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domingo, 10 de janeiro de 2016

Retrospectiva 2015


Minha vida tem andado tão de cabeça pra baixo que só agora deu tempo de escrever uma retrospectiva. Mas ainda vale, né?

Eu nem estava muito empolgado a escrever sobre isso, porque tem tanta coisa acontecendo, e de fato a mudança de ano me pareceu a menor delas. Além disso, boa parte do que me aconteceu em 2015 está relatada aqui. Ainda assim, acho justo fazer um balanço do ano de maior novidades e mudanças na minha vida.

É engraçado lembrar - voltando um pouco mais - que no Natal de 2014 eu tinha acabado de voltar a morar com meus pais e irmãos depois de ter me desfeito literalmente de toda a minha "antiga" vida, já com o propósito de salvar grana pra vir pra Irlanda. Avançando um pouco, em Fevereiro pude viajar com toda a minha família (além de primos e amigos) pela primeira vez, e passamos momentos ótimos na região dos lagos, no Rio de Janeiro, torrando no Sol literalmente, pois uma noite não dormi, com queimadura nas costas, coisa que, apesar de tudo, eu adoro.

Depois disso foi basicamente contar os dias pra poder sair do meu antigo trabalho (uma das minhas maiores alegrias dos últimos tempos), o qual eu realmente fiz, contando quanto tempo faltava igual a um presidiário.

Esse calendário ficava na minha mesa, no trabalho, e eu fui riscando mês a mês até dar tchau.

Depois disso, veio a Irlanda, e tudo o que aconteceu aqui. Dos primeiros momentos tendo que usar inglês, dos dias meio assustadores no hostel que fiquei, seguidos de uns bons momentos de solidão na residência estudantil que fiquei inicialmente. E aí a escola, os amigos, os housemates, as nacionalidades. Passei a viver uma vida onde a cada momento uma coisa nunca vivida antes acontecia. Tudo era novo, e tudo ou quase tudo era motivo de aprendizado e admiração.

Passei a conviver com pessoas muito diferentes, mas ao mesmo tempo percebi que afinidades e semelhanças são possíveis de se encontrar independente de onde uma pessoa nasce. Mas também não dá pra deixar de lado os inúmeros choques culturais, mas tudo desagua em mais aprendizado.

Passei também a viver uma vida mais desacelerada, mas engraçado que em aproximadamente 7 meses eu raramente me senti num completo ócio, e de uma forma ou de outra me mantive ocupado (até fazendo trabalho voluntário no meio da lama). Mesmo estando em Galway.

E Galway. Ah, Galway. Cidade que eu tive paixão à primeira vista ainda que essa vista signifique uma busca no Google, mas que provou ser mais fria - e ainda mais bonita - do que eu esperava. Mesmo sendo compacta, foi suficiente pra que eu vivesse momentos que ficarão pra sempre na minha memória, por mais clichê que isso possa parecer.

Houveram ainda viagens. Algumas pela Irlanda, e outras pela Europa. A vontade de desbravar novos lugares e conhecer o que antes parecia inalcançável só cresce a cada novo local visitado. E particularmente pra mim, fazer isso acompanhado de amigos foi ainda mais legal.

E além de toda a diversão, vieram ainda momentos do lado profissional. O primeiro foi poder iniciar o curso na área que planejei, e que acabou sendo um dos motivos de ter escolhido a Irlanda. Fiquei ainda mais contente ao ver que conseguia entender o que o professor explicava, já que era oficialmente meu primeiro contato mais recorrente com nativos.

E além disso, houve também a questão do emprego. Desde as várias oportunidades pra ainda trabalhar na área de desenvolvimento de software (que eu não queria mais), dos incontáveis recrutadores que ligavam e desconversavam após saber que eu não tinha passaporte europeu até as entrevistas frustradas (mas que acabaram sempre me ensinando algo pra usar na próxima). E depois de tudo isso, consegui algo que nem nos meus mais loucos sonhos há um ano atrás conseguiria imaginar: uma oportunidade de trabalho na Irlanda, e num cargo que poderá me guiar a ser exatamente o que eu queria!

