Flag of Great Britain Flag of Brazil

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Buscando novos rumos (Parte 3, Capítulo 2: E finalmente... aconteceu!)


Continuando a história que parei aqui:

Algumas semanas antes da tal entrevista, numa das minhas intermináveis buscas por emprego no LinkedIn, acabei esbarrando completamente por acaso em uma vaga que fez meus olhos brilharem: Assistente de Gerente de Projetos. Eu sequer sabia que tal cargo existia, e foi um acaso danado eu ter achado essa vaga, pois sempre uso certas palavras-chave nas minhas buscas (que nem continha nessa), e ela apareceu na verdade como uma opção meio escondida de "resultados semelhantes" no site. Pela descrição tudo me interessava: não precisar ter longos anos de experiência nessa área, e ainda começar em um cargo realmente "no início", sem extrema pressão e possibilidade de aprender me parecia perfeito! O "acaso" tratou de colaborar e recebi um convite pra uma entrevista nessa empresa no dia em que estava mofando esperando pra entrevista que citei no post anterior.

Sem nenhuma menção a dress code, Thanks God! Mas claro, liguei pra confirmar lá estava eu indo na semana seguinte pra entrevista na nova empresa, dessa vez em Dublin 15 e de novo longe do Centro. Acho legal destacar, como falei nos posts anteriores dessa "série", o quanto as empresas aqui valorizam o quanto você sabe sobre elas. Estudei MUITO para essas duas entrevistas! Sobre as empresas e os cargos em si. Coisa que nunca precisei fazer no Brasil, e que do contrário certamente levariam todas as minhas entrevistas ao mais completo fracasso aqui.

Lá, novamente pude ter a oportunidade de me expressar e explicar o que sei e o que quero. Acabaram participando a chefe dos gerentes de projetos e mais um cara responsável pela área técnica, uma vez que era curioso pra eles alguém que tenha saído de uma pra ir pra outra (mas é algo bem comum no Brasil, por exemplo). Me senti extremamente à vontade conversando com eles, falamos de tudo num papo bem informal (que eu prefiro MUITO mais). Após mais de uma hora e meia de conversa, me disseram que entrevistariam mais algumas pessoas durante a semana, e que entrariam em contato em breve, deixando aberto inclusive para que eu os contactasse caso não tivesse resposta em tempo hábil.

Após menos de uma semana, recebo um email da empresa: era um convite para a segunda etapa de entrevistas! Fiquei bastante empolgado com o retorno, mas ao mesmo tempo vi que seria algo desafiador: eu deveria avaliar um dos produtos da empresa, criar uma apresentação de PowerPoint respondendo certas perguntas referentes à essa avaliação E apresentá-la para a chefe e mais um gerente de projetos! Confesso que fiquei receoso pois, por mais que eu tivesse conhecimento geral sobre o tema, não me sentia com bagagem suficiente pra avaliar e julgar o que estava correto e o que não estava!

Contextualizando: a empresa é criadora de cursos corporativos de e-learning pesquisa aí no Google se não sabe o que é e, obviamente toda a estrutura do curso tem artefatos técnicos que eu tenho conhecimento. Por outro lado, essa nem era necessariamente a abordagem que deveria ser usada na avaliação, a qual em tese iria conter críticas com relação ao design instrucional, criatividade, engajamento, entre outras. Mas, como a situação era ou me lamentar e desistir (o que eu não faria jamais nessa caso!) ou dar um jeito de aprender sobre o assunto, mergulhei de cara e pesquisei sobre tudo que envolvia esses temas, mesmo tendo pouquíssimos dias pra aprender e criar a apresentação até o momento de realmente apresentá-la.

No final, aprendi certos macetes sobre esse tipo de avaliação, e fui na cara e na coragem determinado a apresentar literalmente meu resultado final. Um pouco nervoso, mas já mais consciente do ambiente da empresa, fui recebido pela "chefe", que foi logo elogiando o meu material (precisei enviar o arquivo anteriormente para que a apresentação fosse preparada no computador da sala de reuniões). Após a chegada da gerente de projetos, comecei a apresentação. A partir daí começou uma sequência até engraçada de intermináveis elogios às minhas observações sério, não tô querendo me gabar!!. Eu já não sabia quais formas de agradecimento eu poderia usar em inglês, mas fiquei bastante contente por ver que eu tinha feito algo certo, mesmo com todas as restrições que haviam pelo caminho. Pude também questionar e entender muito de como funciona todo o processo de criação dos cursos, e o consequente gerenciamento dos mesmos.

Depois de terem me mostrado um produto quase finalizado para um cliente gigante, fiquei ainda mais encantado com a ideia de fazer parte daquilo! Sabe aquele sorriso bobo de ver algo bem feito? Era assim que eu estava quando vi o exemplo que me mostraram. E, sem desmerecer todos os sistemas e projetos que participei na minha vida profissional até então, todos eles foram parte do que chamamos de "sistemas de informação", que basicamente manipulam dados de um lado pro outro. Ter a oportunidade de usar tecnologia para algo tão nobre quando aprendizado só me animava ainda mais!

Após a apresentação e um pouco de conversa, me disseram que entrevistariam mais uma pessoa, e que na semana seguinte teriam a resposta final. (Lembrando que nesse meio tempo lá fui eu pra Londres). Sem querer criar muitas expectativas, mas um pouco ansioso após alguns dias de espera, estava eu no Chinatown almoçando como falei aqui, quando de repente recebo um email com o assunto: Carta de oferta de trabalho! Eu fiquei em estado de choque, e após longos minutos tentando baixar o anexo do email pois não tinha rede direito dentro do restaurante e eles não tinham Wifi, conseguir abrir e ver que de fato era um contrato oficial de trabalho! Eu tinha conseguido! Depois de longos meses insistindo, depois de viagens intermináveis pra Dublin, estudando e me esforçando pra me sair bem nas entrevistas, a recompensa tinha acontecido! 

Na verdade, olhando sobre um aspecto ainda maior, conseguir esse emprego era culminar num processo longo (quem acompanhou os posts iniciais do blog sabe disso), que começou no Brasil há alguns anos quando tive a oportunidade de exercer por um tempo algo que me despertou um interesse enorme. O problema foi tentar durante quase um ano lá encontrar um cargo do tipo, e nada de fato se concretizar (das menos às quase completamente prováveis). Depois disso - e sendo mais um motivo pra resolver dar um tempo lá - , ter vindo pra Irlanda, sem nem muita ideia de arrumar emprego aqui, mas perceber que meu nível de inglês era pelo menos bom o suficiente e, após ter iniciado um curso que eu considerava ser o início do processo pra de fato entrar nessa área, encontro a oportunidade "perfeita" pra me candidatar, e no final ainda consigo ser contratado é mesmo algo demais!

Então é isso: em menos de duas semanas estarei me mudando pra Dublin e iniciando uma nova etapa na minha vida! Tive todo o suporte da empresa até agora pra me auxiliar em tudo que precisei fazer e entender sobre o processo aqui na Irlanda até minha viagem pra Suiça que estava programada pra antes do Natal eles liberaram! S2. Tive ainda a sorte de a empresa já ter alguns funcionários brasileiros, o que facilitou muito no que diz respeito a eles saberem como lidar com alteração de visto e coisas do tipo que poucos lugares de fato sabem como fazer. Sei que vai ser uma mudança enorme na minha vida, e que será quase como se eu estivesse chegando novamente, mas quer saber: essa é uma oportunidade única, e eu vou tentar! Ah, e como vou!

Buscando novos rumos (Parte 3, Capítulo 1: Entrevistas aqui e acolá)


Sequer imaginava que a história que começou aqui e aqui teria mais um capítulo. Mas teve, e essa é razão motivo, causa ou circunstância desse post.

Como citei lááá atrás (há mais de 3 meses), minha busca por emprego esteve ativa durante todo esse meio tempo. Principalmente depois de ter conversado com minha família sobre a real situação do Brasil no momento porque só tomar como verdade o que está no Facebook não me pareceu ser a coisa mais correta, eu fiquei ainda mais motivado. Fico muito triste pela situação como um todo, mas pondo na balança que basicamente me desfiz de tudo que tinha lá pra vir pra cá, tendo vários indícios de que as chances de pelo menos recuperar isso atualmente não estaria muito fácil, só foi motivo pra colocar ainda mais combustível na minha vontade de achar algo pras bandas de cá. Nesse meio tempo foram INÚMEROS emails candidatando à vagas (eu diria sem pensar muito que foram boas centenas de envios), várias, VÁRIAS entrevistas com agências de recrutamento que nunca ou quase nunca deram em nada, até que algo mais concreto aconteceu.

Acabei fazendo algumas entrevistas aqui. Além das por telefone com as benditas agências, uma empresa de software multinacional me chamou pra uma conversa em Dublin há uns dois meses. Acabou valendo bastante para experiência, mas como um todo foi um completo desastre. A vaga era não-técnica, mas talvez até demais (o cargo seria Business Analyst e às vezes o cargo é tão vago quanto o nome, e eu basicamente precisaria ficar manipulando macros do Excel). O mais engraçado é que apesar de eu ter mandado no formulário de inscrição que eu precisaria de apoio pro processo de visto, a pessoa que me selecionou provavelmente não viu esse detalhe, e no meio da entrevista eu e as entrevistadoras acabamos percebendo isso, já que eu comentei que precisava, e elas disseram que a empresa não fazia isso normalmente. Me senti meio deslocado logo ao chegar, pois senti que acabei não me vestindo de uma forma completamente formal para o ambiente (que eu desconhecia e que não fui informado), enfim, muita coisa errada! Acabou não rolando mesmo...

