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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O quanto a escola pode auxiliar no aprendizado de inglês do intercambista?


Por mais que o título desse post pareça tema de TCC ou chamada sensacionalista de um artigo no Facebook, minha intenção aqui não é a de levantar nenhuma verdade universal, mas apenas compartilhar a minha experiência e percepção, além de observações de alguns amigos na mesma situação que a minha. O que me encorajou a escrever sobre esse tema, no entanto, foi que desde o momento em que decidi fazer o intercâmbio, sempre me perguntei sobre o quanto conseguiria aprender estudando inglês todo dia durante seis meses fora do meu país.

Como contei aqui, estudei inglês num curso de extensão da área de letras na UFMG em BH por um tempinho, quando tive a primeira experiência de aprender a língua numa "sala de aula". Inicialmente tive um encorajador, porque queria muito ter a oportunidade de praticar meu speaking usando o que eu já tinha aprendido por conta própria, e ao contrário de alguns meus amigos na época, achava que fazia muito mais sentido estar num local onde eu pudesse praticar com muita gente, ao invés de ter aulas particulares (o que se provou ser exatamente o oposto no futuro). O problema naquela época era que o nível da sala era muito irregular, ou seja, tinha gente que falava melhor do que eu, e muita gente que sequer se sentia confortável pra conversar. Mais do que isso, o que mais me incomodou naquele tempo era ter que seguir um livro que abordava assuntos de maneira meio aleatória, e as aulas não tinham muita estrutura e sequência entre elas. Resumindo muito a ópera, aprendi muito pouco no período em que estudei lá.

Voltando aos últimos meses, quando comecei a estudar aqui na Irlanda, (como também já comentei aqui), minhas aulas eram bastante focadas em conversação, mas mais por conta do estilo do meu professor do que uma linha seguida pela escola em si. Apenas contextualizando, minha escola segue um modelo de usar um livro que abrange vocabulário e gramática por meio de assuntos aleatórios pois é! de segunda a quinta, e na sexta temos um teste com o que foi estudado durante a semana. Aliás acho que esse é o modelo básico de ensino nas escolas pelo país a fora, de acordo com o que li a respeito.

Como disse, muitas vezes a forma como as aulas fluem depende muito de como o professor as conduz. No meu caso, o primeiro professor acabou sendo designado pra outra turma, e tivemos uns 5 professores nesse meio tempo, entre temporários e definitivos (que acabaram sendo temporários também, mas por um período maior, rs), e que tiveram diferentes graus de "apego" ao livro, à conversação e às atividades recreativas durante as aulas.

O problema, pra mim, acabou sendo o que já deve ter ficado claro: acho que não "funciono" com esse modelo padrão de aprendizado, e a verdade é que nos últimos tempos tenho andado sem mais muita expectativa de aprender muito lá. Nem me sinto no direito de dizer que a escola é culpada por isso, como também não digo que "não aprendo nada", mas realmente acredito (e se olho pro meu retrospecto de aprendizado isso se confirma) que minha forma de aprender é outra, quando consigo absorver conteúdo de uma maneira menos despretensiosa (usando música, seriados, etc), da mesma forma em que consigo estudar gramática de uma maneira mais direta, no sentido de "isso aqui uso assim, aquilo lá uso assado". Preciso destacar um "mea culpa" entretanto: nunca, em todo esse tempo que estive aqui, parei pra estudar ou revisar o que aprendi na escola. Um pouco por desinteresse, e um pouco pelo sentimento de "amanhã tem mais" que acaba influenciando um afinco menor no estudo fora da sala.

Na época em que estudei inglês por meio de aulas particulares, senti meu aprendizado evoluindo muito, num período relativamente pequeno. Foram quase 2 anos sendo: 3 aulas de 50 minutos por semana no primeiro ano, 2 dias na semana; e 2 aulas no mesmo esquema no segundo ano, mas apenas uma vez na semana. A grande diferença nesse caso é que o professor te conhece, sabe seus pontos fracos e fortes, e vai e volta nos assuntos que ele vê necessidade de acordo com o sua percepção sobre o aluno. Juntando-se a isso a prática de conversação, a coisa deslanchou de vez! No final do curso, disse pra minha professora que comecei as aulas já tendo algumas peças do quebra-cabeça, mas foi lá que aprendi como elas realmente se encaixavam hashtagS2.

Um ponto acima de tudo me preocupa: tenho a leve sensação de ter atingido o falado "Plateau do aprendizado" (explicação rápida em português aqui, e mais completa em inglês aqui), o qual não conheço muito, mas acredito mesmo que possa ter sido meu caso. Ele basicamente diz que, após um período crescente do aprendizado, acabamos meio que entrando numa linha reta, onde não é possível mais ver muita evolução. Fica de qualquer maneira o para-casa pra pesquisar mais sobre o assunto, inclusive.

De qualquer forma, já há algum tempo tenho conversado com amigos aqui sobre assuntos relacionados à melhora do inglês, e vira e mexe estamos debatendo sobre como melhorar ainda mais nosso nível com o que temos disponível, sendo todos pessoas na faixa dos 21-25 anos com bom nível da língua, ou ainda Upper intermetiate, de acordo com a escola. Tópicos do tipo "como ter mais contato com a cultura irlandesa e com os nativos" sempre surgem (e sempre paramos na pergunta "como fazer?". Sério, isso é bem mais difícil de responder do que parece), além de pensar em fazer grupos de estudo independentes, e coisas do tipo.

