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terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Busca de acomodação em Dublin (ou: A hora do pesadelo)


Assim que recebi a notícia de que iria trabalhar em Dublin, já soube que teria que me mudar pra lá, uma vez que não daria pra encarar 6 horas diárias de ônibus, e gastar modestos 20 euros todo dia pra isso não fazia o menor sentido. Tendo a empresa me dado um mês pra ajeitar minha vida é MESMO muito amor, eu resolvi começar a procurar efetivamente um novo canto com um pouco mais de duas semanas de antecedência. Meu plano no início foi tentar aproveitar a viagem semanal que faço à Dublin e, juntando o fato de que minhas aulas acabaram, usar o dia inteiro pra visitar casas.

Como a empresa fica bem afastada do centro (no norte da cidade quase na divisa com outro condado), meus requisitos eram, primeiramente, morar na rota dos poucos ônibus que vão pra lá, e ter pelo menos um supermercado perto, porque , morando em Galway com 4 supermercados a menos de 10 minutos da minha casa (sem falar no shopping em si), eu não queria perder essas regalias. Não fiz muita questão de morar no centro, por ainda não ser exatamente apaixonado por lá, assim como não queria nada do lado do trabalho porque fatalmente seria no fim do mundo sem nada em volta. Além disso, não poderia custar os olhos da cara, pois mesmo sabendo que jamais pagaria o que pagava em Galway, ainda que trabalhando, eu não tinha virado nenhum milionário.

Comecei as buscas no daft.ie, e após um bom esforço tentando encaixar meus requisitos, achei algumas opções. Fiz as buscas antes do fim de semana com a intenção de entrar em contato entre sábado e domingo (pra visitar na segunda), mas aí é aquela coisa: vários quartos já tinham sido ocupados, e depois gastei mais tempo fazendo a mesma busca de novo.

Ao iniciar os contatos, já começaram as complicações, como: mesmo com anúncio no ar, muitos já estavam alugados; pessoas pedindo pra ligar de novo depois; responsáveis pelo imóvel indisponíveis no período da manhã e tarde na segunda; etc. E com isso não sobrou quase nada. Na verdade sobrou um. O rapaz até quis cancelar (depois eu entendi o porquê), mas já que eu iria em Dublin de qualquer jeito, ele acabou concordando.

Na própria segunda, dei uma última pesquisada, e consegui marcar uma visita no final da tarde em um flat num preço super ok (sequer tinha considerado morar sozinho, mas o preço era quase o mesmo de um quarto, e a localização era bem boa). Lá fui eu cruzar o país de novo e, após ainda precisar pegar um ônibus em Dublin por uns 40 minutos e andar por mais de quinze minutos debaixo de chuva e vento infernais, cheguei na casa. Fui atendido por dois senhores alemães extremamente simpáticos (um dos poucos que sabiam onde MG fica, e entraram num assunto sobre os minerais no estado, e como Minas era possivelmente conectado à África na época da pangeia, e tal). Mas o problema é que o quarto já estava pré reservado - ironia - pra um brasileiro. A casa não era muito boa, mas era a única que vi com suíte, e os housemates pareciam mesmo legais. Ficaram de me deixar "na reserva" caso o brasileiro desistisse, mas eles já haviam recontactado o cara na manhã daquele dia, e o sujeito já havia confirmado.

Saindo de lá e ficando ensopado de novo, fui correndo pro tal flat. Na verdade eu tentei correr, e até chegaria no lugar a tempo, se não fosse o ônibus ter demorado uma eternidade, ao contrário do que exibia o painel de horários e você achando que isso só acontece no Brasil. Depois de uns 40 minutos de espera, peguei o bus e cheguei no destino. Fiquei rodando tentando achar o local (às vezes eles são designados com nomes de "condomínios" ou prédios, e essas informações não são fáceis de achar. Se você não tem a localização exata nem o santo Google Maps te salva!). Após perguntar um bocado, achei o lugar. De porta fechada e sem campainha aparente, liguei pro senhor do anúncio e ele me avisou que o flat já não estava mais disponível. Que alegria! só que não!