Meses depois, e depois de já começar a pensar em desistir uma grande empresa da área financeira (que eu já tinha participado em um processo pra uma vaga antes e que não tinha dado em nada) me chamou pra uma entrevista mais ou menos pro mesmo tipo de vaga da anterior, e finalmente foi conseguida através de uma agência. Mas esse pessoal é tão ruim de serviço que o gentleman me disse que me inscreveria em uma vaga, e só soube que era outra no caminho pra Dublin! A empresa comunicou que possuía um ambiente casual, mas que eu deveria ir vestido de uma maneira "formal" claro que tive que ir atrás do que isso significava. Sim, significava ter que ir de terno e gravata. E sim, claro que eu não tinha trazido nada disso do Brasil!

Lá fui eu junto com alguns amigos rumo à Penneys, pra fazer a compra completa: terno, calça, gravata, camisa social e sapato. Aliás, novamente preciso fazer uma observação sobre a gentileza irlandesa: nós estávamos completamente perdidos, já que a numeração dessas coisas aqui é diferente eu mal sei a do Brasil, e ainda tinha que preocupar se tudo combinava e se estava suficientemente formal. Foi aí que foram surgindo funcionários da loja, um após o outro, ajudando com tudo que se pode imaginar: enquanto um tinha ido buscar outra numeração de sapato, o outro dava nó na gravata, e outro buscava uma camisa que combinasse mais com o terno! Tinham umas 5 pessoas me ajudando! Vivo (como vários estrangeiros que já conversei, inclusive) uma relação de amor e ódio com irlandeses, mas esse é mais um exemplo de que não devemos olhar só pra nacionalidade, e dar graças a Deus que existam boas pessoas em todo o canto as más e estranhas a gente tenta ignorar.

Voltando ao assunto, fui pra entrevista no dia seguinte. Após a viagem (saindo de Galway), precisei de por volta de uma hora de Luas o bonde "fofinho" de Dublin <3 pra chegar em Dublin 24. A empresa, que ficava no meio do nada num "parque tecnológico", me deu um pouco de canseira pra ser encontrada. Após uma hora de espera cheguei cedo just in case, conversei com dois responsáveis pelo setor. O projeto era grande e exigiria um pouco de conhecimento em uma área que eu não dominava, mas particularmente não achava isso um problema enorme. A empresa, que no momento tinha por volta de 300 vagas abertas, já era conhecida por fornecer o visto de trabalho, então isso não parecia ser um grande problema. Saí contente de lá, pois após mais de uma hora de conversa, tive aquela sensação de alívio de pelo menos ter dado "o meu melhor". Pude explicar sobre a minha experiência e meus objetivos e o inglês não pareceu ser um problema.

Após ter aguardado por volta de duas semanas por alguma resposta e ter questionado por algum posicionamento ao cara da agência, do qual eu espero resposta até hoje, recebi um daqueles e-mails automáticos de agradecimento. Mas pra ser sincero, nem liguei muito, pois algo ainda mais legal estava acontecendo...

Continua...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 3


No terceiro dia, saímos após o café da manhã depois das meninas se atrasarem pra se arrumar. Mulheres! em direção ao British Museum, considerado um dos maiores do mundo (ele possui por volta de 8 MILHÕES de objetos históricos). Após usarmos o fantástico metrô novamente, precisamos andar apenas alguns minutos até encontrarmos a entrada principal. Mesmo por fora ele é gigante, e é até diferente o contraste daquela construção enorme no meio da cidade. Como novamente não teríamos todo o tempo do mundo, já que o plano era encontrar o Paul e almoçarmos em Camden Town, já chegamos lá sabendo que não ia dar pra ver tudo.

O mais legal do British Museum é que ele tem salas que contam com artefatos históricos de todo o canto do mundo, e não só da Europa! Ao longo da sua enorme extensão é possível encontrar salas a respeito da África, China, México, Estados Unidos e outros vários países, além de toda a riqueza histórica do Egito e arredores, Grécia, Roma e inúmeras épocas na Europa (com direito a uma sala só sobre relógios, e outra que conta a história do dinheiro, por exemplo. SUPER LEGAL!).

Não cheguei a confirmar, mas tenho a impressão de que ele tem mais ou menos a mesma dimensão (ou pelo menos quantidade de coisas a se visitar) dos Museus do Vaticano, ou seja, o ideal era gastar quase que um dia só lá (ou no mínimo umas 4 horas). Gastei um pouco mais de duas pois era o que eu tinha disponível. Acabei vendo bem mais coisa do que imaginei, mas muita coisa foi na correria, e obviamente ainda faltaram alguns locais pra visitar.

Saindo de lá, seguimos para a região mais recomendada por todas as pessoas que dão dicas sobre Londres, especialmente as que já moraram ou moram lá: Camden Town. Apesar de não ter uma fama super turística, o lugar conhecido por seu cenário e público alternativo me deixou bem curioso desde o início (essas recomendações quase unânimes sempre me interessam).

Chegamos lá (usando o magnífico metrô) já com bastante fome, e após uma volta em um mercadinho de souvenir, encontramos um restaurante chinês com buffet e preço super em conta sim, comida chinesa de novo! Tô falando que essa foi a minha maior viagem asiática na Europa não é à toa, rs. Honramos o anúncio "coma o quanto puder" e saímos de lá após gastarmos um bom tempo com a comilança. Por conta de diferenças nos roteiros, iríamos nos separar novamente, mas antes disso resolvemos ir juntos ao Primrose Hill, um vale que proporciona uma vista linda por boa parte de Londres (e que foi palco de algumas cenas da nossa série preferida: Sense8 é muito boaaaa! O que você está esperando pra ver?!)

Após uma caminhada - e sem tempo pra irmos ao The Regent's Park que ficava em frente :(, ficamos admirando a paisagem e tirando algumas fotos no topo do vale, que estava bem movimentado principalmente considerando o frio que fazia.

Nos separamos de dois amigos que foram pra outra galeria de arte e voltamos pra Camden. Queríamos comprar alguns souvenirs, e gastamos horas num sobe-e-desce na avenida principal (cheia de lojas de "lembrancinhas" que uma amiga brasileira comparou à 25 de Março, em SP, rs). Eu já sabia que lá também era um lugar famoso por ter sido onde a Amy Winehouse viveu, e tendo um amigo alucinado por ela, resolvi procurar um mimo pra ele. O problema é que nessa parte principal era algo realmente mais pra" souvenir turístico", e até eu aceitar me dar conta disso, foram umas três horas andando feito barata tonta!

Depois de praticamente desistir da Amy (já sem entender como a região famosa pela moça não tinha nada a respeito dela), dei uma googlada e descobri que a poucos metros de onde eu estava havia uma estátua dela! Junto dos meus pacientes amigos, rumamos em direção a entrada de um mercado, e ali sim descobri porque falavam que aquele era um lugar legal. Há uma sequência de pelo menos 3 mercados interligados, com TODO o tipo de lojinhas. De coisas artesanais (onde finalmente achei o presente) a comida, roupas de todos os tipos, enfim, algo gigante e inesperado.

Lá foram mais algumas horas numa caçada à estátua, quando cruzamos os mercados, nos perdemos várias vezes e por fim encontramos o monumento da moça Alex, você me deve essa!. A estátua - que acredito eu, representa o tamanho real dela - mostrava Amy baixa e magérrima, mas parece fazer relativo sucesso, pela quantidade de turistas que vemos tirando fotos dela (apesar de não ter NENHUMA sinalização sobre onde ela está localizada).

Depois do dever cumprido e de ter respirado a maior concentração de maconha da minha vida, voltamos pra acomodação. Enquanto Claude foi encontrar alguns amigos coreanos que moravam em Londres, Paul foi assistir mais um musical, e eu, na loucura de andar por Camden perdi a hora e não pude ver mais um tristeza eterna por não ter ido ver o musical do "American Idiot".

Resolvemos voltar a Victoria Station pra devolver nossos Oyster Cards e pegar o dinheiro de volta, mas a surpresa foi que precisaríamos esperar 48h após a compra pra fazer isso! Fiquei encafifado pois na hora que compramos não vi nada do tipo, mas os senhores responsáveis por informações naquela hora foram ríspidos não muito amigáveis e disseram que não poderiam fazer nada, já que voltaríamos pra Irlanda nas primeiras horas da madrugada do dia seguinte (o que não completaria 48 horas). Então fica a dica pra você que ouve que a melhor opção pra transporte em Londres por três dias é comprar o Oyster Card: compre-o no primeiro dia, mesmo que não o use! Não faz diferença e evita dor de cabeça (apenas esclarecendo, demos sorte que o Paul ficaria mais um dia na cidade e quebraria esse galho pra gente).

Assim, depois de passar num Subway e comprar algo pra comer com um engraçado atendente com cara e sotaque do Oriente médio mas que jurava ser do Japão, voltamos pra casa pra dormir algumas horas até levantar às 4 da manhã rumando pro aeroporto de Standsted, que nos levou pra Irlanda, na cidade de Cork (falo sobre isso depois).