Me perguntando novamente sobre esse assunto em um dia desses, resolvi questionar de uma maneira mais direta meus amigos, os quais alguns são ou foram da minha sala em algum momento, sobre o que pensam desse assunto. Tive respostas que envolveram desde que a escola deveria reduzir a quantidade de alunos em sala (hoje por volta de 14 pessoas), passando pelo fato de rumores dizerem que cursos relacionados à exames, como IELTS ou FCE são mais focados, já que eles tem um objetivo mais definido do que "General English" já que o próprio nome mostra não ser muito específico. O consenso geral é que escola ajuda, mas ajuda menos do que o esperado, e que diferentes níveis de inglês e diferentes formas de aprendizado deveriam ser levados muito mais em conta do que normalmente são (ou pelo menos foram por nós).

Finalizando, o ponto em que sempre enfatizo é que estamos quase sempre juntos, usando inglês, e que isso é algo muito válido e importante (já que o que não falta é gente da mesma nacionalidade conversando em sua própria língua por aqui nem tô falando só de brasileiros). Ainda assim, atividades que permitam um contato maior com nativos, como trabalho (remunerado ou como fiz aqui) e até relacionamento Tinder, estamos aí podem definitivamente colaborar na busca pela tão controversa fluência. Enquanto não encontramos a resposta pra pergunta-título do post, o plano é continuar tentando uma aproximação maior com o uso da língua, ao mesmo tempo em que tentamos praticar o máximo possível entre nós, e também sem abandonar de vez a escola, afinal lá é sempre possível conhecer gente nova, treinar a conversação e claro, aprender alguma coisa.

Edit: talvez o post tenha ficado um tanto quanto "deprê", e possa parecer que me arrependo do intercâmbio e coisas do tipo, então fica a observação: de forma alguma me sinto arrependido, e o contexto completo do intercâmbio (que também inclui a escola) tem me proporcionado experiências únicas, as quais acredito que jamais viveria se não fosse estando imerso numa outra realidade. Então, se está lendo esse texto e pretende estudar fora, não tenha dúvidas: vem logo! :)

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Pé na estrada: Dublin


Sei que nesses quase 3 meses fora do Brasil ainda não viajei quase nada, mas acabou juntando o medo de gastar dinheiro sem estar trabalhando com uma certa falta de propósito e a coisa simplesmente não fluiu. Mas isso vai mudar em breve, podem apostar.

Na última segunda-feira, dia 3 de Agosto, foi feriado na Irlanda. É mais um dos famosos "bank holidays" que pelo que vejo ninguém sabe por que existe, mas o importante é aproveitar. Acabei sabendo desse feriado apenas alguns dias antes, logo não deu pra planejar muita coisa. Junto de mais dois amigos viagem sem solidão dessa vez, pensamos em ir pra Irlanda do Norte, mas não tinham muitos hostels disponíveis, e o fator "libras esterlinas" acabou sendo um desmotivador pra todo mundo.

Com isso, e pra não ficar sem fazer nada em todos os 3 dias do recesso, acabamos decidindo ir pra Dublin. Seria um "bate e volta", ou seja, ir, ficar um bocado de tempo durante o dia e voltar, sem precisar preocupar com acomodação. Também era uma vergonha estar aqui esse tempo todo e não ter visitado a capital do país até então, né?!

Montamos um roteiro de um dia na cidade, baseado nesse post do Barbaridades, e em alguns outros que procurei de última hora. Basicamente nosso plano era: tomar café da manhã pelo centro; fazer um Walking Tour pela cidade (conforme indicado no post da Bárbara); ir almoçar em um festival de comida que estava anunciado no Facebook; passar no Stephen Green Park; dar uma volta nas principais ruas do centro (como O'Connell e Grafton Street), algum passeio como no Trinity College ou Guinness Storehouse; Phoenix Park, e pra finalizar o dia, Temple Bar.

Como já é de se imaginar (principalmente pra quem conhece os lugares, a distância entre eles e os tempos de visitação), não deu tempo de fazer tudo. Pegamos o ônibus na rodoviária de Galway às 6:15hs, e DEVERÍAMOS ter chegado 2 horas e meia depois. Digo deveríamos porque os inocentes aqui não perceberam que tinham que descer do ônibus ANTES de ele ir pro aeroporto, que fica a uns 15 minutos da parada no centro. Conclusão: após meu amigo ver com o motorista se era possível descermos após a parada e descobrir que não, fomos pro aeroporto. O legal é que chegando lá, eles nos permitiram voltar no ônibus que fazia o sentido contrário, e descemos em Dublin no lugar correto! Salvo mais uma vez pela simpatia irlandesa :)

Estando mais de meia hora atrasados, e já em cima da hora do passeio guiado que agendamos pela internet, só deu tempo nos localizar e correr pro Dublin Castle, ponto de partida da "aventura" de quase 3 horas. Mas já nesses primeiros momentos fiquei com uma sensação meio estranha com relação à cidade, mas volto nisso no final da história.

O guia do walking tour era muito simpático e engraçado, e haviam várias pessoas (acho que mais de 20) de todos os cantos do mundo: americanos, franceses, belgas, australianos, canadenses, cingapurianos eu pesquisei essa palavra, pois não sabia a nacionalidade das pessoas da Cingapura, etc. O passeio foi muito legal, recheado de informações, e visitamos lugares como o Dublin Castle, uma igreja não muito grande que não lembro o nome, as partes cultural e festiva do Temple Bar, rio Liffey, Trinity College, e terminamos no Stephen Green Park. 