Como não sabia qual seria o resultado dessa novela, eu já tinha deixado uma visita agendada pra terça. Meu vacilo foi não ter arrumado uma forma de passar a noite em Dublin (na verdade eu tinha fé de resolver tudo na segunda), daí após meu curso fiz a rota doida de ir pra Galway, dormir e voltar pra Dublin de novo (lembrando mais uma vez que são quase 6 horas de ônibus nessa brincadeira). Tive esperança dessa opção de terça rolar porque seria só pra dividir um apartamento com uma menina, à qual eu já havia enviado um email falando sobre mim e minha situação, e tentando ser o mais simpático possível. O apartamento era a 20 minutos andando do "centrão" (pois é, eu já tava atirando pra todo lado), e lá estava eu após a nova viagem, esperando a moça conforme combinamos. O problema é que bati campainha, liguei, mandei mensagem e até email nos 30 minutos em que fiquei na porta esperando, e até agora a "lady" não deu sinal de vida! Após algumas tentativas de ligação, a "madame" ainda desligou o telefone! Fiquei muito, MUITO puto! Como uma pessoa pode fazer uma coisa dessas, ainda mais sabendo que eu vinha de outra cidade, e a princípio SÓ pra aquela visita! Ah, pessoas...

O que acabou me restando depois disso foi passar uma tarde inteira em um MC Donalds, tentando achar mais casas (a essas horas usando até grupos de Facebook, composto por inúmeros brasileiros oferecendo vagas de cama quase no preço do que eu queria pagar em um quarto!). Após algumas tentativas fracassadas e já entrando em desespero, acabei lembrando de um anúncio em que o responsável me pediu pra ligar e tentar confirmar um horário há alguns dias atrás. O anúncio permanecia ativo após alguns dias aparentemente por dois motivos: o cara não tinha muita disponibilidade, e o anúncio tinha pouca descrição e não tinha foto (o que significava, 1: o lugar estaria caindo aos pedaços e a pessoa não queria mostrar isso ou 2: a pessoa era só avessa à tecnologia mesmo).

Após chegar no lugar - uma região bem residencial e até então a mais próxima do meu trabalho (20 minutos de ônibus) - e ser finalmente recebido sem problemas, pude perceber que a segunda opção fazia mais sentido. A casa era super bem organizada, e com uma aparência de "nova" que a minha em Galway não passava nem perto. O rapaz que me recebeu de roupão (?!) era o mais antigo morador da casa, e responsável por tudo, já que segundo ele o landlord era bastante difícil de se contactar, além de complicado de lidar. Ah, e ele é da Moldávia sim, eu mal sabia se isso era um país, como você, provavelmente.

O quarto era um double bem grande, pois estavam vivendo um casal e um bebê lá (com direito à berço e tudo mais). O preço era ok, e mesmo que somando com as contas mensais daria mais do que eu gasto por mês em Galway com tudo, não dava mais pra encarar as coisas com olhar de estudante e desempregado, e pelo retrospecto das buscas, preferi deixar claro que o quarto me interessava sim. O supermercado não era exatamente do lado, mas até havia um shopping a uns 30 minutos de lá, e pelo conjunto da obra não me parecia ruim. Somando-se ao fato de que eu não tinha concorrência de pessoas interessadas, parecia que tudo conspirava pra dar finalmente certo.
Conseguir adiar o pagamento do depósito até a minha próxima ida a Dublin, e assim, fechei o negócio. Logo, entre mortos e feridos, eu tinha uma nova casa, e um problema a menos pra resolver!

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

6 meses (e mais alguns dias porque tô atrasado!)


Nessa correria de viagem, emprego e encontrar uma nova casa (próximo post) acabou de novo não dando tempo de fazer o balanço de 6 meses. Decidi fazer um post-resumo em tópicos, que normalmente são até assuntos recorrentes do que me acontece por aqui. Vamos lá!


Viagens

- Na viagem pra Londres, por motivos de pobreza economia, resolvemos voltar pelo aeroporto de Cork. Já estava planejando comprar a passagem de ônibus pra Galway quando percebemos que poderíamos passar o dia lá e conhecer a cidade.

Depois de dias nublados na cidade londrina, e boatos de o mundo estar acabando em Galway, Cork nos recebeu com um dia de sol! Claro que, em se tratando de Irlanda, isso oscilou o dia inteiro, e tivemos chuvinha chata boa parte do tempo que andamos lá.

