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quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Pé na estrada: Dublin


Sei que nesses quase 3 meses fora do Brasil ainda não viajei quase nada, mas acabou juntando o medo de gastar dinheiro sem estar trabalhando com uma certa falta de propósito e a coisa simplesmente não fluiu. Mas isso vai mudar em breve, podem apostar.

Na última segunda-feira, dia 3 de Agosto, foi feriado na Irlanda. É mais um dos famosos "bank holidays" que pelo que vejo ninguém sabe por que existe, mas o importante é aproveitar. Acabei sabendo desse feriado apenas alguns dias antes, logo não deu pra planejar muita coisa. Junto de mais dois amigos viagem sem solidão dessa vez, pensamos em ir pra Irlanda do Norte, mas não tinham muitos hostels disponíveis, e o fator "libras esterlinas" acabou sendo um desmotivador pra todo mundo.

Com isso, e pra não ficar sem fazer nada em todos os 3 dias do recesso, acabamos decidindo ir pra Dublin. Seria um "bate e volta", ou seja, ir, ficar um bocado de tempo durante o dia e voltar, sem precisar preocupar com acomodação. Também era uma vergonha estar aqui esse tempo todo e não ter visitado a capital do país até então, né?!

Montamos um roteiro de um dia na cidade, baseado nesse post do Barbaridades, e em alguns outros que procurei de última hora. Basicamente nosso plano era: tomar café da manhã pelo centro; fazer um Walking Tour pela cidade (conforme indicado no post da Bárbara); ir almoçar em um festival de comida que estava anunciado no Facebook; passar no Stephen Green Park; dar uma volta nas principais ruas do centro (como O'Connell e Grafton Street), algum passeio como no Trinity College ou Guinness Storehouse; Phoenix Park, e pra finalizar o dia, Temple Bar.

Como já é de se imaginar (principalmente pra quem conhece os lugares, a distância entre eles e os tempos de visitação), não deu tempo de fazer tudo. Pegamos o ônibus na rodoviária de Galway às 6:15hs, e DEVERÍAMOS ter chegado 2 horas e meia depois. Digo deveríamos porque os inocentes aqui não perceberam que tinham que descer do ônibus ANTES de ele ir pro aeroporto, que fica a uns 15 minutos da parada no centro. Conclusão: após meu amigo ver com o motorista se era possível descermos após a parada e descobrir que não, fomos pro aeroporto. O legal é que chegando lá, eles nos permitiram voltar no ônibus que fazia o sentido contrário, e descemos em Dublin no lugar correto! Salvo mais uma vez pela simpatia irlandesa :)

Estando mais de meia hora atrasados, e já em cima da hora do passeio guiado que agendamos pela internet, só deu tempo nos localizar e correr pro Dublin Castle, ponto de partida da "aventura" de quase 3 horas. Mas já nesses primeiros momentos fiquei com uma sensação meio estranha com relação à cidade, mas volto nisso no final da história.

O guia do walking tour era muito simpático e engraçado, e haviam várias pessoas (acho que mais de 20) de todos os cantos do mundo: americanos, franceses, belgas, australianos, canadenses, cingapurianos eu pesquisei essa palavra, pois não sabia a nacionalidade das pessoas da Cingapura, etc. O passeio foi muito legal, recheado de informações, e visitamos lugares como o Dublin Castle, uma igreja não muito grande que não lembro o nome, as partes cultural e festiva do Temple Bar, rio Liffey, Trinity College, e terminamos no Stephen Green Park. 

Depois disso, famintos, fomos procurar o tal festival pra comer alguma coisa, mas oh: pra mim foi um belo fracasso. Ele se resumia a umas 6 ou 7 barracas num canto do Temple Bar, e nenhuma tinha de fato algo pra almoçar. Meu amigo resolveu convidar uma amiga também coreana moradora de Dublin pra almoçar com a gente, e ela indicou um restaurante mongol bem barato. A forma de servir comida é meio maluca: com uma "cumbuca" você se serve de alguns vegetais e macarrão, e escolhe outra cumbuca com carne (porco, frango, frutos do mar, etc). Depois tem uma seção de temperos (tipo ervas, pimenta, essas coisas), e uma de molhos. Quando acaba de servir, deve-se entregar os dois recipientes pra colocarem tipo em uma chapa e misturar tudo. No final, é até bom, e o preço (5 euros) não é nada mal.

Após comer e ouvir várias histórias sobre a vida (e os perigos, segundo a coreana) em Dublin, ficamos na dúvida entre ir na fábrica da Guinness e no Phoenix Park ou não, já que ambos tomariam por volta de 30 minutos de caminhada pra chegar, e mais um bom tempo pra conhecer. Acabamos visitando o mercado coreano e depois o brasileiro. Tenho que confessar que ver Guaraná Antarctica e alguns ingredientes de comida brasileira fizeram meus olhos brilharem justo eu, que sempre achei que isso fosse bobeira. Mesmo não sendo muito barato, acabei comprando algumas coisas, mas mais pelo fato de saber que não teria oportunidade parecida por algum tempo, já que aqui em Galway não se acha isso facilmente.