Depois disso, famintos, fomos procurar o tal festival pra comer alguma coisa, mas oh: pra mim foi um belo fracasso. Ele se resumia a umas 6 ou 7 barracas num canto do Temple Bar, e nenhuma tinha de fato algo pra almoçar. Meu amigo resolveu convidar uma amiga também coreana moradora de Dublin pra almoçar com a gente, e ela indicou um restaurante mongol bem barato. A forma de servir comida é meio maluca: com uma "cumbuca" você se serve de alguns vegetais e macarrão, e escolhe outra cumbuca com carne (porco, frango, frutos do mar, etc). Depois tem uma seção de temperos (tipo ervas, pimenta, essas coisas), e uma de molhos. Quando acaba de servir, deve-se entregar os dois recipientes pra colocarem tipo em uma chapa e misturar tudo. No final, é até bom, e o preço (5 euros) não é nada mal.

Após comer e ouvir várias histórias sobre a vida (e os perigos, segundo a coreana) em Dublin, ficamos na dúvida entre ir na fábrica da Guinness e no Phoenix Park ou não, já que ambos tomariam por volta de 30 minutos de caminhada pra chegar, e mais um bom tempo pra conhecer. Acabamos visitando o mercado coreano e depois o brasileiro. Tenho que confessar que ver Guaraná Antarctica e alguns ingredientes de comida brasileira fizeram meus olhos brilharem justo eu, que sempre achei que isso fosse bobeira. Mesmo não sendo muito barato, acabei comprando algumas coisas, mas mais pelo fato de saber que não teria oportunidade parecida por algum tempo, já que aqui em Galway não se acha isso facilmente.

Depois de tomarmos um café (e meu Deus, como tem cafeteria no centro de Dublin! Acho que tem mais do que pub, haha), fomos dar uma volta na Grafton Street, já que minha amiga queria conhecer o local onde se passa a cena inicial do famoso filme Once. O local, que pra mim basicamente parece a rua de maior comércio aqui de Galway expandida umas 10 vezes, estava bastante movimentado, e deu pra se divertir um pouco vendo os artistas de rua, e na loja da Disney! infância eterna.

Depois fomos pro Stephen Green Park de novo, já que ficava no final da rua, e só tínhamos visitado a entrada quando fizemos o tour. Ficamos lá por um tempo aproveitando o sol, e depois fomos pro Temple Bar comer alguma coisa. Tentei achar algum restaurante brasileiro, pois meus amigos queriam conhecer, mas só encontrei um aberto, e já estava lotado. Acabamos comendo burrito em um restaurante mexicano o meu sem pimenta porque não sou obrigado. Depois disso, já sem muita coisa pra fazer e já cansados e com frio, optamos por adiantar a volta em uma hora, no ônibus de 21:45hs (que chegou aqui pouco mais de meia-noite, debaixo de MUITA chuva).

Agora as considerações, mas antes, um detalhe: de antemão quero deixar claro que não gosto de comparações, pois elas costumam sempre ser tendenciosas e superficiais, mas nesse caso, e até levando em conta a possibilidade de morar em Dublin no futuro pelo menos enquanto faço meu "curso profissionalizante", a comparação foi inevitável. Também tenho que frisar que só visitei algumas partes da cidade (acho que Dublin 1 e 2), o que seria somente equivalente ao centro pelo que entendi, ou seja, minha opinião se baseia apenas nessas àreas.

Indo direto ao ponto: o clima estava perfeito (já tinha uns bons dias que não via o sol, ou seja, muito melhor que aqui), mas se pudesse dizer o que vi da cidade em uma definição rápida seria: feia, suja e basicamente com cara de cidade grande, o que pode ser bom ou ruim, dependendo da pessoa. Não sei se realmente já me acostumei com Galway, mas poder olhar ao redor e só ver construções enormes, enquanto aqui praticamente não se tem prédios e se vê belas paisagens por todo canto, fiquei com uma sensação de estar "preso" boa parte do tempo. A quantidade de vezes em que ouvi português nas ruas foi incontável. Galway tem uma quantidade boa de brasileiros, mas acho que ainda bem longe do que é Dublin. Apesar de tudo, a cidade parece ter muita coisa pra fazer, muitos lugares pra visitar, e tanto neles quanto em restaurantes há sempre opção de preços reduzidos pra estudantes.

Talvez por ter lido BASTANTE sobre a cidade ainda na minha época de buscas para o intercâmbio, em muitos lugares tive a impressão de que eu já os conhecia (às vezes até o nome), e nada realmente me surpreendeu, positiva ou negativamente. Mas acho que especialmente depois da conversa com a coreana moradora da cidade, que enfatizou todos os perigos e problemas de lá, fiquei ainda mais desapontado. Sendo de BH, uma das maiores cidades do Brasil, não me sinto exatamente apegado a uma vida interiorana, mas minha sensação em Dublin foi de poder ter os mesmos problemas de segurança que teria no meu país, o que é uma coisa que definitivamente não sinto falta (e que simplesmente não existe aqui em Galway). Na verdade Dublin pra mim pareceu São Paulo nas vezes em que estive lá. Apesar de sempre passar por lá muito rápido e sempre à trabalho, a atmosfera de "cidade grande" (e quando digo grande é realmente grande, maior que BH) com todos os benefícios e malefícios disso esteve presente o tempo todo.

Acho que tudo isso pode mesmo ser uma impressão particular minha, até levando em conta ter ficado bem traumatizado depois que fui assaltado na minha cidade, e me sentir "em estado de alerta" o tempo todo em lugares assim. Em termos de comparação, meus amigos ficaram encantados com o dinamismo e o tamanho da cidade além do clima, e falaram várias vezes em querer se mudar pra lá. Isso é algo que eu não pretendo considerar, pelo menos não nas regiões que estive (e realmente acredito que mais afastado do centro as coisas possam ser melhores).