Visitamos o mercado da cidade (super legal), e a 5 minutos de lá comi fish and chips pela primeira vez e num preço super em conta! Visitamos uma galeria de artes, e ainda encontramos forças nesse quarto dia de viagem seguido pra andarmos até o campus da universidade de Cork e de um parque bonitinho que tem lá perto. Terminamos o dia em um MC Donalds único lugar disponível pra sentar por um tempo depois de dias andando e pegamos o ônibus (que gasta mais tempo de lá pra cá do que no trajeto daqui pra Dublin!).

Achei a cidade super legal (na verdade o que eu vi da cidade em um dia), e me pareceu uma bela opção pra quem acha Galway muito pequena e Dublin muito grande, pois ela parece realmente estar nesse meio termo.


- Também preciso citar que há quase dois meses estive nas Aran Islands, um conjunto de ilhas que fica a uma hora de Galway indo de ônibus, e de balça na sequência e morrer de frio se você for na parte de cima que é descoberta. É um passeio legal pra se fazer com amigos, e o propósito principal é andar de bicicleta pela ilha.

O problema pra mim foi precisar fazer esse tipo de "atividade" sem nem lembrar a última vez que tinha andado de bike! Como bom medroso que sou, morri de medo de cair, de um carro me atropelar naquelas benditas ruelas! e coisas do tipo. Passei um bocado de frio lá, mas até uma praia visitamos claro que estávamos todos encapuzados. Deu até pra ver umas focas no caminho de volta pro ponto inicial. Foi divertido mas fiquei sem sentir minha virilha por 2 dias.


Acontecimentos na Irlanda

- Já se foi praticamente um mês, mas não dá pra deixar de falar sobre o Halloween aqui! A gente sempre fica no Brasil pensando que é uma festa "estrangeira" aliás achando que é americana, quando na verdade é irlandesa, e fiquei mesmo impressionado com o quanto eles realmente celebram isso por essas bandas! Vi inúmeras abóboras enfeitando janelas, tivemos um desfile de Halloween no final de semana anterior à data no centro da cidade, e várias atividades relacionadas na escola. No dia em si, fizemos uma festinha na minha casa, com direito a comidas brasileira, espanhola, japonesa, italiana, mexicana e coreana. Depois fomos pra um pub onde bati vários papos com irlandeses bastante bêbados e amigáveis.


- Depois dessa data a cidade começou a se enfeitar pro Natal e, há mais ou menos duas semanas, foi inaugurado na praça principal da cidade o "Christmas Market", que na verdade é como se fosse uma feirinha, com barracas vendendo todo o tipo de coisa relacionada ao Natal, como comidas, roupas, etc.


Estudos

Já estou indo pra mais da metade do curso que faço em Dublin. O principal aprendizado na verdade foi que Galway é muito mais longe de Dublin do que parece, hahaha! Enfrentar essa viagem semanalmente pra alguém que não consegue dormir dentro de ônibus é bastante exaustivo!

Com relação ao curso, fiquei bem feliz em ver que consigo me virar bem. Claro que eu de certa forma já achava isso senão não teria nem me matriculado, mas num lugar em que se pressupõe que todo mundo sabe a língua, fiquei temeroso de início. Outra sensação diferente é a de aprender EM inglês. Não sei explicar direito, mas parece que meu cérebro trabalha de uma forma um pouco diferente. Tem sido interessante e espero poder usar o que tenho aprendido lá no meu novo emprego.


- Há mais ou menos duas semanas minhas aulas de inglês na escola acabaram. Eu queria fazer um post de balanço só sobre esse assunto, mas as coisas estão movimentadas e não sei se terei tempo depois, então vai aqui mesmo.

Achei super válido o tempo que passei lá, e especialmente os últimos dois meses que estive no nível Avançado, me senti mais à vontade. Em contrapartida, ao contrário do meu plano no primeiro post sobre a escola, faltei algumas vezes pelo simples motivo de preguiça. Claro que não é exigido o maior esforço do mundo, mas estudar diariamente por 6 meses, e em algo que não tem um início, meio e fim como esse curso de línguas, não é fácil! Muitas vezes falta vontade de levantar da cama mesmo especialmente depois de voltar de Dublin de madrugada. Como já havia citado antes, esse ponto de não haver uma sequência no curso (que de novo, não é um problema da minha escola, e sim do tipo de curso) é algo que me incomodou um pouco. Fica difícil mensurar seu progresso. Ainda assim gostei muito de poder praticar meu writing semanalmente estando no Avançado, parte que praticamente ficou ignorada no meu aprendizado da língua desde o início.