Terminei o ano passando o Natal com meus amigos na casa de um suíço (tema do próximo tópico), reunido com toda sua família. Considerando uma daquelas coincidências bobas da vida, foi engraçado passar essa data na Suíça, praticamente um ano após ter saído da casa onde eu morava sozinho, num bairro de BH chamado Nova Suíça.

O réveillon foi comemorado em Galway. Viramos o ano fazendo o que de mais fizemos no nosso período juntos ao longo de 2015: cozinhando e brincando. Acredito que não volto mais à Galway por algum tempo, uma vez que meus amigos já estão retornando pros seus países (e ter uma morando aqui em Dublin).

Olhar para 2015 pra mim significa basicamente ver um longo e contínuo aprendizado. E, uma vez que tenho isso como o principal lema na minha vida, eu não poderia estar mais realizado. Mas agora é olhar pra frente. 2016 já começa com desafios, e esse é outro lema que eu adoro!


Feliz 2016!!

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 4



Último post da série de séries rá!:

Empire

Durante o ano de 2014 eu já havia lido algumas notícias sobre a nova série musical produzida pela Fox. Meu receio - de novo - era com relação ao estilo musical, e a como consequentemente iriam tratar a questão da "música como produto" na série. Será que uma série produzida musicalmente pelo Timbaland, e assim baseada em Hip Hop (um gênero que, sejamos francos, não é reconhecido por ter os melhores cantores, até por ter uma pegada diferente) poderia de alguma maneira me interessar? A resposta foi um enorme sim - e não foi por conta do Hip Hop.

Contextualizando: Empire é uma série de drama musical lançada pela Fox em Janeiro de 2015 (ou seja, coincidência ou não, a meses de sua antiga galinha dos ovos de ouro Glee sair do ar), e que está em hiatus no meio da segunda temporada quando esse post está sendo escrito. A série trata basicamente de Lucious Lyon, um ex-traficante e consagrado cantor de Hip Hop que, graças a sua fama e habilidade, construiu um verdadeiro império, que envolve negócios como: gravadora, produtos de calçado, vestuário, estações de rádio e até site de streaming de música. A série também é focada em sua ex-mulher, Cookie Lyon, interpretada absurdamente bem por Taraji P. Henson, que simplesmente é um caso à parte (essa mulher por si só já carrega a série nas costas), e por seus filhos Andre, Hakeem (um cantor de Hip Hop) e Jamal (cantor de R&B) Lyon. 

Empire é um verdadeiro novelão, e tem sido um estouro de audiência nos EUA. Tanto foi que após o fim da primeira temporada em março, já teve sua segunda temporada iniciada em setembro. A história é carregada de acontecimentos bombásticos um atrás do outro, e te prende sem fazer muito esforço. Ao contrário do citado em Glee e Smash, a série não demonstra o menor desgaste, muito pelo contrário, parece ter sempre algo novo que renova a história.

Com relação as músicas, também disponibilizadas no esquema iTunes por episódio e CDs no final da temporada, é realmente dividida entre Rap e Hip Hop, e o lado R&B, interpretado normalmente pelo excelente Jussie Smollett. 90% por cento das músicas que tenho de Empire são cantadas por ele, mas na recente segunda temporada foram adicionadas personagens femininos que, em conjunto com o lado Hip Hop, fazem aquela mescla de Black Music + Pop bem comum já há alguns anos (Jennifer Lopez, Rihanna e Beyoncè são exemplos que já seguiram nessa linha) e que são audíveis pra mim.

Mas o melhor de Empire é realmente a história. Existe um foco enorme na "comunidade" negra dos EUA, e a série tem sido reconhecida (e prestigiada) por isso. Representada por mais de 90% de atores negros de acordo com a pesquisa DataLucas e mostrando a realidade dura de boa parte deles (além de certos pontos como marginalidade, criminalidade e homossexualidade) tem feito a série ser bastante comentada. Participações de personalidades de peso, especialmente na segunda temporada, como Naomi Campbell (com papel regular inclusive!), Jennifer Hudson, Courtney Love, Kelly Rowland, Alicia Keys, Ne-Yo, Snoop Dogg e Pitbull têm elevado ainda mais a credibilidade da série. Apesar do pouco tempo, já existem indicações para várias premiações, inclusive para o Emmy e Globo de Ouro do ano que vem.