Resumindo, foi interessante conhecer um lugar sobre o qual eu tinha ouvido falar tanto mas nunca tinha visitado, e que, querendo ou não, devo voltar no futuro. De qualquer maneira, tem galeria de fotos de novo no final do post tiradas pela minha amiga, pois não tive paciência e fiquei com um medinho de usar celular em alguns lugares. Espero que essa seja a última viagem com balanço não muito positivo. Aliás, a próxima já está planejada pro próximo mês, e acho que vai ser bem legal, capisce? :D

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Galway International Arts Festival: #EuFui (trabalhar)



Um dos motivos que me fizeram atrasar os últimos posts foi meu primeiro trabalho aqui na Irlanda. Isso mesmo! Durante a 3ª e 4ª semana do mês de Julho, trabalhei como voluntário aqui em Galway, no maior festival da cidade.

Logo quando encontrei as primeiras informações sobre Galway, no momento em que ainda tentava decidir onde realizar meu intercâmbio (como contei aqui), sempre haviam menções a esse festival, que ocorre em Julho. Assim, mesmo antes do início desse mês já foi possível ver muita movimentação a respeito disso e, após a divulgação inicial dos eventos quando vi que boa parte deles era paga e muitos não exatamente baratos para o padrão de vida de um intercambista brasileiro, notei que haviam vagas para trabalho voluntário. Unindo a questão de estar sempre procurando o que fazer pra matar o tempo, com a vontade de estar mais em contato com os irlandeses e sua cultura, convenci alguns amigos, e juntos nos cadastramos pra trabalhar no festival.

Minha primeira opção era tentar linkar esse trabalho com a minha àrea de atuação profissional, e o mais próximo disso era trabalhar com Social Media. Ao realizar o cadastro, era perguntado a prioridade do setor em que gostaria de trabalhar, e essa foi minha primeira opção, seguido de Música, Teatro e o famoso evento Big Top (o qual eu fui selecionado, apesar de não saber direito como funcionou o critério). O Big Top é basicamente "um festival dentro do festival", onde os grandes shows acontecem, e quando famosos artistas e bandas se apresentam na conhecida grande tenda azul montada dentro do campus da maior universidade daqui.

Após algumas reuniões (quando tive o primeiro grande contato com nativos e com o sotaque) para apresentação do festival, falando do conteúdo, da história e da importância dele pra cidade, recebi a relação de dias em que trabalharia nos 6 shows do evento, sempre começando às 17:30hs e só terminando às 23:30hs. Apesar de tudo isso, me incomodou nesse momento perceber que dali a alguns dias eu iria começar a "ralação", mas não fazia a MENOR IDÉIA de qual seria efetivamente meu trabalho. No final das contas, fui informado de que apenas nos dias das apresentações eu seria instruído.

Assim, no primeiro dia (14 de Julho) lá estava eu, com meu amigo coreano e junto de mais aproximadamente 20 pessoas munidos de nossas nada discretas representativas camisas amarelas, para literalmente "iniciar os trabalhos". Fomos sempre orientados pelo Jim, um simpático e ágil senhor com um sotaque bem carregado, que nos passava as informações dos shows, alguma observação pertinente, e que sempre nos reunía no final de cada dia para coletar algum ocorrido e/ou alguma sugestão para os próximos shows. Nesse dia (bem como nos 2 próximos), junto com mais um voluntário, ficamos responsáveis por uma saída de emergência da tenda, ou seja, é tipo aquele pessoal que trabalha de bombeiro ou em ambulância em estádio e que só vai ter trabalho mesmo se alguma coisa sair errado, o que graças a Deus não aconteceu. Além disso, era minha tarefa dar informações gerais do local para as pessoas (banheiro, onde comprar bebida e comida, etc), pedir às pessoas que fumassem apenas fora da tenda, e permitir apenas a membros do "staff" o acesso a tal saída. Um detalhe não muito desagradável entretanto é que essa saída ficava ao lado do palco, a uns 30 ou 40 metros de distância, o que significava poder dar uma boa espiada nos shows sem maiores problemas (o que era permitido, desde que não ficasse só por conta disso). Também como parte do trabalho, no final de cada dia tínhamos todos que recolher os copos descartáveis e o "lixo" em geral deixado pelo respeitável publico, mas era coisa de se fazer em 5 minutos. Não foi só moleza, né!


Vamos trabalhar, minha gente!
Detalhe pra minha cara de não muita animação, haha!

No primeiro dia se apresentaram as bandas Little Green Cars e St. Vincent. A primeira ainda não é muito famosa aqui mas que ganhou meu coração, rs! Sério, são 5 cantores/músicos muito bons, que fazem harmonias maravilhosas em suas músicas. Deixo um vídeo em especial de uma apresentação ao vivo que é ainda melhor que a de estúdio aqui. Já a segunda banda é bastante famosa e focada em performance, me lembrou algo como Lady Gaga cantando rock pesado, hehe.

No segundo dia, tivemos o primeiro show lotado: Damien Rice (caso não se recorde, é aquele cara da música "The Blower's Daughter", ou ainda, a música original da versão "Eu não sei paraaar de te olhar" da Ana Carolina e Seu Jorge). Após um show de violino e após as barracas de bebidas fecharem por exigência dele, que não queria ninguém bebendo enquanto ele se apresentava, as quase 4 mil pessoas foram ao delírio com o show principal. Damien é um artista bem intimista, e foi bastante legal ver toda a platéia fazendo silêncio pra focar na apresentação. Um adendo para dizer que meu trabalho nesse dia (e no próximo) foi sofrido: a saída de emergência era basicamente uma abertura em uma das laterais da lona da tenda, que precisava ficar semi fechada. O problema era controlar isso com a ventania absurda daqui! Encontramos uma maneira de tentar resolver isso agarrando os lados dessa abertura da tenda ao nosso corpo, mas o vento era tão forte que empurrou a gente muito forte incontáveis vezes!

