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segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Pé na estrada: Suiça (Parte 2: Bern)


No dia seguinte, após todos terem tido a cara de pau de acordar mais tarde do que o combinado (já que a mãe do nosso colega nos daria carona e estava basicamente nos esperando), tomamos café da manhã e partimos rumo a Bern, a capital de fato da Suíça. A cidade não fica exatamente do lado de Fribourg, mas era muito mais perto do que a viagem do dia anterior. Ao chegarmos lá, nossa gentil mãe-motorista foi dar uma volta, e tivemos tempo para andar pela cidade.

Bern é linda. Tem a típica cara de cidade suíça, e muito do estereótipo que temos no Brasil de como a Europa de fato é, algo que já comentei ter sentido em Londres. Pudemos passar por pontos onde se dava pra ver a cidade como um todo, e logo depois andamos pelas margens ao longo do rio que corta a cidade, até uma ponte que ligava à parte mais central. A ideia era visitarmos dois Christmas Markets (lembrando que já estávamos no dia 24 de Dezembro) e andarmos pela cidade.

Encontramos um mercado pequeno, que estava acontecendo em frente a uma bela igreja. Demos uma volta por ele, e nosso amigo suíço insistiu para que entrássemos na igreja. Confesso que eu já estava bem cheio de visitar igreja (principalmente depois de todas que vimos na Itália, e ainda mais tendo que pagar pra entrar), mas ela tinha uma estrutura diferente, e pudemos visitar a parte de cima que dava vista para todos os limites da cidade. A subida foi um pouco cansativa. Não chega a ser nenhuma Basílica de São Pedro, mas deixa qualquer claustrofóbico (a escada é em caracol e estreitíssima) e cardíaco de cabelo em pé. De lá de cima pudemos ter uma vista mesmo muito bonita, e pude perceber algo que já havia notado desde nossa viagem vindo do aeroporto: a Suíça é mesmo cercada de montanhas! Pra onde se olha, na linha do horizonte você vai encontrar uma montanha coberta de neve (na galeria de fotos no final da série de posts fica bem explícito isso). Tomadas as devidas proporções e claro, tirando a neve, foi algo que me fez lembrar minha cidade, chamada não a toa de Belo Horizonte.

Descemos, e ainda dentro da igreja encontramos com a mãe do nosso amigo. Saindo de lá, demos uma volta pela parte mais central da cidade até encontrarmos algo pra comer. O responsável por matar a nossa fome foi um cachorro-quente com salsicha suíça autêntica que nem foi tão cara, mas olhando ao redor já comecei a me apavorar com os preços de tudo que via pela rua. Ao sairmos de lá, fomos visitar o segundo mercado de Natal, esse sim bastante grande, com inúmeras opções de presentes como itens de artesanato e até mesmo o famoso chocolate, assim como encontramos um "bar" onde todo mundo comprava uma bebida que já havíamos visto no mercado anterior: é uma mistura de vinho quente e cravo, aparentemente muito comum lá, já que MUITA gente estava bebendo. Havia inclusive a opção de pegar a bebida e bebê-la mercado a fora, e depois voltar pra devolver a caneca (pegando de volta o dinheiro do "depósito" já pago, ou apenas ficando com ela, caso quisesse).

Saímos de lá quando as primeiras barracas desarmando já anunciavam que era hora de ir embora. Demos mais uma volta rápida pela cidade, onde podemos ver a sede do parlamento, e ficamos sabendo que não é incomum encontrar os políticos de lá nas lojas e restaurantes das redondezas. Fico imaginando isso em alguns lugares no Brasil, poderia não acabar bem. Passamos ainda em um supermercado, para comprarmos algo pra comer na viagem que faríamos no dia seguinte para os Alpes. Achei inclusive Guaraná Antarctica lá, e fiquei me perguntando o porquê de, mesmo com a quantidade absurda de brasileiros em Dublin e na Irlanda em geral, não termos uma seção de produtos brasileiros ou pelo menos um guaraná em algum canto nos supermercados por aqui...

Como última parada, passamos em frente ao relógio principal da cidade, em uma torre muito bonita por sinal. Nossa mãe-turista criou uma expectativa enorme sobre o que acontecia com o relógio quando se completava uma hora, mas acabamos ficando olhando um pro outro depois das badaladas. Aparentemente algo acontecia antigamente, mas como ela se recordava de ter visto na sua infância, algo parece ter mudado desde então, rs.

Partimos então em direção à casa de uma tia de nosso amigo, para a celebração de Natal da família. Após um tempinho de viagem, chegamos num conjunto de casas mais isoladas. A casa era linda, e toda feita de madeira. Tão grande que fizemos um tour guiado por ela! Ao chegarmos, fui fazer a gracinha de me apresentar em francês com uma das únicas frases que sabia falar e a tia cismou o resto da noite que eu falava a língua! A família estava de fato reunida, com tios, primos, avô e avó, todos simpaticíssimos, ainda que os mais velhos não falassem inglês. Aliás, é engraçada e ao mesmo tempo incômoda essa sensação de tentar e não conseguir se comunicar por não saber língua em comum. Por isso, por mais que existam pessoas que levantem a bandeira de que o inglês acabou por ser "imposto" pela postura imperialista norte-americana, ou pela história de guerras e dominação britânica, o fato é que todo mundo conseguir se entender usando uma língua é algo mesmo fantástico, e de fato necessário.

Nos empanturramos de tanto comer fondue! Segundo a tradição da família, se servem opções diferentes da comida (tínhamos a tradicional com 3 queijos, e uma que levava alho) e se revezavam as opções pela longa mesa ao longo do tempo. Houveram as trocas de presentes e todos conversavam (em francês) com muita alegria. Depois que tivemos uma torta de sobremesa, um dos tios nos convidou para conhecer os cavalos da família. Pra falar a verdade foi a primeira vez que cheguei perto de cavalo, mas foi bem legal, e ainda podemos dar de comer pra eles! Após um tempo de conversa, nos despedimos de parte da família, e ainda demos um último pulo na casa da avó para vermos dois pôneis que eram uma graça!

Voltamos pra casa, e depois de mandar um vídeo de Feliz Natal pra minha família (com a participação dos meus amigos dizendo a frase em português!) varamos a noite no video game, mesmo sabendo que o combinado pro dia seguinte era acordar cedo, e dessa vez não dava pra furar!

Continua...

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