Empire não acrescenta tanto para o estilo de música (e principalmente voz) que eu me interesso apesar das músicas de R&B serem perfeitas!, mas como série em si tem surfado na crista da onda em popularidade, e é uma das séries mais vistas na terra do Tio Sam. A diversão é mais do que garantida. Palavra de amigo coreano, inclusive!

As músicas de exemplo devem destoar bastante dos posts anteriores, mas a realidade é mesmo essa: bem diferente (mas ainda bom, eu acho). A primeira, um solo de R&B, e a segunda numa linha mais uptempo, mais "agitadinha".




Enfim, essa sequência de posts, além de explicar a criação no nome do blog, diz respeito a um assunto que me interessa (música) e a outro que interessa a quase todo mundo (série). Claro que assisto/assisti também outras séries, como Breaking Bad a coisa mais perfeita que meus olhos já puderam enxergar, Game of Thrones, Sense8 a melhor coisa que vi em 2015 e até Father Ted (série antiga irlandesa que seria algo entre Chaves e Sai de Baixo), mas o conjunto de música e série acaba pra mim juntando dois conceitos que me despertam curiosidade. 

O que quero reforçar é o quanto ter ouvido (e ainda estar ouvindo) músicas em inglês me ajudou no meu desenrolar com a língua. Com relação as séries em si, até o ano passado sempre assisti com legendas em português (NUNCA dublado!), mas no início do ano resolvi passar a ver tudo com legenda em inglês. Tem dado pra me virar super bem com exceção de Empire que possui uma quantidade absurda de gírias e um jeito de falar típico do "gueto" americano e não tão simples de entender, e que acaba sendo ótimo pra aquisição de vocabulário e treinamento do listening. 

Espero que o post sirva de inspiração pra alguém que se interesse pelo assunto, e se quiser mais informações sobre qualquer uma das séries que citei aqui ou quiser me indicar mais é só falar que tô pronto pra render a conversa, hehehe!

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 3


E mais sobre séries, músicas e séries musicais:

Nashville

Depois que Smash acabou, eu acabei ficando meio órfão, e mesmo sabendo que esse modelo de série ainda era algo incomum, dei uma pesquisada e descobri mais uma nesse formato. Nashville me deixava com um pé atrás apenas por um motivo: basicamente contava a história do mundo country, algo do qual eu tinha pouquíssimo conhecimento e de novo, pouca curiosidade. Ainda assim, resolvi tentar, e qual foi minha surpresa ao ver uma série muito bem construída, com roteiro super bem amarrado viu, Glee? e com músicas de ótima qualidade!

Contextualizando: Nashville (que leva o nome da cidade dos EUA mais famosa por se respirar country em toda esquina) é uma série de drama musical exibida pela ABC, que iniciou em 2012 e ainda está no ar yay, finalmente uma!, na data de criação desse post. Como já dito, a série se passa em Nashville, Tennessee, celeiro da música country. A história inicialmente se resumia na queda de popularidade da estrela country consagrada há anos (que poderia ser comparada a uma Shania Twain, por exemplo), e na ascensão de uma jovem cantora country (algo como a Taylor Swift). A série se resumiu basicamente a isso nas primeiras temporadas, mas os roteiristas souberam evoluir a história e, ou explorar mais os outros personagens existentes, ou adicionar novos de uma forma em que tudo teve coerência. Além de todo o admirável lado musical, que envolve shows, gravadoras, bares e turnês além da parte de romance que sempre tem, assuntos como abuso de álcool, infâncias conturbadas, homossexualidade e depressão pós parto já foram abordados na série. Aliás, é interessante destacar que após a atriz que representa uma das personagens principais ficar grávida, foi-se decidido fazer com que a personagem também ficasse. Após o nascimento, a já problemática personagem teve depressão pós parto, e qual não foi a infeliz surpresa ao saber que a atriz também teve o mesmo problema na vida real, e precisou se afastar das gravações por um período que se estende até o momento para se tratar (caminho também dado à personagem).