Os próximos dias (17 e 18 de Julho, respectivamente sexta e sábado) foram apresentações da Kodaline, uma boa banda de rock muito conhecida entre os jovens da Irlanda. O local estava absolutamente lotado, e no sábado choveu muito, o que significou lama POR TODOS OS CANTOS do evento. Foi triste ver muita gente de vestido e sandália completamente imundo eu também não saí ileso. Nesse dia fiquei responsável por um dos acessos da tenda, e deu bem mais trabalho controlar esse mar de gente com um temporal rolando (especialmente os fumantes que não queriam sair da parte coberta).

O próximo show só foi acontecer na quinta-feira da outra semana, e com uma grande alteração. Um dos artistas mais aguardados, a cantora irlandesa mais famosa internacionalmente Sinead O'Connor, teve o show cancelado (primeiro foi dito que ela estava gripada, mas dias depois revelaram que seu filho está com uma doença bastante complicada já há alguns meses). Com isso, houve uma mudança na apresentação dos artistas: John Grant, que iria abrir o show, na verdade foi o show principal, e com isso Sharon Shannon foi chamada pra substituí-lo na abertura. Não conheço muito sobre ambos, mas até onde entendi ele é americano e amigo da Sinead, e ela comanda uma banda de música tradicional irlandesa, que basicamente só tocou instrumental. A lotação do dia foi bastante reduzida, obviamente pelo fato do público que desistiu depois da mudança de última hora, e as apresentações na minha opinião foram bem mornas. Nesse dia minha ocupação foi cuidar da área onde ficam os equipamentos de iluminação e os profissionais que os operam. Detalhe: um pouco mais afastado do palco do que quando estava na saída de emergência, mas exatamente de frente pra ele. Nada mal novamente!

O último dia de trabalho foi no último sábado (dia 25), com a Coronas, uma banda de rock pesado com um show muito bem feito, usando de efeitos e interação com o público da maneira mais completa que vi. Novamente lá estava eu na área dos equipamentos de iluminação, mas dessa vez bem espremido por conta de mais um dia de lotação máxima.

Além disso tudo, como agradecimento pelo nosso trabalho, ganhamos ingressos para a apresentação "Live Live Cinema", uma peça de teatro onde é exibido um filme antigo mas sem nenhum som original. A surpresa é que no palco os atores recriam todos os sons do filme, bem como as falas, e tudo no exato momento em que as coisas vão acontecendo na tela. Uma experiência muito legal e diferente de tudo que se pode imaginar!

Apesar de não ter acompanhado muito os outros eventos (fui apenas a uma exposição de arte, e nem o tão falado balão Skywale eu vi pois ele apareceu apenas alguns dias devido ao clima) já que ou não coincidia com meu tempo disponível ou eu estava bem cansado, o que ouvi é que o festival foi um sucesso! Mais de 200 mil pessoas acompanharam os 26 eventos disponíveis nessas duas semanas, e não se falou em outra coisa na cidade.

O balanço que faço desses dias foi bastante positivo: tive a oportunidade de estar em contato com vários irlandeses (tanto voluntários que conversei menos do que esperava, quanto com o público em geral); mesmo sem planejar tive a oportunidade de acompanhar shows fantásticos que eu pagaria mais de 200 euros pra assistir (quem me conhece sabe o quanto eu sou fissurado em música, mas por algum motivo nunca fui muito de ir em shows) e ainda encontrei uma boa maneira de me manter ocupado aqui. Ver gente sendo simpática, antipática, pedindo pra tirar foto e tirando foto de mim!, e poder ajudar, seja com uma informação simples, ou segurando um guarda-chuva aqui ou uma bebida acolá, foi uma experiência muito válida. Meu plano pro futuro é, caso não encontre emprego part-time o que parece que não vai acontecer mesmo aqui, vou tentar achar outro trabalho voluntário, e ter ainda mais contato com pessoas e culltura irlandesas. Pra encerrar, um apanhado geral do Festival nesse vídeo e na galeria abaixo. Enjoy!

terça-feira, 21 de julho de 2015

Dois meses!



Com atraso de uma semana, sai do forno o post comemorativo de dois meses de Irlanda! Decidi colocar apenas nesse tipo de post-resumo uma pegada mais "diário", com uma visão mais detalhada do meu dia a dia aqui. Sem mais delongas, vamos aos fatos:

Em dois meses na Irlanda:

- Eu já fiz algumas amizades, mais do que o esperado, mas como já citei antes, a estadia de europeus especialmente na minha escola é sempre muito curta. Com isso já foram inúmeros "goodbyes", e algumas despedidas na rodoviária (daqui o povo vai de ônibus pro aeroporto de Dublin), sempre com muito chororô e aquele sentimento ruim de impotência. É chato porque você se apega, fica junto quase que o tempo todo  por algumas semanas e depois dá adeus sem ter muita certeza se vai ver a pessoa de novo (apesar de combinarmos viagens num futuro próximo). É triste, falo que não vou fazer mais amizades "curta-metragem", mas obviamente isso só dura até a próxima pessoa interessante aparecer. Pra passar o tempo, eu e meus amigos de "longa-duração" compramos um Jogo da Vida e um baralho claro que ensinei pra eles o que é "vaquinha". Vamos arrumar coisa pra fazer, minha gente!

- Também talvez por isso, diminui bastante a frequência com que vou a pubs aqui. Não tenho bebido quase nada, e o "oba oba inicial" das Pub Nights da escola, quando o pessoal se reúne num pub pra beber e se conhecer, já meio que passou. Entretanto preciso falar de algo que ainda não comentei: é absurda a qualidade da música ao vivo em pubs aqui! Em qualquer um que tenha esse tipo de coisa, é sempre de cair o queixo. Por mais que o conceito de "música boa" seja bem subjetivo, o que se toca nesses locais (basicamente rock, mas nada muito pesado), é impossível de não se agradar.