Ainda tenho o receio de que vir pra um intercâmbio faz mais sentido já tendo uma base na língua, até pra ter o que praticar. Mas se não tiver e quiser vir, vem também porque é possível aprender (só acredito que seja necessário mais dedicação e invariavelmente passar por alguns apertos no dia a dia).

Acho que não preciso repetir sobre como lá conheci pessoas diferentes, de diferentes lugares e com diferentes histórias. Bons professores e normalmente com ótimo senso de humor! Por fim, acho que o balanço é bem positivo mas agora chega de escola por um tempinho, hehe.


Agora é me encaminhar para os últimos dias na cidade...

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Buscando novos rumos (Parte 3, Capítulo 2: E finalmente... aconteceu!)


Continuando a história que parei aqui:

Algumas semanas antes da tal entrevista, numa das minhas intermináveis buscas por emprego no LinkedIn, acabei esbarrando completamente por acaso em uma vaga que fez meus olhos brilharem: Assistente de Gerente de Projetos. Eu sequer sabia que tal cargo existia, e foi um acaso danado eu ter achado essa vaga, pois sempre uso certas palavras-chave nas minhas buscas (que nem continha nessa), e ela apareceu na verdade como uma opção meio escondida de "resultados semelhantes" no site. Pela descrição tudo me interessava: não precisar ter longos anos de experiência nessa área, e ainda começar em um cargo realmente "no início", sem extrema pressão e possibilidade de aprender me parecia perfeito! O "acaso" tratou de colaborar e recebi um convite pra uma entrevista nessa empresa no dia em que estava mofando esperando pra entrevista que citei no post anterior.

Sem nenhuma menção a dress code, Thanks God! Mas claro, liguei pra confirmar lá estava eu indo na semana seguinte pra entrevista na nova empresa, dessa vez em Dublin 15 e de novo longe do Centro. Acho legal destacar, como falei nos posts anteriores dessa "série", o quanto as empresas aqui valorizam o quanto você sabe sobre elas. Estudei MUITO para essas duas entrevistas! Sobre as empresas e os cargos em si. Coisa que nunca precisei fazer no Brasil, e que do contrário certamente levariam todas as minhas entrevistas ao mais completo fracasso aqui.

Lá, novamente pude ter a oportunidade de me expressar e explicar o que sei e o que quero. Acabaram participando a chefe dos gerentes de projetos e mais um cara responsável pela área técnica, uma vez que era curioso pra eles alguém que tenha saído de uma pra ir pra outra (mas é algo bem comum no Brasil, por exemplo). Me senti extremamente à vontade conversando com eles, falamos de tudo num papo bem informal (que eu prefiro MUITO mais). Após mais de uma hora e meia de conversa, me disseram que entrevistariam mais algumas pessoas durante a semana, e que entrariam em contato em breve, deixando aberto inclusive para que eu os contactasse caso não tivesse resposta em tempo hábil.

Após menos de uma semana, recebo um email da empresa: era um convite para a segunda etapa de entrevistas! Fiquei bastante empolgado com o retorno, mas ao mesmo tempo vi que seria algo desafiador: eu deveria avaliar um dos produtos da empresa, criar uma apresentação de PowerPoint respondendo certas perguntas referentes à essa avaliação E apresentá-la para a chefe e mais um gerente de projetos! Confesso que fiquei receoso pois, por mais que eu tivesse conhecimento geral sobre o tema, não me sentia com bagagem suficiente pra avaliar e julgar o que estava correto e o que não estava!