Assisti a primeira e segunda temporadas de Nashville em semanas, e logo depois se iniciou a terceira adoro quando isso acontece. Gosto muito da série, e sobre a questão musical, me surpreendi comigo mesmo, pois me vi gostando do estilo e cheguei a conclusão de que desde que se tenha bons cantores (para o meu gosto, que fique claro), o gênero pouco importa. As músicas de Nashville também flertam com uma linha "romântica" (acho que nem existe esse estilo formalmente em inglês), principalmente pelas músicas cantadas pelos personagens de Sam Palladio e Clare Bowen, além das talentosíssimas irmãs Stella (Lennon e Maisy). Há também uma pegada meio rock com o Jonathan Jackson, e até pop com a Aubrey Pepples. Ou seja, tem pra todos os gostos. As músicas são disponibilizadas no mesmo esquema de Glee e Smash (iTunes e CDs), e também foi lançado um CD natalino no ano passado, além dos DVDs da série. A série teve participações especiais de vários artistas country, da Kelly Clarkson, e até da Michelle Obama, além da Christina Aguilera participando por 3 episódios! Como adendo, até onde sei a primeira temporada de Nashville foi exibida pela Sony no Brasil, mas acho que parou por aí. :(

Nashville possui um sucesso mediano nos EUA, mas após a segunda temporada passou a ter um apoio inclusive financeiro da cidade homônima, já que a série divulga o nome e a fama do local para todo o mundo. Algo também interessante é que Glee sempre me passou a impressão de ser uma série de atores que cantam com exceção da Lea Michelle que faz tudo perfeitamente bem, mas em Nashville a impressão é a oposta. Não que por conta disso a série fique comprometida, pois os atores são mesmo bons o suficiente, mas é possível perceber que eles são de fato músicos. O melhor exemplo disso são as apresentações que eles costumeiramente fazem no Grand Ole Opry, uma casa de shows famosa em Nashville (que inclusive também existe na série), e nos programas chamados Nashville: On The Record. Esses programas são especiais gravados em apresentações feitas pelos atores, cantando geralmente as músicas da série (com solos e em grupo), tendo o último sido gravado em uma turnê realizada por alguns dos integrantes. Também já foram lançados CDs desses especiais.

O único problema de Nashville pra mim é que particularmente na atual quarta temporada, o roteiro está drasticamente dramático, e como se já não fosse o bastante, a parte musical está sendo consideravelmente deixada de lado. Espero que com a volta da Hayden Panettiere tudo também volte aos trilhos, pois já existem diversos boatos de um possível cancelamento da série. Tenho um carinho muito especial por Nashville, e de uma maneira geral seria a minha primeira indicação caso alguém queira se aventurar por séries musicais. Vai por mim, é bem difícil não gostar.

Como exemplo de músicas (além da que eu já havia citado nesse post), a primeira tem uma pegada mais country, e a segunda numa linha mais romântica, ambas apresentadas em dueto:



terça-feira, 29 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 2


Continuando o assunto do último post:

Smash

Ainda quando estava lá pela metade de Glee, ouvi falar sobre uma outra série, a ser lançada nos moldes de "série musical". Duas coisas me chamaram atenção logo de cara: o fato da série ser produzida por Steven Spielberg (não que eu entenda muito do que ele faça, mas me soava como algo grande e bom), e de ser estrelada pela Katharine McPhee, segundo lugar em uma das edições do American Idol e MUITO melhor do que o vencedor, na minha opinião. Só de ver o teaser dela cantando Beautiful já percebi que seria coisa boa.

Contextualizando: Smash foi uma série exibida pela NBC entre fevereiro de 2012 e maio de 2013, e basicamente contava a história da criação de um musical baseado na vida de Marilyn Monroe. É uma história de ficção, mas de forma conceitual, Smash é meio que "um musical sobre um musical". A história (e os personagens) envolve toda a criação de um espetáculo em si, desde a arrecadação de fundos, elaboração de roteiro e músicas, direção, escolha de atores, coreografia, ensaios, enfim, a coisa toda. Vale frisar que a série não é um documentário, e todos os personagens têm suas histórias paralelas e envolvimentos como um drama comum. Uma das maiores "batalhas" inclusive acontece entre as personagens das atrizes Megan Hilty e Katharine McPhee, para decidir quem de fato será a Marilyn, e que se desenrola desde a primeira cena da série até a segunda temporada mas é menos chato do que parece.