Achei Londres enorme (realmente enorme) e o mais interessante pra mim foi que apenas lá eu pude enxergar de forma materializada o estereótipo que eu tinha da Europa como um todo, quando ainda estava no Brasil. Mesmo não sendo tão diferentes assim dos irlandeses mentira, acho os irlandeses mais bonitos, senti em Londres uma aura de país rico, bem estruturado, limpo e seguro, onde tudo funciona e as pessoas estão sempre bem vestidas (sim, claro que isso é um enorme estereótipo e que não é verdade 100% do tempo ou em 100% dos lugares). Não é um lugar com "uaus" a cada esquina, mas ainda assim é fantástico. Ainda que não encha completamente os olhos de todo mundo, eu recomendaria, afinal Londres é Londres e vice-versa, haha!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 2


No segundo dia, após tomarmos café fomos direto para os pontos turísticos principais, pois segundo um amigo não estaríamos oficialmente em Londres até ir pra lá. No caminho, passamos novamente pelo Palácio de Buckingham, onde alguns soldados que faziam a guarda da entrada principal ficavam se revezando em seus posicionamentos.

Desde o início não animamos a assistir a troca da guarda por motivos de: preguiça, mas ter visto isso, enquanto eles andavam REALMENTE como bonecos já valeu a pena. Passamos pelo Saint James's Park, que fica logo após o palácio. A atmosfera de outono estava presente e deixou tudo lindo, além de termos visto alguns esquilos quero.

Após darmos alguns passos, encontramos o anfitrião: Big Ben. Esse foi um daqueles momentos em que você para e simplesmente pensa: Nossa, olha onde eu estou! É tudo lindo, a torre do relógio, as casas do parlamento, o rio Tamisa só seria mais bonito se o clima ajudasse e estivesse menos nublado, mas não se pode ter tudo, né?. Depois de fotos tentando enquadrar as famosas cabines telefônicas e os monumentos, cruzamos o rio e fomos em direção à London Eye.

Novamente devido a nossa restrição de orçamento, não tivemos voltinha na roda gigante, mas deu pra ver sua imponência e beleza. Tem gente que acha um pecado "eliminar" esse tipo de coisa do seu roteiro, mas pra mim fazia muito mais sentido realizar meu sonho de ir em um musical do que brincar de roda gigante, mas cada um sabe o que faz com seu dinheiro e tem suas preferências, não é?

Saímos de lá em direção à estação Waterloo, que nos levasse ao que chamamos de "zona dos museus" (não sei se há um nome específico pra lá). Em uma parte da cidade ficam localizados os museus Victoria and Albert Museum, Natural History Museum e o Science Museum.

E aqui começa o que mais me encantou em Londres: os metrôs. Não houve monumento que me deixasse mais de boca aberta do que o tamanho e a eficiência do metrô de Londres, conhecido por ser o mais bem estruturado do mundo. Após comprarmos o ticket que nos daria direito a andar ilimitadamente por 2 dias na cidade (Oyster Card, que também permitia usar os famosos ônibus londrinos), levamos alguns minutos pra entender como funciona mas daí pra frente foi só alegria. Pra dar uma idéia de como as coisas funcionam, esses três museus tem entradas praticamente de dentro da estação, que possui verdadeiras ruas internamente, além dos famosos artistas tocando em busca de alguns trocados.

Como os gostos e interesses são diferentes, fomos os meninos pra museu de ciência, e as meninas pro de história natural. O problema é que não tínhamos muito tempo, pois a idéia era visitarmos um deles e irmos pra região de Soho almoçar, e logo depois irmos pra bendita visita guiada na National Gallery. Gastamos menos de duas horas lá, e o museu é bem interessante, com áreas cobrindo diversos temas, como astronomia, invenções e ciências biológicas. O chato é que não conseguimos ver tudo, pois não deu tempo :(

Pegamos o maravilhoso metrô e fomos pro Soho, uma região com cara de centrão. Acabei seguindo a vontade do pessoal e todos almoçamos no Chinatown, subregião reservada a restaurantes e mercados asiáticos. De forma completamente aleatória, esse lugar vai ficar marcado pra sempre na minha memória, mas isso é assunto pra outro post. Saímos de lá correndo, a tempo de pegarmos a visita guiada na galeria.

Na verdade essa visita não era (e não é) extremamente necessária, mas fiquei ficamos meio que no trauma por conta de alguns locais que visitamos na Itália e que não entendemos. Resumindo: a galeria é enorme, linda (tô descobrindo que gosto mais desse lance de pintura do que pensava. Não entendo nada de técnica, mas acho tudo tão lindo! S2). O problema é que uma hora é obviamente muito pouco pra ver tudo (eles já tinham mencionado que o objetivo era visitar as mais "famosas e importantes obras") e acho que pra ver bem precisaria de umas 3 horas, mas valeu a pena e quero voltar.

Saímos de lá às pressas de novo. No dia anterior acabamos não conseguindo, por questão de horários incompatíveis, pegar um walking tour pela" área principal" de Londres, mas naquele dia descolamos um chamado "Old City Tour". Corremos pra chegar a tempo parênteses necessários pra dizer que vimos uma raposa em um parque que cruzamos no caminho e chegamos em cima da hora. O guia, finalmente com um inglês realmente claro de se entender pros nossos padrões, foi super simpático, e o passeio que a princípio parecia não prometer muito, foi super interessante, explicando vários pontos da história do surgimento de Londres, antigos reis e Cavaleiros Templários. Além disso, visitamos inúmeros locais e monumentos como a Basílica de São Paulo, a London Bridge, a London Tower e o Shard. Foi o melhor walking tour que já fiz, opinião compartilhada pelos meus amigos.

À noite os meninos decidiram assistir o musical do Rei Leão, e os de menor poder aquisitivo como eu acabamos dar uma volta pelos pontos turísticos "principais" e ter a visão noturna deles. parênteses pra deixar registrado que antes de ir pra lá ficamos girando por meia hora perto da London Tower pra achar um banheiro enquanto minha bexiga quase literalmente explodia, e ainda precisei pagar 30 pence pra entrar no banheiro público.

Como já é de se imaginar, à noite é tudo novamente lindo. Dessa vez com mais tempo, podemos cruzar toda a região do parlamento, e a famosa Westminster Abbey, igreja que celebra casamentos reais desde 1100 e que recentemente foi palco da união do príncipe William e da então senhorita Middleton. Acho importante destacar o quanto me senti seguro andando por volta desses lugares, quando já era por volta das 23hs. Tudo bem iluminado, com pessoas andando pra cima e pra baixo (sempre muito elegantes por sinal). Sei lá, eu sou muito medroso, mas de novo é o tipo de comparação que fico triste ao pensar no Brasil.

Acabamos nossa noite voltando pra casa no ônibus vermelho de dois andares (que são muito parecidos com os de Dublin, mas já que já havia pago, fui desfrutar do glamour transporte). E ainda havia mais um dia de Londres pela frente. 

Continua...

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 1


Aproveitando que a Yui estava a dias de voltar pro Japão, e somando-se ao fato de que quase ninguém da minha turma havia ido pra para o destino mais óbvio dos intercambistas da Irlanda, na última semana (dia 10/11) resolvemos juntar tudo e nos juntar pra fazermos mais uma viagem, dessa vez pra Londres.

Já havíamos definido que não seria possível passarmos muitos dias, e pra acomodar as agendas de todos, combinamos 3 dias na terra da rainha. Outra limitação seria o orçamento, uma vez que estava todo mundo meio apertado, tendo que levar em conta que lá os gastos seriam em libras, ou seja, ainda mais caro do que o euro.

Assim, compramos as famosas passagens a preços super em conta (resolvemos não ir pra Dublin, e usarmos os aeroportos de Shannon e Cork. O primeiro é a uma hora de Galway, mas Cork é até mais longe do que a capital tudo em nome da economia). Gastamos novamente intermináveis horas planejando a viagem (e Jesus, como isso é cansativo! Mesmo tendo iniciado o plano um pouco antes, ficamos de 18hs de um sábado até as 4hs do domingo só fazendo isso, e não conseguimos terminar tudo!). Com relação a acomodação, os meninos sugeriram ficarmos em um hostel coreano, algo existente em várias cidades mundo afora e que até onde sei não temos parecido para brasileiros. O preço, que incluía café da manhã e até noodles como opção de jantar, foi também em conta, além da localização super central, então resolvemos arriscar apesar do meu péssimo retrospecto com dicas coreanas nas minhas últimas viagens.

Acabei madrugando no dia da viagem, pois cheguei do meu curso em Dublin às 1 da manhã, e 6 horas já tava de pé indo pegar o ônibus pro aeroporto. A viagem foi tranquila e com pouco mais de uma hora chegamos em Gatwick. Lá encontramos com o Paul, que decidiu ir no dia anterior queria ter esse desprendimento e veio no vôo de Dublin. Na estação de trem (conectada ao aeroporto, e que nos levaria a Londres propriamente dita) acabaram logo acontecendo duas coisas pra "quebrar" o estereótipo inglês: uma senhora extremamente simpática nos ajudou a comprar o ticket pro nosso amigo, explicando minimamente como tudo funcionava e nos dando dicas pra nossa locomoção em Londres. A outra coisa foi que o trem acabou atrasando alguns minutos. ¯\_(ツ)_/¯

Fomos de trem rumo à Victoria Station, uma estação ENORME no coração de Londres, que integrava trem e metrô. De lá, fomos caminhando para a acomodação. No lugar, justo pelo preço pago, algo o qual eu não tinha pensado antes aconteceu: várias regrinhas relacionadas à cultura coreana (por exemplo, ao chegar, não se podia entrar de tênis nos cômodos, tendo que calçar uns chinelos que fixavam disponíveis na entrada). Além disso, não sei se por preguiça, comodismo, vergonha ou falta de conhecimento mesmo, ninguém conversava em inglês! Mesmo a funcionária do local (que deve morar lá há um tempo) explicou tudo na língua deles, e meus amigos se viraram pra traduzir para os "estrangeiros" aqui do Brasil e Japão.

