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domingo, 24 de janeiro de 2016

Pé na estrada: Suiça (Parte 1: Fribourg)



Nota: Esse post está MEGA atrasado por motivos de: a dona das fotos estava indisponível. Preciso fazer um exercício de memória, e espero lembrar de tudo que aconteceu há mais de um mês atrás. Obrigado. De nada.

A idéia dessa viagem surgiu há um bom tempo, quando um dos vários suíços que estudava na nossa escola convidou um dos meus amigos pra passar uns dias na sua casa - o que aconteceu no início de Agosto, e o convide acabou se estendendo a alguns outros amigos, inclusive a mim. Eu não era exatamente 100% próximo dele, mas começamos na escola (ainda que em níveis diferentes) quase que ao mesmo tempo, estávamos sempre na mesma roda de amigos, e logo no finalzinho ainda fomos todos da mesma sala. Como a possibilidade de ir pra Suíça não era algo exatamente ruim (mesmo estando com o orçamento apertado na época, e nem pensando em encontrar emprego) já começamos a planejar e pouco tempo depois compramos a passagem, aguardando apenas para a fatídica época, em Dezembro. Precisei inclusive apelar para o lado sentimental ao aceitar meu emprego, dizendo que precisaria dos dias próximos ao Natal pra viajar com meus amigos, já que do contrário eu sequer teria onde celebrar a data, primeira na minha vida longe da minha família, e a mais importante dentro desse conceito de "reunir a galera". Fim do flashback.

E lá estava eu indo pro aeroporto, dessa vez já estando em Dublin, no dia 23 de Dezembro. O início dessa viagem já foi bem legal, pois pude rever meus três amigos coreanos de Galway (sim, viajamos todos juntos de novo), poucas semanas depois de ter me mudado pra Dublin. Botamos o papo em dia e embarcamos rumo a Basel, cidade suíça que fica na fronteira entre a Alemanha e a França e pra onde a Ryanair vai, então não dá nem pra reclamar. Ao chegarmos algo engraçado aconteceu na imigração: o agente perguntou pra onde eu iria, e eu prontamente respondi a cidade do nosso amigo suíço, chamada Fribourg. O problema é que na França existe uma cidade de mesmo nome, e como estávamos de fato na fronteira (havia no aeroporto placas que indicavam saídas rumo a Alemanha e França), acabamos eu e ele nos enrolando. Foi algo do tipo:

- Pra onde você tá indo?
- Friboug.
- Na França?
- Sim... Não! Na parte francesa da Suíça.
- Ah, ok... Então você tá indo pra França?
- Sim... Não, pra Suíça.
- Certo, então. Pode ir, obrigado.

Depois da bagunça, encontramos além do nosso amigo-anfitrião, nossa outra querida amiga suíça, que esteve com a gente em Como, na Itália. Depois de beijos e abraços, compramos o famoso Swiss Pass (ticket que dá acesso ilimitado aos meios de transporte em toda a Suíça e que custa os olhos da cara, válido para os próximos dias que passaremos lá). 

Como disse, precisávamos ir do aeroporto até a casa de nosso amigo. O problema era que a distância era bem longa, mas nossa gentil amiga que já havia feito o caminho da ida de carro, deu carona a nós todos. Chegamos no aeroporto no início da tarde, mas com todo o percurso de carro (que deu bem mais de 2hs) chegamos na casa dele já anoitecendo, o que não acontece muito tarde no inverno europeu.

Mais uma vez fomos surpreendidos com relação a acomodação pois, por mais que estivéssemos falando de Suíça, eu não esperava algo mais do que um colchão num cantinho de um quarto pra gente o que já seria de muito bom grado pra quem estava de favor, hehe, mas de novo o que vimos foi uma casa linda, enorme, numa espécie de condomínio - que na Europa normalmente é chamado de "vila" - já bem afastado da cidade. Todos os membros da família nos receberam super bem, e todos falavam inglês bem, especialmente a mãe, com quem passamos boa parte dos dias seguintes. Tivemos um quarto só pros meninos, e já fomos presenteados com barras de chocolate suíço produzidos localmente (na cidade) esperando pela gente nos aposentos.

Como já não tinha muito o que fazer pelo horário que chegamos (e já com bastante fome), jantamos com a família toda reunida, e depois nosso amigo nos convidou pra darmos uma volta em uma estação de esqui próxima a sua casa. Fiquei tentando imaginar onde seria esse "próximo", já que não havia nada em volta a não ser casas enormes. Foi aí que a segunda surpresa do dia apareceu: enveredamos por uma floresta, no meio da noite, e sem NENHUMA iluminação artificial. O mais legal? Só com a luz da lua a gente conseguia se guiar e enxergar tudo! Não sei se é porque algo do tipo nunca me aconteceu antes, mas achei surreal. Estávamos no meio de uma floresta, com árvores enormes, quando a noite já havia caído completamente, e o que iluminava tudo era apenas o luar!

Chegamos no final da floresta, onde a estação deveria estar funcionando. Deveria, porque esse inverno não teve nenhum sinal de neve na Suíça, com isso não havia como esquiar em muitas estações país afora. Aliás, ao ir pra lá um dos meus objetivos pessoais era justamente ver neve pela primeira vez na minha vida, mas alguns colegas de sala vindos da Suíça já nos últimos dias de aula me alertaram que era bem possível que não houvesse neve. O que eu não esperava era que o clima estaria mais ameno do que em Dublin, rs.

Terminamos o dia com a última surpresa do dia: nosso amigo, como bom geek que se preze, tinha um verdadeiro salão de jogos na sua casa, com mesa de ping-pong, totó ou pebolim, dependendo de onde você seja no Brasil, e todas as variedades de video-games e jogos que eu jamais imaginei. Fizemos intermináveis campeonatos de ping-pong até que nossa amiga suíça precisou voltar pra casa, e após mais algum tempo de diversão, fomos dormir exaustos pelo dia relativamente cheio, e nos preparando pra mais aventura no dia seguinte.

Continua...

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