ficar gigante, o plano era quebrar em 2, mas na verdade terão 4 posts diários sobre o assunto. Aguarde e confie!

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