- Falando da escola, nesse meio tempo vivi uma reviravolta: me senti pouco desafiado no meu nível (upper intermediate); pensei em ir pro Avançado; desisti após uma amiga mudar e dizer que é a mesma coisa; decidir mudar de novo depois que minha professora disse do nada que eu deveria tentar; fiz o teste, passei, e foi a minha pior semana aqui! Foi um conjunto muito grande de mudanças: a escola está abarrotada de gente por conta da "high season" principalmente espanhóis, então precisei mudar até de prédio. Todo mundo na minha sala era novato, inclusive a professora, que tinha voltado da Espanha (?!) após longos anos trabalhando lá. O problema maior foi que os alunos eram todos ou (1) professores em seus respectivos países, ou (2) estudantes de Letras em seus respectivos países, ou seja, o nível Avançado era mesmo avançado! Além disso, eles basicamente estavam revisando conteúdo, enquanto pra mim tudo era novidade. Pedi inicialmente pra mudar de turma, mas depois de dar uma fuçada no conteúdo do livro, vi que precisava revisar algumas coisas mesmo. Assim, antes mesmo de mudar de sala, pedi pra voltar pro nível anterior. O problema agora é que tenho a mesma sensação de antes, ou seja, nesse nível vejo muito do que já aprendi no Brasil. Alguém pede pra criarem um "Pré Avançado" na minha escola, por favor! :P

- Ainda no quesito mudanças, mudei de quarto na minha casa. O novo é quase 3 vezes maior que o antigo, tem suíte e é apenas 20 euros mais caro. Achei um negócio da China, só que na Irlanda, haha! Precisei dar uma faxina GIGANTE, já que o antigo morador era irlandês, e digamos que alguns deles não são muito conhecidos pelo quesito limpeza. De qualquer forma, a nova housemate é também irlandesa, mas garantiu que é super organizada nesse sentido. Oremos!

- Desde o início sempre achei a água daqui meio salgada. E quando digo água não é só a da torneira não (até porque tomar água da torneira aqui é como ganhar um dragão muito escandaloso na sua barriga), mesmo a de garrafa (água mineral) é do mesmo jeito. Só agora consegui encontrar uma marca que tenha o mesmo sabor que a do Brasil. eu sei que água não tem sabor, mas dá pra entender, né! Só pra constar é a "Perthshire", e vem da Escócia (isso parece muito chique, mas aqui é simplesmente normal).

- Preciso definitivamente começar a comer direito aqui. Normalmente cozinho algo simples no almoço, e faço um lanche no jantar, mas mesmo o primeiro não tem sido muito saudável. Tenho dois problemas: a geladeira da minha casa é muito pequena sério, pequena MESMO pra 5 pessoas, parece um frigobar, e tenho basicamente o espaço da porta pra acomodar minhas coisas. Somando-se a isso a pequena quantidade de legumes e verduras que tem aqui e que conheço e/ou gosto de comer, não sobra muito jeito de comer certinho não! Mesmo na minha casa no Brasil, minha família nunca foi muito encanada com esse lance de ser saudável, mas aqui a coisa tá feia e até meus housemates já comentaram. O interessante é que sempre que posso cozinho pros meus amigos aqui e modéstia a parte, fica sempre bom. Já tive a audácia de fazer comida asiática pra asiáticos (arroz chau-chau e frango xadrez), e lasanha pra um italiano de Bologna claro que morri de vergonha, mas só descobri depois que já tava pronto. Também já comi coisas boas e outras nem tanto feitas por amigos coreanos, japoneses, italianos e suiços.

- Não tenho acompanhado séries depois que GOT acabou, e realmente sinto que usar esse tipo de coisa, assim como música, ajuda muito no meu aprendizado do inglês. Além de tudo é rídiculo como sempre usei desse artifício antes, e aqui no "vamos ver" tenho assistido apenas "Masterchef Brasil" me julguem, mas eu adoro! Viva o Youtube nesses momentos! Preciso de novas (mesmo não tendo muito tempo), ou que as minhas recorrentes voltem logo da "entressafra".

- Tenho lido sobre a situação atual no Brasil, e as coisas têm me assustado! A situação política parece estar ainda pior do que quando saí, e a tal crise também não parece dar sinais de melhora. Espero encontrar as coisas melhores quando voltar.

- Tenho estado bastante ocupado nos últimos tempos por 3 grandes motivos. O primeiro deverá ser o tema do próximo post: estou trabalhando como voluntário aqui por duas semanas, mas detalho depois. Sobre as outras duas coisas ainda é segredo, mas dando certo ou não conto aqui depois. O fato é que são coisas que poderiam mudar o rumo do meu intercâmbio (e consequentemente da minha vida) como eu jamais poderia imaginar.

E que venha o próximo mês!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Brasileiros (e compatriotas em geral) na Irlanda. Como lidar?



Acredito que a maior parte das pessoas quando decide sair do seu país pra viver em outro, tendo como objetivo aprender e praticar a língua local, pensa em evitar ao máximo o contato com seu idioma nativo. Tive isso em mente mesmo quando ainda estava planejando o intercâmbio, assim como acontece com quase todos os amigos e colegas que conversei sobre o assunto aqui, e com certeza com muita gente espalhada pela Irlanda e pelo mundo afora. Mas o motivo pra evitar pessoas da mesma nacionalidade é bastante óbvio, certo?