Com relação a músicas, Smash mesclava músicas autorais - especialmente para o músical da Marilyn em si - com regravações, o que sempre a fez ter sido comparada com Glee, mas todas as notícias na época referiam à série como "um musical para adultos" dando uma cutucada na série "teen". As músicas também eram vendidas no iTunes próximo às datas dos episódios, e também foram lançados CDs e DVDs das temporadas.

O problema de Smash pra mim foi um pouco como Glee: apesar de com certeza haver um roteiro mais conciso e sensato, era muito claro que a série não teria rumo quando o musical estivesse concluído, coisa que aconteceu já no final da primeira temporada (ainda que com alguns ajustes finais no decorrer da segunda). Com isso, boa parte da razão de ser dela já havia sido completada. A saída então foi criar um novo musical, tido como algo meio underground e levar a história mais pra esse lado, incluindo aí até uma certa rivalidade entre personagens que participaram dos dois musicais.

Aprendi muito sobre musicais em Smash (coisa que eu conhecia pouco mas tinha muita curiosidade), e de lambuja conheci mais sobre Marilyn Monroe que eu não conhecia quase nada, e nem tinha muita curiosidade. Mais o mais legal pra mim teve a ver com o contraste entre a primeira temporada e o "musical principal" (sobre a Marilyn) chamado Bombshell, tendo toda a característica de um musical da Broadway; e a segunda temporada, com o musical "underground", chamado Hit List. As músicas do primeiro são muito boas na minha opinião (com destaque pra uma música criada na série, chamada Never Give All The Heart, baseada na poesia favorita da Marilyn), além dos covers da Katharine McPhee e da Megan Hilty. A questão pra mim é que na segunda temporada, com a criação do novo musical, entra o personagem do ator Jeremy Jordan - famoso na Broadway - e que tem uma das vozes masculinas que eu mais gosto de ouvir. As músicas de Hit List pra mim, especialmente as cantadas pela Katharine (<3) e pelo Jeremy (<3<3) estão na lista das minhas músicas preferidas de todo o sempre!

Infelizmente, Smash nunca teve amplo sucesso (apesar de ter a segunda temporada exibida junto com o The Voice, um dos programas de maior audiência nos EUA), mas teve um bom investimento. Contou com algumas participações especiais como Uma Thurman, Jennifer Hudson e Nick Jonas. A série teve indicações a premiações importantes mas nunca ganhou algo realmente relevante. Após um fraco desempenho decretado na metade da segunda temporada, foi decidido que a série seria cancelada, mas os produtores decidiram "fechar" a história e dar um happy ending. Smash parece, entretanto, manter um bom número de fãs. No final de 2013 foi organizado um show de um dia (que precisou se transformar em 2, pela demanda) com os principais atores ligados ao Hit List. Durante esse ano (2015) já foram divulgadas diversas iniciativas, aparentemente cada vez mais reais, de se levar o Bombshell de fato à Brodway. Ah, talvez também seja interessante dizer que Smash foi exibida na Rede Record, em 2013!

Assim como Glee, a minha playlist de Smash se mantém presente (ainda que, por motivos óbvios, em menor quantidade) mesmo após seu fim. Tanto é verdade que, após uma longa e incessante busca pelo nome do blog, eu acabei decidindo pegar emprestado o título de uma das músicas do Hit List cantada pelo Jeremy Jordan (<3<3). Assim, de "Broadway, Here I Come!", veio o "Galway, Here I Come!". Simples assim! :)



Por mais que a série possua toda a parte do Bombshell muito bem feita, as indicações de músicas que vou fazer serão apenas do relacionado ao Hit List pelos motivos de tiete já citados. A primeira é um solo impressionante da Katharine McPhee, e a segunda é o tema final do Hit List que é de tirar o fôlego. Vamos lá: 



segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

OFF: Séries, músicas, inglês e o nome do blog - Parte 1

 
Antes de realmente definir os rumos do blog - uma vez que não tem mais Galway na jogada -, eu meio que me sinto na obrigação de explicar justamente a origem do nome, coisa que eu disse que faria logo no primeiro post do blog. A verdade é que eu sempre mantive meia dúzia de posts "off" na minha cabeça, na ideia de suprir uma eventual falta de assunto nas postagens quase sempre semanais, mas a realidade é que tanta coisa aconteceu que nunca precisei recorrer a eles. Ainda assim, depois que enveredei num papo de séries e musicais nos comentários desse post, resolvi finalmente escrever sobre isso, algo que gosto muito e que posso passar horas falando sobre. Outro fato que acho interessante foi o quanto as séries (e suas músicas) que assisti me ajudaram no meu aprendizado de inglês, o que pode servir como dica ou incentivo pra alguém.