Depois de tomarmos um café (e meu Deus, como tem cafeteria no centro de Dublin! Acho que tem mais do que pub, haha), fomos dar uma volta na Grafton Street, já que minha amiga queria conhecer o local onde se passa a cena inicial do famoso filme Once. O local, que pra mim basicamente parece a rua de maior comércio aqui de Galway expandida umas 10 vezes, estava bastante movimentado, e deu pra se divertir um pouco vendo os artistas de rua, e na loja da Disney! infância eterna.

Depois fomos pro Stephen Green Park de novo, já que ficava no final da rua, e só tínhamos visitado a entrada quando fizemos o tour. Ficamos lá por um tempo aproveitando o sol, e depois fomos pro Temple Bar comer alguma coisa. Tentei achar algum restaurante brasileiro, pois meus amigos queriam conhecer, mas só encontrei um aberto, e já estava lotado. Acabamos comendo burrito em um restaurante mexicano o meu sem pimenta porque não sou obrigado. Depois disso, já sem muita coisa pra fazer e já cansados e com frio, optamos por adiantar a volta em uma hora, no ônibus de 21:45hs (que chegou aqui pouco mais de meia-noite, debaixo de MUITA chuva).

Agora as considerações, mas antes, um detalhe: de antemão quero deixar claro que não gosto de comparações, pois elas costumam sempre ser tendenciosas e superficiais, mas nesse caso, e até levando em conta a possibilidade de morar em Dublin no futuro pelo menos enquanto faço meu "curso profissionalizante", a comparação foi inevitável. Também tenho que frisar que só visitei algumas partes da cidade (acho que Dublin 1 e 2), o que seria somente equivalente ao centro pelo que entendi, ou seja, minha opinião se baseia apenas nessas àreas.

Indo direto ao ponto: o clima estava perfeito (já tinha uns bons dias que não via o sol, ou seja, muito melhor que aqui), mas se pudesse dizer o que vi da cidade em uma definição rápida seria: feia, suja e basicamente com cara de cidade grande, o que pode ser bom ou ruim, dependendo da pessoa. Não sei se realmente já me acostumei com Galway, mas poder olhar ao redor e só ver construções enormes, enquanto aqui praticamente não se tem prédios e se vê belas paisagens por todo canto, fiquei com uma sensação de estar "preso" boa parte do tempo. A quantidade de vezes em que ouvi português nas ruas foi incontável. Galway tem uma quantidade boa de brasileiros, mas acho que ainda bem longe do que é Dublin. Apesar de tudo, a cidade parece ter muita coisa pra fazer, muitos lugares pra visitar, e tanto neles quanto em restaurantes há sempre opção de preços reduzidos pra estudantes.

Talvez por ter lido BASTANTE sobre a cidade ainda na minha época de buscas para o intercâmbio, em muitos lugares tive a impressão de que eu já os conhecia (às vezes até o nome), e nada realmente me surpreendeu, positiva ou negativamente. Mas acho que especialmente depois da conversa com a coreana moradora da cidade, que enfatizou todos os perigos e problemas de lá, fiquei ainda mais desapontado. Sendo de BH, uma das maiores cidades do Brasil, não me sinto exatamente apegado a uma vida interiorana, mas minha sensação em Dublin foi de poder ter os mesmos problemas de segurança que teria no meu país, o que é uma coisa que definitivamente não sinto falta (e que simplesmente não existe aqui em Galway). Na verdade Dublin pra mim pareceu São Paulo nas vezes em que estive lá. Apesar de sempre passar por lá muito rápido e sempre à trabalho, a atmosfera de "cidade grande" (e quando digo grande é realmente grande, maior que BH) com todos os benefícios e malefícios disso esteve presente o tempo todo.

Acho que tudo isso pode mesmo ser uma impressão particular minha, até levando em conta ter ficado bem traumatizado depois que fui assaltado na minha cidade, e me sentir "em estado de alerta" o tempo todo em lugares assim. Em termos de comparação, meus amigos ficaram encantados com o dinamismo e o tamanho da cidade além do clima, e falaram várias vezes em querer se mudar pra lá. Isso é algo que eu não pretendo considerar, pelo menos não nas regiões que estive (e realmente acredito que mais afastado do centro as coisas possam ser melhores).

Resumindo, foi interessante conhecer um lugar sobre o qual eu tinha ouvido falar tanto mas nunca tinha visitado, e que, querendo ou não, devo voltar no futuro. De qualquer maneira, tem galeria de fotos de novo no final do post tiradas pela minha amiga, pois não tive paciência e fiquei com um medinho de usar celular em alguns lugares. Espero que essa seja a última viagem com balanço não muito positivo. Aliás, a próxima já está planejada pro próximo mês, e acho que vai ser bem legal, capisce? :D

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