Saindo de lá e caindo de fome achamos uma loja de conveniência e compramos uma "meal deal" (sanduíche ou salada, uma bebida e uma "besteira" como um chips ou um doce) e resolvemos procurar um parque pra comer. Acabamos indo na direção contrária à dos pontos turísticos, e após cruzar a Chelsea Bridge, encontramos um parque e andamos uns bons minutos até encontrar um bendito banco (?!) pra podermos comer em paz.

Dentro da nossa programação inicial, a idéia era chegarmos e irmos direto pra uma visita guiada dentro da National Gallery, uma galeria de artes enorme e um dos locais mais visitados por turistas que se interessam pelo assunto. Logo depois iríamos dar uma volta pelos pontos turísticos mais famosos (leia-se: Big Ben, London Eye e construções ao redor), mas conforme percebemos, nosso planejamento já iria furar, tentando cumprir isso tudo e ainda irmos pro nosso compromisso agendado para a noite.

Assim o que fizemos foi basicamente voltar para a parte "movimentada" e visitarmos o Palácio de Buckingham. Lembrando que aqui na Europa já estamos naquele terrível exótico período em que se começa a anoitecer por volta das 17hs, então não fazia muito sentido "bater perna" em parques por exemplo já sem a luz do dia.

Após algum tempo admirando, estudando via Wikipédia a respeito do palácio (gente, lá tem 775 quartos!!!) e tirando algumas fotos, voltamos à acomodação. Lá, sofri com toda a característica apimentada exótica do "miojo" coreano, mesmo já sabendo disso e pedindo pra que ele fosse feito mais suave (a coitada da moça ainda disse que usou menos da metade do tempero, mas não dá, é simplesmente como se eu estivesse tentando engolir algo com minha boca em chamas).

Saindo de lá, nos guiamos para o evento da noite, o que incentivou ao Paul a ir pra Londres pela segunda vez, e que pra mim significava realizar um sonho: fomos assistir um musical!!! Na verdade eu até já tinha assistido alguns em BH, mas obviamente nada nas dimensões dos disponíveis nos teatros londrinos! Juntando nosso baixo orçamento e as opções disponíveis, fomos ver Wicked, um dos maiores clássicos da Broadway que conta a história do Mágico de Oz sobre a perspectiva de um personagem. Confesso que foi de arrepiar! Emocionante é pouco pra descrever minha reação, principalmente ao ouvir músicas do meu "guilty pleasure" Glee, como Popular, Defying Gravity e For Good houve muito amor envolvido.

Depois do espetáculo, que contando com o intervalo durou quase 3 horas, resolvemos deixar à visita noturna aos pontos turísticos para o outro dia e após readequarmos o plano pro próximo dia e batermos um papo na acomodação regado a cerveja claro que não pra mim, pois não queria ficar com o pé inchado de novo, fomos recarregar as energias para o dia seguinte.

Continua...

domingo, 8 de novembro de 2015

A experiência do intercâmbio, e as pessoas que cruzam nosso caminho


Depois de todas essas entrevistas, e coincidentemente após ter lido esse artigo do e-dublin e esse post do Próxima Curva me senti ainda mais inspirado pra escrever sobre o assunto.

É muito interessante como normalmente as coisas acontecem em um intercâmbio, no tocante a amizades e companhias. Decidir sair do conforto da sua casa, deixando familiares e amigos de longa data pra enfrentar o completo desconhecido já deveria ser motivo suficiente para que todos os intercambistas fossem direto para o paraíso respeitados. Quando você se vê imerso numa realidade de um país e língua diferentes (especialmente se eles não forem muito familiares pra você), isso faz simplesmente seu chão tremer, e paira uma dúvida eterna sobre o próximo passo - muitas vezes, literalmente.

Dentro desse contexto, muita gente conhece seus primeiros companheiros, seja na escola, na acomodação, no trabalho ou até no pub. Por que não? E aí é que a coisa acontece. Pessoas que você conheceu há poucos dias (e que muitas vezes nem vai ter toda a afinidade do mundo) passam a ter uma importância enorme na sua vida, e com eles provavelmente você vai vivenciar momentos únicos, de alegria, companheirismo ou de farra ou os três juntos, preferencialmente. Da mesma maneira, ter que encarar despedidas, principalmente quando as datas de início e fim de intercâmbio dos seus colegas não "batem" é algo bem ruim. Essa é uma preocupação e realidade permanente de todos nós. Já precisei dizer tchau para algumas pessoas que gostaria de manter pra sempre comigo, mesmo tendo as conhecido em poucas semanas, e quando na verdade esse tempo parecia beeeeeem mais longo.

Escrevo esse texto de forma semi-autoral, pois nesses quase seis meses aqui pude observar diversos comportamentos, desde pessoas praticamente gritando para que alguém as note e assim poderem fazer amigos, a verdadeiros imãs, que atraem mais e mais gente muitas vezes baseadas no seu puro carisma. No final, nós intercambistas estamos todos no mesmo barco: procurando algo e alguém pra se apegar, inseridos em uma realidade diferente da que vivemos durante toda uma vida. E talvez isso nos faça ser tão próximos.

Sempre fui uma pessoa que prezou mais por qualidade do que por quantidade de amigos, mas garanto que em um intercâmbio você pode levar essa máxima em qualquer extremo, e vai ser possível. Mas mais do que isso, muita gente diz que o intercâmbio é um dos melhores momentos pra se autoconhecer. Os momentos de perrengue e muitas vezes de solidão vão fatalmente te amadurecer. Mas as pessoas de inúmeras culturas, comportamentos e modos de ver a vida estarão sempre disponíveis (afinal gente diferente da gente tem em todo lugar, né).

A experiência do intercâmbio é única e individual. Talvez pelo meu excesso de auto-conhecimento, é até arriscado dizer que isso é alcançável né? eu acabei experimentando no meu intercâmbio algo um pouco diferente disso: tenho aprendido a conhecer e entender pessoas. Tenho praticado diariamente o exercício de entender que elas não precisam ser iguais a mim, e que a graça da vida está aí.

Tinha faltado meu avatar, agora não falta mais! XD

Como já citei inúmeras vezes, meu maior contato aqui são com amigos de outras nacionalidades (o que potencialmente só aumentaria os contrastes), mas me sinto sortudo. Ainda que às vezes isso seja meio estranho (já que meu contato com nativos aqui é ainda bem pequeno, e algo do que de certa forma me arrependo porque faz meu intercâmbio soar um pouquinho incompleto) penso que ter a oportunidade de conhecer gente de tanto lugar diferente é algo fantástico! Nesses quase seis meses tive contato real com pessoas de quase 30 países aqui! (1: sim, eu contei me julguem! e 2: um BEIJO pra você do Brasil que acha que eu estou na "roça" da Irlanda).

Talvez possa soar meio esnobe o fato de que não tenha nenhum amigo brasileiro realmente próximo aqui (o que não quer dizer que não tenha nenhum, muito pelo contrário), mas acho que tive a sorte de encontrar uma turma com pessoas que, independente da nacionalidade, se complementam de uma forma muito legal. E o interessante é que isso simplesmente aconteceu. Não os "escolhi" como amigos em detrimento de ninguém, já nesses momentos a dona afinidade sempre fala mais alto.

Com meus amigos dividi momentos únicos e que com certeza levaremos pra toda vida. Sabemos que nosso convívio diário possui a incômoda contagem regressiva (que pode se acentuar ainda mais caso eu encontre um emprego aqui, por exemplo). Mas enquanto isso, com o perdão do imenso cliché, vamos vivendo e aproveitando esse dúbio momento chamado presente. Um viva à amizade!


PS: Mesmo me achando eternamente "não-fotogênico", fica aí uma galeria pra ilustrar um pouco das pessoas fantásticas que conheci aqui até então.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

A turma do barulho! - Parte 4



Encerrando a semana de entrevistas afinal essa é minha turma e não a escola inteira, quem aparece por aqui hoje é a Boreum. Sim, dessa vez é uma coreana que não tem nome em inglês! Boreum é a responsável por ouvir e criticar todas as minhas piadas infames. Somos bastante próximos (minha housemate já perguntou se somos namorados. E não, não somos!), e brincamos um com o outro o tempo todo. Ela muitas vezes tem um ar meio pessimista e pra baixo (como talvez tenha parecido nessa entrevista), mas não se deixe enganar, ela é uma ótima pessoa, amável e super agradável. Tanto é que já começamos a conversa assim:

-Você me promete não usar isso? (pergunto "O que? O áudio?") Minha voz. MINHA VOZ (se aproximando do meu celular que gravou a conversa). E não, eu não usei sua voz, Boreum, hehe.



Quem é você?

Eu sou da Coréia, e meu nome é Boreum Kim (soa como Bórúm, mas o anasalado do "m" é diferente do nosso e não da pra explicar só escrevendo). E... eu tenho 23 anos. E... eu sou estudante... (pedi pra ela parar por aí porque isso fazia parte da outra pergunta).