Sempre gostei de música, em especial tudo que se refere a vocal apesar de não cantar nem no chuveiro. Com isso, desde a primeira vez em que ouvi falar de reality shows musicais (onde normalmente cantores excepcionais se apresentam) criei um "vício" que se sustenta até hoje. Acredite, acho que posso dizer que assisti a TODOS os realities que envolveram música no Brasil. Dos mais famosos como Fama, Popstar, Ídolos, The Voice ou Superstar, aos que provavelmente você nunca ouviu falar, como Countrystar, High School Musical - A Seleção momento vergonha alheia, eu sei, ou Fábrica de Estrelas. Além disso, acompanho American Idol (sim ele ainda existe e terá sua última temporada em 2016), e o The Voice americano desde a primeira temporada. Somado a isso tudo, como já é de se imaginar, sempre gostei de ouvir música, e me lembro dos primórdios da internet, quando baixava com dificuldade arquivos de MP3 das músicas que gostava, e sempre acompanhava por dias afora suas respectivas letras em inglês (o famoso "sing along"). 

Em um blog sobre música e realities que eu acompanhava há anos atrás eu fiquei sabendo pela primeira vez da existência de uma série que tinha música envolvida. Até o momento (2009) eu sequer acompanhava séries, e apesar de naquele instante estarem todos comentando sobre Lost, Smallville e coisas do tipo, eu mal sabia o que isso realmente era só sabia que era algo que passava no SBT e que não valia a pena acompanhar, pois mudariam de horário e/ou cancelariam a exibição sem muito porque. Seguindo então a ordem cronológica, são essas as séries musicais que acompanhei (e acompanho) até então:

Glee

A série mencionada no tal blog foi justamente Glee. Soube a primeira vez sobre ela no início de 2009 (ou seja, há quase SETE anos atrás!), e comecei a assistir pouco tempo depois que ela começou a ser exibida.

Contextualizando: Caso você não conheça, Glee foi uma série de comédia musical exibida pela Fox americana entre os anos de 2009 e 2015, e que contava (pelo menos inicialmente) a história de um grupo de adolescentes excluídos, cada um a sua forma e por um motivo, e que se enxergavam como parte de algo ao fazerem parte do grupo de coral da escola, conhecido como um glee club. O grande diferencial da série foi inserir números musicais no contexto da história e de uma maneira diferente do padrão "Musical da Broadway", onde todos (ou quase todos) os personagens também eram cantores e interpretaram, com exceção de 5 ou 6 músicas autorais, covers de sucessos de todos os tempos. As músicas (exibidas normalmente em partes nos episódios) eram consequentemente disponibilizadas para compra via download, algo que se mostrou extremamente lucrativo para o canal. Glee atingiu dezenas de milhões de músicas vendidas digitalmente, além da venda de CDs/DVDs/Blu-rays e jogos. Foram realizadas algumas turnês com os principais integrantes e posteriormente lançado mundialmente nos cinemas um filme em 3D com seus melhores momentos. Além disso, a série foi ganhadora de Globos de Ouro (inclusive de melhor série de TV musical ou comédia por 2 anos seguidos) e Emmy. Houve também por duas edições um programa intitulado "The Glee Project", onde os vencedores fariam parte do elenco do programa (o engraçado foi ver pessoas que não ganharem participando da série por mais tempo que os vencedores. Além disso, houve um vencedor da Irlanda do Norte, o qual teve um personagem criado com todos os estereótipos da Irlanda, quando eu mal sabia da existência do país). Tiveram ainda especiais de Natal, inúmeras participações especiais... Enfim, tem MUITO mais informação sobre a série aqui. Ah, vale dizer que a série foi exibida na Globo (pelo que vi sem sequência alguma, com cortes e com variação de horários: de meio dia até altas madrugadas) e pela Sony com o devido respeito, e atraso típico em relação ao lançamento americano.