A verdade é que não sei se existe uma resposta tão óbvia quanto parece, principalmente quando se está do "lado de cá" da situação, e existem diversos prós e contras a serem levados em conta nessa questão.

Entretanto gostaria de salientar uma curiosidade: tomando por base o que considerei ao escolher Galway, e analisando a situação pela minha vivência aqui até então (isso não é um dado absolutamente oficial), muita gente além de brasileiros tem escolhido essa cidade pra estudar/trabalhar fugindo de Dublin por exemplo, para evitar a mesma nacionalidade! Acho isso bem interessante, pois é uma preocupação grande que vejo e tive por parte dos brasileiros, mas que também ocorre com asiáticos em geral (que são até maioria na minha escola, em comparação com brazucas), e mesmo com espanhóis, que sinceramente acredito ser o maior "grupo" estrangeiro aqui já tô quase aprendendo espanhol por tabela nas ruas, hahaha!

De acordo com o que percebo principalmente na minha escola, existem brasileiros e grupos de estrangeiros que simplesmente optam por ficarem o tempo todo juntos. Isso é errado? Não sei, mas acredito que, como já citei antes, geralmente recai no problema da língua. Muitas vezes as pessoas não tem confiança, ou o mínimo de inglês suficiente pra uma conversa. Sinceramente hoje acredito mais na primeira opção, pois nem que seja com ajuda de mímica, a coisa acaba saindo (digo isso por experiência própria, seja quando as palavras me escapam, ou quando converso com pessoas que ainda estão em níveis mais básicos). Mas também como contraponto, já vi grupo de italianos onde mesmo havendo um com nível avançado por exemplo, e outros não falando tão mal assim, jamais perdem a oportunidade de conversar na mesma língua que seus compatriotas quando estão "com a galera" o que sempre acho uma EXTREMA falta de educação com quem está junto.

Citando especificamente minha experiência com brasileiros aqui, muitos acabam se enturmando entre si e algumas vezes somente entre si, enquanto alguns tentam dividir a atenção entre brasileiros e estrangeiros. Esse também é um ponto polêmico pois, devido ao looongo tempo que decidimos passar aqui (no mínimo 6 meses) é saudável e necessário fazer amizades, mas não dá pra dizer que vale a pena fazer amigos brasileiros apenas porque são brasileiros, nem com gringos apenas porque não falam português, não é verdade? Amizade ou mesmo coleguismo tem muito mais a ver com afinidade do que apenas com idioma e nacionalidade, ainda mais fora da sua terra natal. 

Pessoalmente, a única coisa que me incomodou foi que nenhum brasileiro (a não ser os que estiveram na minha sala) se esforçou o mínimo pra conversar em inglês comigo, mesmo vendo gente virando para o lado LITERALMENTE! e falando em inglês, ainda que às vezes no "embromation". É até possível que algum(ns) dele(s) até tenha(m) esperado que eu desse o primeiro passo prefiro dar o benefício da dúvida, mas por conta dessa enxurrada de coisas a se considerar, o meu sentimento é de realmente não saber como agir quando encontro alguém do Brasil aqui! Isso deve parecer ridículo e até contraditório, mas sempre fico meio em choque, até decidir qual língua usar e como agir de forma geral. No final das contas, mesmo tendo contato com alguns brasileiros e só falando português com eles não acaba sendo o fim do mundo, mas confesso que possivelmente as coisas não tenham "evoluído" muito entre mim e eles também por conta desse ponto.

A maior parte dos amigos que fiz aqui até agora é justamente de asiáticos, em especial sul-coreanos, muito inclusive pelo fato de que eles vêm com a intenção de ficar pelo mesmo período de tempo que nós ao contrário dos europeus, que você comprimenta num dia e semanas depois está na rodoviária se despedindo. E o que vejo é que eles tem o mesmo tipo de preocupação, ainda potencializado pela cultura oriental de sempre se importar bastante com o outro. Mas como resolver essa situação?

O que tenho feito até então é tentar encontrar um meio termo. Converso com brasileiros, pois a tal história de que em certos momentos só a gente se entende e se ajuda é mesmo verdade, mas também tento entrosar com a maior parte de gringos possível, até porque isso normalmente gera conversa sobre histórias e curiosidades dos países e diferenças culturais (tema que merece um post dedicado) por horas a fio. Não quero soar arrogante, mas o que sinto é que ter o conhecimento suficiente do inglês me proporciona ter uma experiência multicultural mais completa, e mesmo sendo repetitivo mais uma vez isso é pleonasmo?, o aprendizado sobre pessoas e suas culturas é disparado o maior legado do meu intercâmbio até aqui.

Depois de horas conversando com uma amiga coreana essa semana, chegamos a conclusão de que não há uma resposta certa pra esse tipo de pergunta. De fato, cada um faz o que acha que é o melhor pra si, e obtém com isso o resultado da sua escolha. Eu já optei pelo que acho certo, e não me arrependo nem por um segundo disso. :)

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Guia definitivo de links sobre a Irlanda e Galway



Algumas pessoas entraram em contato comigo pela Internet desde que cheguei aqui, pra tirar algumas dúvidas e obter informações sobre a Irlanda, e principalmente sobre Galway. Aproveitando a deixa, resolvi criar esse post que estava na lista do que eu deveria ter escrito antes mesmo de sair do Brasil

Sempre fui uma pessoa que gosta de planejar o que faz, e por mais que isso soe como "excesso de zelo" para alguns, pra mim pelo menos nunca foi um problema, além de ter me salvo de vários apuros, inclusive aqui em terras irlandesas. Somando-se a isso a quantidade de tempo sobrando o ócio criativo que tive nos meus últimos meses no meu último trabalho no Brasil, usei esse período pra ler tudo que pude sobre meu destino, e resolvi compartilhar isso aqui, para ajudar alguém de alguma forma ou mesmo pra acrescentar algumas informações para quem por acaso possa querer. Além disso, como já falei no primeiro post, ter lido alguns blogs acabou servindo de inspiração para que eu criasse esse. Vamos lá então:


Informações sobre a Irlanda/Dublin


- Portais/sites em geral:

E-Dublin: Acredito que esse seja o site mais famoso sobre brasileiros na Irlanda. Possui muita informação, colunistas, principais dúvidas de intercambistas, canal no Youtube, fórum (no próprio site e no Google Groups) e até uma opção para se cadastrar e receber orçamento de um monte de agências de uma só vez.