De onde você é (cidade e país)?

Gyeonggi-do (algo como kiônguidô), Coréia. (Eu disse a ela que não precisava responder como um robô).

(Perguntei se era uma cidade grande). Sim, é grande. É maior do que Seoul, a capital. (Questiono se em extensão ou quantidade de pessoas). Ambos, talvez... Não, só em extensão.


O que você faz?

Eu sou estudante, estudante universitária, e eu estudo Ecologia Humana (espero que essa seja a tradução correta de novo, porque não conheço). Em particular sobre crianças e famílias.

(Pergunto se com isso ela aprender a como lidar com eles). Sim, especialmente o desenvolvimento da criança e da família também. (Questiono também qual tipo de carreira uma pessoa pode ter estudando esse curso). Eu posso trabalhar em jardins de infância, e... eu posso trabalhar em conselhos tutelares, assistência social, coisas do tipo.

Eu estou estudando lá, e quase terminando o curso. Eu ainda tenho mais um semestre.


O que você acha da Irlanda e de Galway em geral? Você consideraria morar aqui? Por quê?

Não, claro que não... É tudo pequeno, tudo. Não apenas pela extensão, mas economia, eu creio que seja menor do que meu país. E população também, é em uma quantidade bem menor (mesmo com um território pequeno, a Coréia possui uma das maiores densidades demográficas do mundo!). Então é muito diferente.

Eu não considero viver aqui porque é pequeno, e eu gostaria de viver em um país grande. Aqui é muito calmo, e não tem nada pra fazer.


Acha que ter vindo morar/estudar aqui valeu a pena? Por quê?

Avaliando até agora eu não sei dizer, porque eu ainda estou pensando se vale a pena ou não! Na verdade... Mas com relação a quê? Em geral? Eu preciso pensar se vale a pena! Porque claro que aqui eu posso usar inglês ao invés de coreano, e posso focar na língua. O que mais? Eu realmente não sei... Você está me deixando perturbada!

(Pergunto há quanto tempo ela está aqui). Há 5 meses.


Pôde aproveitar da curta distância entre a Irlanda e outros países europeus pra viajar? Qual foi sua melhor viagem? Pensa em viajar mais? Onde?

Sim. (modo robô de novo).
("Qual foi sua melhor viagem?"). Itália.
("Por quais países viajou?"). Itália, Aran Islands (pra quem não conhece é um conjunto de ilhas que fica a uma hora daqui de Galway. Mas obviamente disse a ela que isso não contava como país). Holanda, Alemanha, República Tcheca, mas Itália foi o melhor lugar em que eu já estive, porque eu pude aproveitar pra passar o tempo com meus amigos lá, e o país possui locais lindos, e é também um lugar com uma grande bagagem histórica, então eu me diverti visitando esse tipo de local. E o clima é ótimo.

Eu pretendo viajar mais! Pra Inglaterra, Bélgica, e Suiça! E se eu puder, eu quero viajar pra Espanha, França e... China! ("China??"). Não é na Europa né, hahaha!


Cite algo interessante sobre seu país que acha interessante dizer a estrangeiros.

No bom sentido? (Digo apenas "interessante"). No mau sentido? ("A escolha é sua"). Hum... Ah, o sistema de transporte é muito bom! Isso é interessante. Na verdade, não é interessante! Na verdade, o que eu deveria falar? Porque eu quero emigrar, e isso significa que eu não tenho boas lembranças sobre meus país, MAS, se você insiste, hahaha, se você IMPLORA... Bom, o que mais... É talvez a nossa história. Porque nós fomos invadidos várias vezes ao longo de toda nossa história (apenas para exemplificar, a Wikipédia diz, em ordem: Pela Mongólia, Japão, China e Japão de novo). Mas nós mostramos contra esses países, quero dizer, nós lutamos pela nossa liberdade, por democracia. No que se refere à história, eu acho que isso é muito interessante. Mais do que a história européia.

(Ela estava murmurando "interessante, interessante..." e quando eu passei a bola pra Yui - já que entrevistei as duas meio que ao mesmo tempo, ela gritou). Comida! Comida! Eu tenho mais uma coisa! A comida é muito interessante. Eu gosto da comida coreana! E nós temos uma grande variedade de comidas. De doce, a amargo, apimentado e até sem sabor. Sério, nós temos comida que não tem sabor de nada! (Pergunto se um "ingrediente" que eles tem chamado de bolo de arroz - que de bolo não tem nada, é um exemplo já que não tem gosto de nada MESMO). Sim, pode ser um exemplo.


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (e que eu não tenha te contado).

Boto? Boto! Golfinho rosa! Eu conhecia, e eu sei que ele vive em rios, não no oceano, e ele é rosa! E eu acho que ele não era rosa. ele era de uma cor diferente, mas mudou (não faço ideia se essa afirmação é verdadeira ou não).

Boto e... Brasil... Brasil... Ah, e a floresta, qual é o nome? Amazônia! A Amazônia está diminuindo, você entende o que quero dizer, né? Sim, pessoas estão destruindo ela. Todo mundo sabe disso. E isso é muito triste.


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (que você não sabia e que eu te contei).

(Citei "Coelho come cenoura". Contextualizando, uma vez ela me disse que gostava de Paulo Coelho, coisa que já ouvi de várias pessoas por aqui. Daí vira e mexe ela me pergunta palavras em português, e uma vez expliquei que "rabbit" era o mesmo que o sobrenome do autor. Ela pediu uma frase de exemplo e agora repete isso pra todo brasileiro que ela conhece! O problema é que a frase é super randômica, e não diz muita coisa né, hehe).

Sim, sim, com relação a língua, eu sei falar várias frases! Posso tentar? Coelho come cenoura. "Que que foi?". Fofo. Eu quero ser sua amiga.

Além da língua, eu tenho um pouco de conhecimento sobre a política no Brasil, mas num mal sentido. E agora eu sei que eles não sabem quase nada sobre a Amazônia. É um país muito grande. E sobre questões geológicas eu ouvi bastante (acho que aqui ela quis se referir aos estados, pois diversas vezes na escola acabamos conversando sobre essas diferenças entre brasileiros).

Ah, e comida, comida! Eles usam muito leite condensado (ela exagera um pouco, mas aqui percebi que de fato muitas das nossas sobremesas têm isso como ingrediente e eles acham super doce!). Apenas pra sobremesa, mas ainda assim eles usam muito. E coco também. Eles têm um "coco doce", e é mais doce do que o coco italiano (??!!). E é um país um pouco perigoso. Na verdade, eu não sabia disso, mas você disse. Ah, e eles têm a Linha do Equador cruzando o país. E lá é muito quente. E eles tem estações opostas (por conta dos hemisférios).


Deixe um recado pra quem for ler isso.

Na verdade eu não esperava que houvesse discriminação sobre raças, mas isso ainda existe, muito, em todo lugar. E não só sobre raças, mas gênero, idade, e tudo mais. Digo isso porque imagino que seus leitores também sejam estrangeiros, ou estão fora do país. Eu só queria dizer "não julgue pelas informações simples que eles têm", como cor da pele, idade, gênero, essas coisas. E isso vale para todo ser humano. Tchau!

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

A turma do barulho! - Parte 3


E antes tarde do que mais tarde nunca, vamos à nossa terceira entrevistada!

A convidada de hoje é a japonesa Yui. Conheci ela na minha antiga sala, quando ela subiu de nível. No início ela era extremamente tímida, e estava mais naquela coisa de "amigo de amigo". Mas depois nos aproximamos e pude conhecê-la um pouco mais. Yui é uma pessoa super interessante pois, ao mesmo tempo em que é quieta e reservada, não nunca deixa de contestar e de tentar provar que está certa em uma discussão que a envolva. Ah, e foi ela quem criou esses nossos "avatares" (muito parecidos com a gente) já há algum tempo, e eu resolvi usar aqui! Enfim, simbora!



Quem é você?

Eu sou Yui Kanamori, e eu sou japonesa. Eu tenho 21 anos.


De onde você é (cidade e país)?

Eu sou de Fukui, no Japão. (Pergunto se é perto de Tóquio). Não, é perto de Kyoto e Osaka. (claro que eu tive que perguntar como se escreve cada um desses lugares).

(Pergunto se é uma cidade pequena). Sim, é pequena. E é conhecida como a cidade menos famosa no Japão. Mesmo alguns japoneses não sabem onde ela fica!


O que você faz?

Eu sou estudante universitária, e eu estudo Estudos Culturais Comparativos (nem sei se essa é a tradução correta, pois foi a primeira vez que ouvi falar disso). É muito difícil de explicar, então eu prefiro evitar falar sobre isso, hehe.

(Falei apenas para rapidamente me dizer o que ela compara). É muito difícil de explicar! Porque... dentro desse tema eu estudei um monte de coisa como... educação, gênero (homem e mulher, no caso), essas coisas... Mas é algo a respeito do mundo em geral, não só no Japão.


O que você acha da Irlanda e de Galway em geral? Você consideraria morar aqui? Por quê?

Antes de vir pra cá eu queria viver uma experiência em um país com clima como esse, e eu achava que seria bom viver em um lugar assim, mas quando eu cheguei aqui eu percebi que o clima era ruim, e que ventava muito! E por conta do vento nós podemos ser "atacados" pela chuva (experimente a sensação de pegar chuva num lugar que venta muito e verá que a expressão atacar não é exagero).