Eu vivi uma relação de amor e ódio com Glee. Por um lado, ter cantores premiados - inclusive da Broadway - e versões de músicas conhecidas internacionalmente muitas vezes (na minha opinião) bem melhores do que as originais era algo que me surpreendia. Versões de musicais (como do Wicked que assisti em Londres) e de músicas de artistas como Michael Jackson, The Journey, Madonna, Queen, Aretha Franklin, bem como nomes do pop atual como Lady Gaga, Katy Perry, Britney Spears e até Justin Bieber sad, but true fizeram a fama da série. Glee faz parte da minha playlist desde o início da série, e por um bom tempo (ou melhor dizendo, anos) foi basicamente SÓ o que eu ouvi. Pode parecer meio louco, mas ter versões de músicas que eu conheço, lançadas semanalmente, e cantadas por bons cantores (sim, existem exceções, e momentos onde o AutoTune era presença confirmada) simplesmente supria a minha necessidade de música completamente.

Por outro lado, a "história" da série em si sempre foi algo bem mais ou menos pra mim. Como quase toda série, a primeira temporada foi de fato a melhor e mais bem estruturada. Ainda assim, ela sempre foi vista por muita gente como algo fútil e "pra adolescentes" (e mais recentemente como um ícone gay, pela representação diversa de pluralidade sexual e de gênero, com personagens gays, lésbicas, transgêneros e transexuais). Houve sempre a ideia de que a série era uma mistura de High School Musical, Hannah Montana, RBD e derivados o que eu REALMENTE discordo. Mas pra mim, o grande problema (além da questão adolescente que incomodava em partes) foi a extrema falta de continuidade entre os episódios, especialmente depois da segunda temporada. Por muitas vezes houve um "entra e sai" de personagens sem a menor explicação, a repetida sequência de disputas feitas pelo coral (sectional-regional-national) e diversas coisas que aconteciam sem porque e que mais parecia que os roteiristas duvidavam da inteligência de quem assistia. Além disso, a série mostrou uma clara falta de rumo quando os personagens principais se formaram - e aí já não tinha como mantê-los mais na escola, onde por assim dizer, tudo acontecia. A tentativa de inserir um enorme grupo de personagens todo de uma vez como novos estudantes se mostrou errada, e a série nunca mais foi a mesma - assim como a audiência. Credito a isso tudo o fato da série ter sido originalmente criada como um filme, e era muito claro que as coisas iriam desaguar em um momento difícil de contornar. Para servir como cereja do bolo, ainda houve o triste fato de um dos atores principais (e recorrente desde o primeiro capítulo) ter falecido. A partir desse momento, todo mundo sabia que era questão de tempo até a série acabar, o que de fato aconteceu em março desse ano.

Glee tem uma importância muito grande na minha vida, principalmente pela questão musical. Fui até por um tempo conhecido como "o cara que assiste Glee" em um antigo trabalho e apesar de, com raríssimas exceções, jamais ter sequer recomendado a série para alguém, sei o quando ela colaborou pro meu desenvolvimento de listening e até pronúncia em inglês, além de claro ter me divertido e entretido. Além disso, essa foi a série que me acompanhou por boa parte dos meus últimos anos (acho que é meio o sentimento de quem viu Friends ou How I Met Your Mother, que duraram muito). Lembro do menino de 20 anos - no meio de um relacionamento e da faculdade, que baixava os episódios usando conexão discada - que eu era quando comecei a assistir, e o doido que já estava quase de malas prontas pra Irlanda quando a série acabou.

Glee terminou após 121 episódios e incríveis 728 músicas, depois de ter criado um novo nicho de mercado, reafirmado a necessidade de respeito a toda e qualquer diversidade, e arrisco dizer ter conquistado seu lugar na história, mas minha playlist com as músicas ainda continua diariamente tocando (e deve permanecer assim por um tempo).

Como exemplo pra quem quiser conhecer mais, coloquei aqui embaixo duas músicas: uma interpretada como coral, e uma com os melhores solistas da série. Enjoy!