Contextualizando: a empresa é criadora de cursos corporativos de e-learning pesquisa aí no Google se não sabe o que é e, obviamente toda a estrutura do curso tem artefatos técnicos que eu tenho conhecimento. Por outro lado, essa nem era necessariamente a abordagem que deveria ser usada na avaliação, a qual em tese iria conter críticas com relação ao design instrucional, criatividade, engajamento, entre outras. Mas, como a situação era ou me lamentar e desistir (o que eu não faria jamais nessa caso!) ou dar um jeito de aprender sobre o assunto, mergulhei de cara e pesquisei sobre tudo que envolvia esses temas, mesmo tendo pouquíssimos dias pra aprender e criar a apresentação até o momento de realmente apresentá-la.

No final, aprendi certos macetes sobre esse tipo de avaliação, e fui na cara e na coragem determinado a apresentar literalmente meu resultado final. Um pouco nervoso, mas já mais consciente do ambiente da empresa, fui recebido pela "chefe", que foi logo elogiando o meu material (precisei enviar o arquivo anteriormente para que a apresentação fosse preparada no computador da sala de reuniões). Após a chegada da gerente de projetos, comecei a apresentação. A partir daí começou uma sequência até engraçada de intermináveis elogios às minhas observações sério, não tô querendo me gabar!!. Eu já não sabia quais formas de agradecimento eu poderia usar em inglês, mas fiquei bastante contente por ver que eu tinha feito algo certo, mesmo com todas as restrições que haviam pelo caminho. Pude também questionar e entender muito de como funciona todo o processo de criação dos cursos, e o consequente gerenciamento dos mesmos.

Depois de terem me mostrado um produto quase finalizado para um cliente gigante, fiquei ainda mais encantado com a ideia de fazer parte daquilo! Sabe aquele sorriso bobo de ver algo bem feito? Era assim que eu estava quando vi o exemplo que me mostraram. E, sem desmerecer todos os sistemas e projetos que participei na minha vida profissional até então, todos eles foram parte do que chamamos de "sistemas de informação", que basicamente manipulam dados de um lado pro outro. Ter a oportunidade de usar tecnologia para algo tão nobre quando aprendizado só me animava ainda mais!

Após a apresentação e um pouco de conversa, me disseram que entrevistariam mais uma pessoa, e que na semana seguinte teriam a resposta final. (Lembrando que nesse meio tempo lá fui eu pra Londres). Sem querer criar muitas expectativas, mas um pouco ansioso após alguns dias de espera, estava eu no Chinatown almoçando como falei aqui, quando de repente recebo um email com o assunto: Carta de oferta de trabalho! Eu fiquei em estado de choque, e após longos minutos tentando baixar o anexo do email pois não tinha rede direito dentro do restaurante e eles não tinham Wifi, conseguir abrir e ver que de fato era um contrato oficial de trabalho! Eu tinha conseguido! Depois de longos meses insistindo, depois de viagens intermináveis pra Dublin, estudando e me esforçando pra me sair bem nas entrevistas, a recompensa tinha acontecido! 

Na verdade, olhando sobre um aspecto ainda maior, conseguir esse emprego era culminar num processo longo (quem acompanhou os posts iniciais do blog sabe disso), que começou no Brasil há alguns anos quando tive a oportunidade de exercer por um tempo algo que me despertou um interesse enorme. O problema foi tentar durante quase um ano lá encontrar um cargo do tipo, e nada de fato se concretizar (das menos às quase completamente prováveis). Depois disso - e sendo mais um motivo pra resolver dar um tempo lá - , ter vindo pra Irlanda, sem nem muita ideia de arrumar emprego aqui, mas perceber que meu nível de inglês era pelo menos bom o suficiente e, após ter iniciado um curso que eu considerava ser o início do processo pra de fato entrar nessa área, encontro a oportunidade "perfeita" pra me candidatar, e no final ainda consigo ser contratado é mesmo algo demais!

Então é isso: em menos de duas semanas estarei me mudando pra Dublin e iniciando uma nova etapa na minha vida! Tive todo o suporte da empresa até agora pra me auxiliar em tudo que precisei fazer e entender sobre o processo aqui na Irlanda até minha viagem pra Suiça que estava programada pra antes do Natal eles liberaram! S2. Tive ainda a sorte de a empresa já ter alguns funcionários brasileiros, o que facilitou muito no que diz respeito a eles saberem como lidar com alteração de visto e coisas do tipo que poucos lugares de fato sabem como fazer. Sei que vai ser uma mudança enorme na minha vida, e que será quase como se eu estivesse chegando novamente, mas quer saber: essa é uma oportunidade única, e eu vou tentar! Ah, e como vou!