Mas eu gosto daqui, porque eu não gosto de cidades grandes. Eu gosto de cidades pequenas como Galway. Eu acho que eu poderia permanecer aqui, mas eu não quero, pois é bem caro em comparação com o Japão.


Acha que ter vindo morar/estudar aqui valeu a pena? Por quê?

Sim... Talvez... Tipo isso... Porque, como eu disse, é uma cidade pequena então se você quiser você pode focar em estudar, pode focar em algo, se você quiser.

Eu pude viajar por alguns países, e foi muito bom. No Japão isso seria bem difícil de acontecer, eu acho, na verdade eu não sei. Eu não viajei muito, mesmo no Japão, então eu não tenho certeza. Mas nesse país, devido à sua localização é muito fácil viajar pela Europa, sendo a Irlanda um país europeu. Foram experiências muito boas, e é bem barato viajar aqui.

Então se você fizer amigos aqui, você pode viajar muito, e aproveitar muito... Se você está sozinho eu acho que pode ser difícil, mas talvez estando com amigos pode ser bom viver aqui, eu acho.

(Pergunto a ela há quanto tempo ela está em Galway). 7 meses, e fico mais um mês.


Pôde aproveitar da curta distância entre a Irlanda e outros países europeus pra viajar? Qual foi sua melhor viagem? Pensa em viajar mais? Onde?


Sim, muito! Eu fui pra Bélgica, Escócia, Itália, França, República Tcheca, Alemanha e Holanda.

Na verdade é difícil de decidir (qual foi a melhor viagem). Porque quando eu fui pra Bélgica, eu achei realmente um lugar muito bom, muito legal de estar. Com comida boa, paisagens bonitas, mas pra ser sincera eu não aproveitei muito por conta de uma amiga! Ela foi bem incômoda, e eu precisei ser bem paciente a viagem inteira! Foi bom, mas...

Outro lugar também legal foi a Itália, porque eu fui pra lá com meu namorado (ele veio do Japão pra viajar com ela), e em todo lugar tinha boa comida, e tudo era delicioso, eu aproveitei muito. É um lugar histórico, e a gente pôde aproveitar muito.


Cite algo interessante sobre seu país que acha interessante dizer a estrangeiros.

Nós temos uma coisa que é bem famosa entre estrangeiros, e mesmo entre japoneses: "comida japonesa de mentira" (tradutor sofre!) No Japão, nós temos vários "exemplos" de comida em frente aos restaurantes, mas é de mentira, ninguém pode comer! Elas são de mentira, mas a aparência é muito real!

(Perguntei qual era o propósito disso). É pra mostrar o que se oferece no restaurante. E aí as pessoas entram lá e fazem o pedido da comida. E a qualidade desses "exemplos" é muito alta! É impossível reconhecer se é de verdade ou não. É algo muito interessante, eu acho.


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (e que eu não tenha te contado).

Eu ouvi dizer que os brasileiros gostam do Japão! Sim, eu ouvi isso! Eu não sei o porquê, mas sim! Quando eu estava no Japão a imagem que eu tinha era que o Brasil é um país iluminado (ela está falando de sol, não de questões religiosas, por favor). Eu não sei o quê dizer! E um lugar divertido. Carnaval, Rio... Ah, e todos os japoneses sabem que nós estamos no extremo oposto do Brasil (a bendita história de que se cavarmos um buraco no Brasil, chegaremos no Japão pelo visto também existe lá, mas ao contrário).

(Perguntei se ela conhecia o Ayrton Senna. Pra quem não sabe, na "era de ouro" dele, ele também era ovacionado na terra do sol nascente). Eu acho que sei, mas não tenho certeza. Na verdade eu sei, porque eu me lembro do caracter japonês que representa Ayrton Senna (que na verdade soou como Airito Sena, hehe).

(Também comentei sobre um técnico brasileiro que esteve por um tempo no Japão). Zico! Zico, eu conheço!


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (que você não sabia e que eu te contei).

Brasileiros usam "né" (sim, é mesmo verdade que temos isso em comum, o mesmo som e o mesmo significado!). Porque na verdade ontem eu estava usando o Facebook, e eu vi um comentário seu em português e estava escrito "né". E eu fiquei, tipo: "Ele usou isso!!". Eu fiquei impressionada. "Ele realmente usou isso!"


Deixe um recado pra quem for ler isso.

Sair do meu país foi uma experiência muito boa pra mim. Eu pude ver as coisas por um aspecto diferente. Eu conversei com muita gente de outros países, e às vezes eu ouvi deles coisas impressionantes, às vezes coisas tristes, às vezes coisas engraçadas, enfim, um monte de coisas.

Eu recomendo a você que viaje pra fora do seu país, e que possa ver as coisas por um aspecto diferente. E talvez assim você possa ver as coisas de uma maneira diferente, de um jeito que você não via antes.

Eu sempre ouvi que existem vários japoneses legais, mas também existem vários estrangeiros legais, e existem alguns japoneses que eu não gosto também! Então, acho que nós podemos ver as pessoas pelo que elas são, sem estereótipos, tipo isso.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A turma do barulho! - Parte 2



Continuando as entrevistas, o bate-papo de hoje é com o Paul. Assim como o Claude, eu conheci o Paul em um pub (na verdade, eles estavam juntos nesse dia). A história deles é interessante, pois eles têm um amigo em comum na Coréia, mas não foram apresentados anteriormente, e só foram se conhecer aqui, completamente por acaso quando caíram na mesma turma na escola.

Apesar de passarmos menos tempo juntos (já que ele está sempre viajando), gosto das nossas conversas porque com ele posso falar de assuntos mais filosóficos e ter uma conversa de gente velha um pouquinho mais madura. Se liga!



Quem é você?

Meu nome é Paul, mas esse é meu nome em inglês, pra ser mais fácil de ser dito. Meu nome em coreano é Ungseok Jung (algo como Unsó Jóng). Meu nome é Ungseok e meu sobrenome é Jung. Eu tenho 24 anos, e na Coréia eu tenho 25.


De onde você é (cidade e país)?

Eu sou de uma cidade chamada Daegu (soa como Dégu), na Coréia do Sul, a qual é localizada no meio do meu país. É uma cidade grande, e é conhecida por ser a quarta maior cidade da Coréia (por ser um país pequeno, eles não possuem o conceito de estado, como no Brasil).


O que você faz?

Eu sou estudante de nível superior, e meu curso é ligado à aviação, relacionado ao tráfego de aviões, e basicamente o que eu vou fazer é controlar os aviões no ar para evitar acidentes, então provavelmente eu trabalhar numa torre de controle. Eu ainda preciso concluir o último ano do curso, então quando eu voltar eu preciso reiniciá-lo pra concluir minha graduação.

Eu já terminei o serviço militar obrigatório no meu país, mas há dois anos atrás eu precisei entrar lá, por 21 meses. Foi difícil porque tudo é mantido sob controle, e eu não podia fazer nada por minha vontade. Tudo que eu fazia eu precisava antes ter uma permissão.


O que você acha da Irlanda e de Galway em geral? Você consideraria morar aqui? Por quê?

Hmm... Antes de vir pra Galway, Irlanda, eu imaginei o país como sendo um lugar com música em todo canto, porque meu primeiro contato com o país foi através do filme "Once" (pra quem não conhece, é um filme/musical muito famoso que se passa em Dublin e que eu não gosto). E lá falava muito de música, e dos músicos de rua (buskers) cantando em Dublin, então eu pensei: eu gosto de música, então eu gostaria de ir pra lá.
Em se tratando de Galway, eu gosto dessa cidade, mas às vezes eu não gosto, porque chove muito, e principalmente porque eu morava um pouco longe do centro da cidade (25 minutos a pé), então se chovesse eu me molhava muito, e quando eu chegava em casa eu parecia alguém que havia acabado de sair de uma piscina!
A cidade é calma e tranquila em comparação com outras cidades aqui, mas eu gosto da cidade e essa foi a razão pela qual eu a escolhi. Eu não queria ir pra um lugar e viver uma vida estressante. Eu gosto daqui.

Pra sempre? Em Galway? Você tá brincando? Eu disse que eu gosto do país, mas a questão é, pra aprender inglês é muito bom, mas ficar aqui permanentemente seria um inferno! Eu jamais me acostumaria com esse clima, porque chove muito. Se eu tivesse um carro e uma casa própria eu poderia considerar. Se eu tivesse dinheiro suficiente, eu acho que poderia ficar. Do contrário eu escolheria outra cidade pra viver se eu tivesse que escolher e não voltar mais pro meu país.
(Pergunto se seria outra cidade na Irlanda ou outro país). Outro país! Porque chove muito aqui e eu não sou muito bom em lidar com mau tempo, ainda mais sendo inútil usar guarda chuva aqui! Eu já quebrei vários porque o vento é muito forte, e eu não quero gastar mais dinheiro comprando guarda chuva!


Acha que ter vindo morar/estudar aqui valeu a pena? Por quê?

Pra mim é uma boa chance, porque é a minha primeira experiência vivendo fora, estando longe do meu país. Eu nunca tinha vindo à Europa antes, e eu nunca tinha visto tal quantidade de estrangeiros, então eu acho que vale a pena. Eu gastei muito dinheiro vivendo aqui (como eu, ele não trabalha aqui), mas considerando outros países de língua inglesa, como Inglaterra, Estados Unidos, Canadá ou Austrália, o preço é um pouco mais em conta. Então, se você tiver que aprender inglês, se quiser aprender inglês eu acho que a Irlanda é uma boa opção pra viver e aprender a língua. Eu nunca vivi num outro país que falasse inglês, mas eu acho que na Irlanda você pode encontrar uma diversidade maior de nacionalidades. Eu ouvi dizer de um amigo que foi pro Canadá, que lá ele só conheceu pessoas da Ásia e Arábia, o que não é muito bom se você quer conhecer mais culturas e pessoas. Então eu acho que de certa forma é o melhor país pra aprender inglês.