O post ficou enorme e eu ainda não estou nem na metade do assunto. Pra não ficar gigante, o plano era quebrar em 2, mas na verdade terão 4 posts diários sobre o assunto. Aguarde e confie!

sábado, 12 de dezembro de 2015

É hora de mudar! (Mas não sem antes ter alguns probleminhas)


Após ter resolvido o problema com a casa, ainda precisei ajudar minha housemate a encontrar outra pessoa pro meu quarto (e nesse meio tempo a recém-chegada japonesa arrumou um emprego com acomodação, ou seja, também deixaria a casa). Acabou sendo, ainda que com alguns tropeços, mais simples do que daquela vez. Ainda tive alguma confusão pra receber do meu landlord o "deposit" (pra quem não conhece, é tipo um caução, normalmente no valor do aluguel, que se paga ao entrar e recebe quando se deixa a casa). Isso porque percebi que seria justo que eu recebesse parte do meu aluguel de volta - já que eu não ficaria o mês de dezembro todo lá - mas confesso que eu mesmo me confundi sobre isso, e ele simplesmente não entendia. Simplesmente peguei o dinheiro com o novo morador, e depois de muita luta o bendito senhor entendeu tudo.

Minha preocupação maior no entanto era com a minha mudança pra Dublin. Por mais que eu não tivesse o mundo pra carregar, sempre pensei que fazer isso sozinho seria um pouco complicado. Tendo ajudado todos os meus amigos coreanos em mudanças, cogitei que eles pudessem me ajudar ainda que a mudança fosse de cidade, mas o que eu não contava é que quando minha casa nova estivesse disponível, todos estariam viajando pro Marrocos. Eles já tinham comprado a passagem, então não tinha mesmo o que fazer. Assim, tentando adiantar um pouco as coisas, e aproveitando que eu precisaria ir na casa nova pra pagar o "deposit", dei um jeito de deixar uma mala média e uma mochila num canto por lá.

Nesse meio tempo um amigo de Dublin veio com um plano de ir pra Galway e adjacências de carro, e me propôs "meiar" um carro, me ajudando na mudança. Pra mim valeria super a pena, pois um transfer entre as cidades (que nem cheguei a cotar na verdade) me parecia ser mais caro do que eu queria pagar, mas o aluguel do carro, deixando a mim e minhas bugigangas na porta de casa, não! O problema é que após dias de espera o rapaz me disse que precisaria trabalhar no final de semana, e nosso plano tinha furado. :(

Pra complicar mais a situação, eu queria novamente aproveitar minha viagem "obrigatória" na segunda pra Dublin e fazer a mudança, mas apenas no domingo à tarde confirmei que não haveria ninguém na casa pra me receber durante o dia. Somando a isso o fato de que eu precisaria comprar pra dizer o mínimo cobertor e travesseiro pro quarto novo (em Galway eu tinha isso emprestado pelo dono da casa, e simplesmente NÃO DÁ pra dormir sem isso aqui), eu absolutamente não teria tempo nem mãos suficiente pra carregar isso tudo (além das malas que eu estava fazendo naquele momento, que se mostravam em maior quantidade do que o esperado) e ir pro meu curso na hora em que haveria alguém pra me receber na casa!

Então, no melhor estilo "quem tem amigos, tem tudo" corri atrás do amigo da carona novamente, e depois de um tempo tentando pensar em como ele poderia me ajudar encaixando seu horário de trabalho, ele gentilmente me cedeu um canto em sua casa na noite de segunda. Na verdade o plano era ainda mais complexo: encontraria com ele no centro após sua aula (e teria uma boa alma pra me ajudar com as malas), e iríamos pra sua casa onde deixaria uma parte da minha bagagem. A outra parte eu levaria pra casa nova e pegaria as chaves. À noite, após o curso, dormiria na casa dele, e partiria no dia seguinte, já com as chaves e com o resto das coisas. Ufa!

Enfim, mesmo com todo esse vai e vem, e terminando minha mudança efetivamente apenas a um dia de começar o novo emprego, as coisas acabaram se encaixando. Após um jantar de despedida com meus amigos nos dias anteriores, e uma última ajuda abençoada da minha housemate pra ir com rodoviária carregado de sacolas, malas e mochilas me despedi de Galway por algum tempo. A cidade que me acolheu por mais de 6 meses e me fez viver coisas inimagináveis há pouco tempo agora ficava pra trás, e um empolgante e diferente futuro se apontava já nas primeiras curvas da saída da rodoviária Couch Station. Valeu, Galway! Valeu mesmo!