Buscando novos rumos (Parte 3, Capítulo 1: Entrevistas aqui e acolá)


Sequer imaginava que a história que começou aqui e aqui teria mais um capítulo. Mas teve, e essa é razão motivo, causa ou circunstância desse post.

Como citei lááá atrás (há mais de 3 meses), minha busca por emprego esteve ativa durante todo esse meio tempo. Principalmente depois de ter conversado com minha família sobre a real situação do Brasil no momento porque só tomar como verdade o que está no Facebook não me pareceu ser a coisa mais correta, eu fiquei ainda mais motivado. Fico muito triste pela situação como um todo, mas pondo na balança que basicamente me desfiz de tudo que tinha lá pra vir pra cá, tendo vários indícios de que as chances de pelo menos recuperar isso atualmente não estaria muito fácil, só foi motivo pra colocar ainda mais combustível na minha vontade de achar algo pras bandas de cá. Nesse meio tempo foram INÚMEROS emails candidatando à vagas (eu diria sem pensar muito que foram boas centenas de envios), várias, VÁRIAS entrevistas com agências de recrutamento que nunca ou quase nunca deram em nada, até que algo mais concreto aconteceu.

Acabei fazendo algumas entrevistas aqui. Além das por telefone com as benditas agências, uma empresa de software multinacional me chamou pra uma conversa em Dublin há uns dois meses. Acabou valendo bastante para experiência, mas como um todo foi um completo desastre. A vaga era não-técnica, mas talvez até demais (o cargo seria Business Analyst e às vezes o cargo é tão vago quanto o nome, e eu basicamente precisaria ficar manipulando macros do Excel). O mais engraçado é que apesar de eu ter mandado no formulário de inscrição que eu precisaria de apoio pro processo de visto, a pessoa que me selecionou provavelmente não viu esse detalhe, e no meio da entrevista eu e as entrevistadoras acabamos percebendo isso, já que eu comentei que precisava, e elas disseram que a empresa não fazia isso normalmente. Me senti meio deslocado logo ao chegar, pois senti que acabei não me vestindo de uma forma completamente formal para o ambiente (que eu desconhecia e que não fui informado), enfim, muita coisa errada! Acabou não rolando mesmo...

Meses depois, e depois de já começar a pensar em desistir uma grande empresa da área financeira (que eu já tinha participado em um processo pra uma vaga antes e que não tinha dado em nada) me chamou pra uma entrevista mais ou menos pro mesmo tipo de vaga da anterior, e finalmente foi conseguida através de uma agência. Mas esse pessoal é tão ruim de serviço que o gentleman me disse que me inscreveria em uma vaga, e só soube que era outra no caminho pra Dublin! A empresa comunicou que possuía um ambiente casual, mas que eu deveria ir vestido de uma maneira "formal" claro que tive que ir atrás do que isso significava. Sim, significava ter que ir de terno e gravata. E sim, claro que eu não tinha trazido nada disso do Brasil!

Lá fui eu junto com alguns amigos rumo à Penneys, pra fazer a compra completa: terno, calça, gravata, camisa social e sapato. Aliás, novamente preciso fazer uma observação sobre a gentileza irlandesa: nós estávamos completamente perdidos, já que a numeração dessas coisas aqui é diferente eu mal sei a do Brasil, e ainda tinha que preocupar se tudo combinava e se estava suficientemente formal. Foi aí que foram surgindo funcionários da loja, um após o outro, ajudando com tudo que se pode imaginar: enquanto um tinha ido buscar outra numeração de sapato, o outro dava nó na gravata, e outro buscava uma camisa que combinasse mais com o terno! Tinham umas 5 pessoas me ajudando! Vivo (como vários estrangeiros que já conversei, inclusive) uma relação de amor e ódio com irlandeses, mas esse é mais um exemplo de que não devemos olhar só pra nacionalidade, e dar graças a Deus que existam boas pessoas em todo o canto as más e estranhas a gente tenta ignorar.