Pôde aproveitar da curta distância entre a Irlanda e outros países europeus pra viajar? Qual foi sua melhor viagem? Pensa em viajar mais? Onde?

Sim, eu visitei vários países aqui, como França, UK, Bélgica, Áustria, Itália, Espanha, República Tcheca, Alemanha, Noruega, Suécia...
Minha melhor viagem foi em Munique, porque eu tenho boas memórias dessa cidade. Eu estava com amigos que vieram da Coréia pra me ver e viajarmos juntos. E nós ficamos numa acomodação legal, e nós fizemos umas festinhas lá. A cidade à noite é muito bonita. E na minha opinião pessoal, eu gosto de beber cerveja. E a cerveja alemã é a melhor cerveja do mundo! Então toda noite, todos os dias em que eu estive em Munique foram dias fantásticos!

Eu pretendo viajar mais, com certeza! Viajar é na verdade uma das minhas principais razões para ter vindo pra Irlanda, porque é perto pra viajar para países europeus, então eu quero usar dessa oportunidade tanto quanto eu puder.

Com relação a planos, eu vou pra Holanda em novembro, pro Marrocos, na África, em dezembro, e pra Suíça também em dezembro. E antes de voltar pro meu país, eu vou pra Turquia. Se eu tivesse a oportunidade de voltar a algum país, eu voltaria pra Espanha, para o sul da Espanha. Mas não pra Barcelona! (ele teve sua mochila, com carteira e celular, furtados em um parque lá). E gostaria de ir pra algumas cidades não muito famosas na França, como Nice. Sul e oeste da França.


Cite algo interessante sobre seu país que acha interessante dizer a estrangeiros.

Eu conheci alguns estrangeiros na Coréia, e eu perguntei a alguns deles qual foi a coisa mais interessante que eles conheceram lá, e eles disseram: o serviço de entrega! Porque em todo lugar eles entregam! Por exemplo, tem um rio gigante no meio da minha cidade, e nas proximidades tem um parque, que é facilmente acessível indo de metrô. E eles estavam lá, é só precisaram ligar pra um restaurante, tipo KFC, e eles entregaram lá! Então não importa onde você esteja, eles vão entregar! (Perguntei se era possível entregar mesmo em qualquer lugar, no meio da rua). Sim! Se você souber explicar onde você está eles vão, usando uma moto.

(Perguntei se até no meio do mar trocadilho de "sea" com "street") Tá brincando? Jesus! Sério? Mas posso contar uma história? Tem uma ilha, longe das ilhas consideradas grandes, e que também são longe da ilha principal na Coréia, e nesse local eles sequer têm restaurantes. Então as pessoas que visitam lá tentam conseguir comida das outras ilhas, e isso é possível, usando um barco! Eles pedem comida chinesa, por exemplo, de outra ilha, e se usam barcos pra chegar lá e entregar a comida. É mais comum pra turistas, mas até os nativos podem pedir. É interessante porque é diferente, uma cultura diferente.
(Pergunto se é preciso alugar um barco, ou se tem algo comunitário e todos usam ao mesmo tempo) Na verdade eles apenas pegam emprestado, e eles só cobram um pouco mais pois dá trabalho, pela distância e tudo mais, mas não é comum ter um barco só pra fazer entregas. É isso o que eu queria dizer de interessante sobre o serviço de entrega. Não importa onde você estiver, hehe!


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (e que eu não tenha te contado).

Me deixa pensar, me dá uns minutos... (tentei exemplificar mais a pergunta) Bom, o que eu sabia de estereótipo do Brasil, dos caras brasileiros é que todo cara no Brasil gosta de futebol, festa e samba. Mas eu acho que não é verdade, porque eu ouvi de você que não é bem assim. Mas a maior coisa era que eu pensava que todo mundo no Brasil já havia visitado a Amazônia, o que é mentira, porque eu não conheci nenhum brasileiro aqui que tivesse ido lá!


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (que você não sabia e que eu te contei).

Bom, você corrigiu o estereótipo que eu tinha, e recentemente sobre a situação política no Brasil, que vocês estão meio que em pânico. Desculpa, "meio em pânico", haha! Bom, boa parte dos políticos no Brasil não são muito honestos, e ouvi dizer que existem muitos traficantes lá, mas eu achava que isso estava associado apenas ao México, e agora eu vejo que é mais ou menos a mesma coisa entre todos. (nesse momento eu disse que com maior ou menor intensidade, quase todo país na América do Sul têm problemas desse tipo). Ah ok, muito honesto da sua parte, hehe, quase todo país na América do Sul!

Uma das coisas mais interessantes sobre o Brasil é o futebol, porque em se tratando de futebol, Brasil é o melhor país do mundo, mas atualmente eu não sei o que tem acontecido!

O primeiro grupo de pessoas em que eu estive aqui foi um de brasileiros, eles gostam muito de festa, seja na casa de alguém ou não, e eles gostam de um tipo de "música sensual" e clipes desse tipo, e as mulheres estão quase nuas e dançando, e balançando a bunda. E elas estão muito felizes! Isso foi meio assustador pra mim. A gente tem algo parecido na Coréia, mas é tudo meio escondido, e com eles não, eles gostam de ver e mostram pra todo mundo, compartilham com amigos, essas coisas.


Deixe um recado pra quem for ler isso.

É meio difícil responder isso! Qualquer coisa? Quem é que vai ler isso? (ele começou a perguntar sobre leitores, o tema do blog, etc). Bom, se os seus leitores estiverem interessados na vida na Irlanda e em Galway e estudar inglês, eu acho que deve ser sobre isso que eu devo falar.

Eu altamente recomendo você, que eu não sei quem é, trazer bons agasalhos, sapatos, mochilas e roupas em geral impermeáveis, e tudo mais. Se você ainda não decidiu onde estudar inglês, Galway é uma boa cidade pra estudar, na minha opinião, mas depende de quem você é (o leitor, no caso). Mas se você está consciente de como seria sua vida aqui em Galway, eu acho que essa é meio que a melhor cidade. Se você tem muito dinheiro, vá pra Londres, porque é uma cidade muito legal... Meu Deus, sobre o quê eu tô falando? (questionei se ele estava falando sobre viajar ou estudar em Londres). Tudo lá é bom, o sistema educacional, e faculdades, e tudo mais, tudo é ótimo, eu acho. Mas é muito caro.

Se está planejando vir, você deveria estudar inglês o máximo possível antes pois, por mais que as coisas aqui sejam diferentes da sua escola de inglês, não há muito tempo pra aprender vocabulário (se você já quiser chegar "falando"). Se eu fosse você, eu tentaria memorizar o máximo de vocabulário possível, ou o máximo de gramática possível, pois aqui é o momento perfeito pra praticar seu vocabulário e gramática, e não pra só aprendê-los. É isso, eu estava me sentindo sobre pressão, mas foi legal. Obrigado!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

A turma do barulho! - Parte 1

 
Já citei os amigos que tenho aqui em Galway várias vezes nesse blog. Alguns com um pouco mais ou pouco menos de presença, mas o fato é que estamos normalmente juntos, seja fazendo muita coisa você quis dizer: comida, ou não fazendo nada mesmo.

Com isso, e somado ao principal sentimento que obtive nesse intercâmbio (uma enorme curiosidade por diferentes culturas e hábitos), resolvi adaptar uma ideia antiga do blog do Rick, e o propósito dessa semana é ter posts diários de entrevistas com meus amigos!

Foram feitas as mesmas perguntas pra eles, e minhas eventuais observações estão entre parênteses. Sem mais delongas, o primeiro da lista é o Claude. Claude foi basicamente o primeiro amigo que fiz aqui. Apesar de sermos da mesma sala na época, nos conhecemos e batemos um longo papo num pub coisas da Irlanda, no famoso "Pub Night" organizado pela escola, quando semanalmente todos alunos são convidados a visitar o mesmo pub e interagir entre si e entre os nativos. Com seu jeito inocente, o considero o irmão caçula que não tive Camila, estou falando apenas de irmão caçula, do sexo masculino! Não estou te substituindo! Vamos conhecer mais sobre essa galera! Prometo que você vai se surpreender!



Quem é você?

Quem sou eu? Meu nome é Claude, meu nome em inglês é Claude (alguns asiáticos, ao virem pra cá, decidem usar um nome "comum" em inglês como seu nome, devido à dificuldade que as pessoas podem ter pra pronunciar corretamente). Na verdade meu nome na Coréia é Seul Gi Kim, e meus amigos me chamam de Seul Gi. Eu tenho 24 anos, mas quando eu voltar pra Coréia eu vou ter 25 anos, porque a gente tem uma forma diferente de calcular a idade. Eu estou em Galway há cinco meses e tenho por volta de mais dois meses aqui ainda.


De onde você é (cidade e país)?

Eu sou da Coréia - e não é a Coréia do Norte!, e a cidade é Daejeon (soa como Tê-djân). O nome da cidade é baseado no alfabeto chinês, e traduzindo significa "grande território".