Dublin para brasileiros: É bem parecido com o E-Dublin em qualidade e quantidade de informações. Quando estava no Brasil eu acessava esses dois diariamente, e sempre tinha conteúdo novo.

PodIrlanda: É um site de podcast muitíssimo bem feito, pra quem quer informações sobre tudo referente a intercâmbio na Irlanda, entrevistas, e com muitas dicas pra quem vai pra Dublin. Eles também tem um canal no Youtube com abordagens rápidas e interessantes sobre o tema.

- Blogs:

André e Stéfane: Esse foi o primeiro blog que li inteirinho. Vou ser sincero, correndo o risco de ser xingado: o blog não é escrito seguindo a norma culta da língua portuguesa (se é que você me entende), mas o autor escreve de uma maneira bastante carismática. Tem muitos posts, é quase um diário, e apesar de ser um pouquinho antigo, ler sobre todos os perrengues que eles passaram pode ser inspirador pra muita gente.

Um Tempo Fora: O blog da Bethânia é muito legal porque ele é enxuto, mas todas as dicas que ela postou/posta são extremamente valiosas! Li mais de uma vez, e tirei muita coisa como base nos meus últimos dias de preparação pro intercâmbio.

Barbaridades: Desse eu sou fã mais que declarado! Devorei o blog da Bárbara em pouco tempo. Num formato quase de diário virtual, é possível acompanhar todas as "aventuras" dela em Dublin, e sua vida de au-pair, além de ser escrito de uma maneira que não dá pra se cansar de ler.

Livin' la vida...Rick: Outro blog/diário muito bem escrito, tem informação também pra quem está indo pra Irlanda como cidadão europeu, além dos relatos sobre o interior, em Sligo. É possível ver o cuidado que o Rick tem ao escrever os posts, tudo bem pesquisado e apurado. 

Um Fabuloso Destino: Completando a última integrante da "trindade", a Bia escreve super bem toda a sua jornada como Au-pair pela segunda vez (a primeira foi nos EUA). Ela já encerrou o intercâmbio na Irlanda, então também é muito legal acompanhar os posts de "volta". Me identifico muito com a sua forma de escrever, assim como com a do Rick e da Bárbara, e é outro blog pra ler "sem piscar".

Savana in Dublin: O blog da Savana foi o último que conheci quando ainda estava no Brasil, e é uma boa pra quem quer saber mais sobre a vida em Dublin com uma boa dose de humor!

Ainda existem outros que acompanho e com certeza vou esquecer de algum enquanto escrevo aqui, como o Crônicas da Estrada, Samuka Intercâmbio, Nerds pelo Mundo, que mesmo com uma frequência menor de posts, também têm muita coisa bacana.

Youtube:

Marião na Europa: É quase redundância falar sobre intercâmbio na Irlanda no Youtube e falar sobre o Marião. Tem MUITOS vídeos sobre MUITOS assuntos! Ele também trabalha para uma escola que oferece cursos de inglês em Dublin. Já assisti quase todos mais de uma vez.

After the Plane: O canal do "Thi" foi um dos primeiros que eu assisti. Muito bem feito, engraçado e, apesar de não ter muitas atualizações recentes, tem um "legado" com muitas informações legais sobre suas experiências, principalmente na busca por emprego e na vida como trabalhador na Irlanda.

Casal em Dublin: Mais um canal bem engraçado sobre a vida de um casal em Dublin. Tem muita informação legal e dicas pra quem pretende fazer intercâmbio acompanhado.

Também curto muito o Canal Potatoes, da Bruna, e o do Márcio Veiga.


Informações sobre Galway


Como já era de se imaginar, é bem mais difícil encontrar informações sobre intercâmbio em Galway. Na época das minhas buscas, encontrei apenas esse e esse site, mas já mais antigo e sem muita coisa a respeito. No post que fiz sobre Galway tem algumas informações, mas mais numa visão geral sobre a cidade. Apesar disso, como já mencionei, o principal ponto de informação que encontrei na época foi o canal Time to Plant Things, que ainda acho ser a principal referência sobre a cidade para brasileiros quem sabe um dia eu não entro nesse ranking? Dessa forma, resolvi deixar a mais difundida ferramenta sobre troca de informações que temos no momento me ajudar, e postar os grupos do Facebook dos quais faço parte, onde se tem as mais variadas dúvidas e respostas, e informações (em português e inglês) sobre Galway. Os nomes são normalmente autoexplicativos, então nem vou colocar muita descrição:

Brasileiros em Galway  (sim é o mesmo nome, mas são grupos diferentes)
TerryLand Galway Online Jumble Sale (venda de coisas em geral, normalmente usadas)
Galway, Buy, Sell, Swap, or Giveaway (a mesma coisa do de cima)
House Hunting Galway (for sound people) (o mais acessado para anúncio de vagas de quarto)

Espero que essa "curadoria" possa servir de auxílio para intercambistas e curiosos sobre Galway e a Irlanda em geral. Até a próxima!