O que você faz?

Antes de vir pra Irlanda, eu estava estudando, numa universidade. Meu curso é Engenharia da computação. Eu estudei por 3 anos, e eu tenho que completar mais um ano. Eu tive que interromper porque eu quis vir pra cá, e agora eu estou estudando inglês, e trabalhando pra me manter aqui. Assim que eu entrei na minha universidade, eu decidi entrar na banda de lá, porque eu gosto de música, e gosto de cantar. Eu permaneci lá por 2 anos, e na verdade eu não estudei quase nada nesse meio tempo.

Depois eu precisei parar meus estudos pois eu fui pro serviço militar por 2 anos, porque na Coréia o governo nos obriga a fazer isso. Depois disso eu voltei pra universidade por mais um ano, mas aí eu pensei: "Eu quero estudar inglês, porque eu gosto muito da língua", e aí eu parei o curso de novo pra vir pra cá.

Então foram dois anos estudando na universidade, dois anos no serviço militar, um ano de novo na universidade e agora indo pra um ano aqui, ou seja, quase 6 anos. E teve mais, porque antes de chegar aqui eu passei um tempinho na Índia. Na verdade isso fazia parte do programa de estudar inglês, então eu fiquei lá por 2 meses.


O que você acha da Irlanda e de Galway em geral? Você consideraria morar aqui? Por quê?

Essa é uma boa pergunta, hehe. Na verdade tem algumas coisas que eu preciso dizer sobre a Irlanda, porque é tudo completamente diferente da minha vida na Coréia, então tem um monte de coisa relacionada a outras pessoas, outros países...

Primeiro de tudo, eu acho que a Irlanda é um bom lugar pra se viver, especialmente com relação a pessoas, porque as pessoas daqui, de Galway, são muito gentis. Claro que na Coréia nós somos gentis e temos um bom coração, mas é um pouco diferente. Por exemplo, aqui, independente da pessoa conhecer a gente ou não, eles sempre nos cumprimentam nas ruas, esse tipo de coisa, e eles me passam uma boa impressão.

Com relação a morar aqui por um longo tempo... quer saber? É muito difícil dizer. (Pensando por um tempo). Julgando até agora, eu não sei dizer... (Pensando por mais um tempo). Pra ser sincero, como eu disse, minha formação será em Computação, e poder estudar aqui nessa área seria ótimo, pois é dito que a Irlanda é um dos melhores lugares pra se estudar TI, então por que não? Mas é legal mesmo estudando inglês, que será algo importante pro meu futuro na minha carreira, então o que eu quero é poder usar e aprender inglês o máximo possível até que eu possa conversar com qualquer pessoa. Então tem esses dois aspectos, e nos dois eu acredito que a Irlanda seria uma boa opção. Mas também tem a questão de ser filho único, e acho que seria complicado decidir viver fora do meu país. Além do que, vivendo na Coréia eu também poderia ter a oportunidade de usar inglês, trabalhando lá, ou representando a empresa em outro país. Basicamente eu não sei nada sobre meu futuro, hehe. Mas é isso, se eu tivesse a chance de trabalhar aqui, eu acho que eu tentaria.


Acha que ter vindo morar/estudar aqui valeu a pena? Por quê?

Em termos de estudar inglês por um ano? (eu disse: sim, também, mas avaliando o todo). Eu acho que realmente vale a pena. Isso é irrefutável, hahaha! (a gente tinha aprendido essa palavra em inglês durante a semana). Porque como eu disse, eu não sei absolutamente nada sobre meu futuro, e pode ser que lá eu me arrependa de algo, mas minha sensação agora é que vale a pena. Primeiro pela questão do inglês. Quer dizer, meu inglês não é perfeito, mas em comparação com como eu cheguei aqui eu sei que evolui. E segundo, pela oportunidade de conhecer pessoas. Por exemplo, pessoas da própria Coréia, Brasil, Itália, Suíça, etc, e poder fazer isso na nossa idade eu acho muito legal. E poder ter viajado para rever amigos (conforme falei aqui), manter contato, e combinamos de nos encontrar no meu país é demais! Pode ser que eu me arrependa no futuro, mas poder ter tido essas experiências com vocês, mesmo tendo que suspender meus estudos na Coréia enquanto meus amigos continuam o curso, valeu a pena.

E eu queria dizer mais uma coisa: na Coréia, quando estamos terminando o ensino médio, temos uma pressão absurda para decidir sobre nosso futuro, e depois de concluir a universidade precisamos procurar emprego. Todo mundo faz isso, meus amigos e até meus pais esperam isso de mim, pois do contrário você seria uma pessoa que falhou na vida. E no meu caso eu não tive muito tempo pra pensar no futuro, sobre o que eu gosto ou o que eu sei fazer, qual seria o meu propósito ou meu sonho. A gente se sente muito pressionado com relação a isso, e talvez seja esse o motivo pelo qual muitos coreanos parecem não ter sonhos. Então aqui eu me sinto no tempo perfeito, até por maturidade, pra pensar a respeito disso. Ainda que eu tenha mais um ano na universidade, eu acho aqui um bom momento pra isso. Enfim, acho que esse ano aqui tem sido muito bom, e legal, e adorável. É irrefutável! É isso.


Pôde aproveitar da curta distância entre a Irlanda e outros países europeus pra viajar? Qual foi sua melhor viagem? Pensa em viajar mais? Onde?

Na verdade até agora eu só viajei pra um país (Itália), com meus amigos daqui e pra nos encontrarmos com nosso amigo italiano, e viajamos também para outros lugares lá, como: Milão, Como, Veneza e Roma, e depois que meus amigos voltaram pra Irlanda eu ainda fui pra Florença sozinho. Foi muito legal, pois as pessoas sempre dizem que viajar é maravilhoso, mas eu não entendia o porquê, qual seria o propósito delas. Eu até perguntei pra algumas, e elas disseram que era pela possibilidade de conhecer novas pessoas, novas culturas, ou até porque elas gostam de beber, ou comer. E eu ainda fiquei com essa dúvida. Mas pra mim, depois da minha viagem pra Itália, o propósito maior seria ter boas recordações, especialmente estando com pessoas legais. Pra mim, sequer importa o país, ou o quanto incrível possa ser um monumento, ou o quão grande é uma igreja. Claro que poderia ser fantástico vivenciar esse tipo de coisa, mas eu penso que viajando sozinho não seria a mesma coisa. Acho que mesmo indo pra um lugar que nem parece ser tão legal assim, se estiver com amigos, já valeria a pena.

O lugar que eu mais gostei foi Veneza, pois é completamente diferente de qualquer outra coisa. O segundo seria Florença, porque é muito bonito.

Na verdade eu não fiz nenhum planejamento ainda, mas comprei as passagens pra Suíça e pra Londres. Além desses, eu pretendo ir pra Alemanha, República Tcheca, Espanha, Marrocos e talvez Bélgica ou França, depois de concluir as aulas de inglês aqui.


Cite algo interessante sobre seu país que acha interessante dizer a estrangeiros.

Algo diferente pode ser algo interessante, né? Na Coréia eu diria que as pessoas, o jeito de pensar das pessoas, pois eu acho que é bem diferente em comparação com pessoas da Europa ou da América. A Coréia é um país conservador, o que pode na verdade ser uma desvantagem pra eles, pois isso os faz ser tímidos, porque a gente fica meio reprimido ao conhecer uma pessoa. Logo depois nós criamos uma conexão forte com a pessoa, mas ficamos sempre naquela: "será que ela vai gostar se eu fizer isso?". Nós pensamos demais, especialmente com relação a pessoas mais velhas, o que é uma característica especial do povo coreano, e faz parte da nossa cultura.


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (e que eu não tenha te contado).

Na verdade, desde que eu te conheci, eu aprendi várias coisas sobre o Brasil, tais como: corrupção, assalto, mas não só coisas ruins, como pessoas boas, etc. Mas antes disso, eu tinha na minha cabeça um certo estereótipo a respeito do Brasil, como: eles têm várias árvores, e montanhas, a maioria das mulheres são bem sensuais, se eu visitasse o Brasil eu veria cobras gigantes, tipo anaconda, e eu deveria tomar cuidado com esse tipo de coisa. Também aranhas, macacos, e um lugar muito quente. Ah, eles têm a melhor seleção de futebol do mundo, e eles jogam de amarelo.


Cite algo que você sabe sobre o Brasil (que você não sabia e que eu te contei).

Eu fiquei um pouco chocado quando você me disse certas coisas a respeito de corrupção e assalto, a segurança em geral no Brasil foi um pouco chocante, porque quando você comentou da primeira vez eu achei que não era algo muito sério, mas depois eu pude ouvir de outros brasileiros também, e vários deles já tiveram alguma má experiência desse tipo. Além de certas "zonas" onde pessoas perigosas podem viver (contextualizando, há um tempo eu expliquei o conceito de favela pra ele, mas também disse que lá existem boas e más pessoas, como em qualquer lugar).


Deixe um recado pra quem for ler isso.

Jesus! Não tem nenhum tópico ou algo do tipo? Hmm... (pensando e reclamando que é muito "aberto"). Acho que posso falar sobre meu sentimento ao terminar a entrevista? Bom, na verdade ter vindo pra Irlanda, e ter a experiência de conhecer várias pessoas pra mim valeu muito a pena, e eu estou muito feliz. Então... Eu sou o Claude... É isso!