Voltando ao assunto, fui pra entrevista no dia seguinte. Após a viagem (saindo de Galway), precisei de por volta de uma hora de Luas o bonde "fofinho" de Dublin <3 pra chegar em Dublin 24. A empresa, que ficava no meio do nada num "parque tecnológico", me deu um pouco de canseira pra ser encontrada. Após uma hora de espera cheguei cedo just in case, conversei com dois responsáveis pelo setor. O projeto era grande e exigiria um pouco de conhecimento em uma área que eu não dominava, mas particularmente não achava isso um problema enorme. A empresa, que no momento tinha por volta de 300 vagas abertas, já era conhecida por fornecer o visto de trabalho, então isso não parecia ser um grande problema. Saí contente de lá, pois após mais de uma hora de conversa, tive aquela sensação de alívio de pelo menos ter dado "o meu melhor". Pude explicar sobre a minha experiência e meus objetivos e o inglês não pareceu ser um problema.

Após ter aguardado por volta de duas semanas por alguma resposta e ter questionado por algum posicionamento ao cara da agência, do qual eu espero resposta até hoje, recebi um daqueles e-mails automáticos de agradecimento. Mas pra ser sincero, nem liguei muito, pois algo ainda mais legal estava acontecendo...

Continua...

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 3


No terceiro dia, saímos após o café da manhã depois das meninas se atrasarem pra se arrumar. Mulheres! em direção ao British Museum, considerado um dos maiores do mundo (ele possui por volta de 8 MILHÕES de objetos históricos). Após usarmos o fantástico metrô novamente, precisamos andar apenas alguns minutos até encontrarmos a entrada principal. Mesmo por fora ele é gigante, e é até diferente o contraste daquela construção enorme no meio da cidade. Como novamente não teríamos todo o tempo do mundo, já que o plano era encontrar o Paul e almoçarmos em Camden Town, já chegamos lá sabendo que não ia dar pra ver tudo.

O mais legal do British Museum é que ele tem salas que contam com artefatos históricos de todo o canto do mundo, e não só da Europa! Ao longo da sua enorme extensão é possível encontrar salas a respeito da África, China, México, Estados Unidos e outros vários países, além de toda a riqueza histórica do Egito e arredores, Grécia, Roma e inúmeras épocas na Europa (com direito a uma sala só sobre relógios, e outra que conta a história do dinheiro, por exemplo. SUPER LEGAL!).

Não cheguei a confirmar, mas tenho a impressão de que ele tem mais ou menos a mesma dimensão (ou pelo menos quantidade de coisas a se visitar) dos Museus do Vaticano, ou seja, o ideal era gastar quase que um dia só lá (ou no mínimo umas 4 horas). Gastei um pouco mais de duas pois era o que eu tinha disponível. Acabei vendo bem mais coisa do que imaginei, mas muita coisa foi na correria, e obviamente ainda faltaram alguns locais pra visitar.

Saindo de lá, seguimos para a região mais recomendada por todas as pessoas que dão dicas sobre Londres, especialmente as que já moraram ou moram lá: Camden Town. Apesar de não ter uma fama super turística, o lugar conhecido por seu cenário e público alternativo me deixou bem curioso desde o início (essas recomendações quase unânimes sempre me interessam).

Chegamos lá (usando o magnífico metrô) já com bastante fome, e após uma volta em um mercadinho de souvenir, encontramos um restaurante chinês com buffet e preço super em conta sim, comida chinesa de novo! Tô falando que essa foi a minha maior viagem asiática na Europa não é à toa, rs. Honramos o anúncio "coma o quanto puder" e saímos de lá após gastarmos um bom tempo com a comilança. Por conta de diferenças nos roteiros, iríamos nos separar novamente, mas antes disso resolvemos ir juntos ao Primrose Hill, um vale que proporciona uma vista linda por boa parte de Londres (e que foi palco de algumas cenas da nossa série preferida: Sense8 é muito boaaaa! O que você está esperando pra ver?!)

Após uma caminhada - e sem tempo pra irmos ao The Regent's Park que ficava em frente :(, ficamos admirando a paisagem e tirando algumas fotos no topo do vale, que estava bem movimentado principalmente considerando o frio que fazia.

Nos separamos de dois amigos que foram pra outra galeria de arte e voltamos pra Camden. Queríamos comprar alguns souvenirs, e gastamos horas num sobe-e-desce na avenida principal (cheia de lojas de "lembrancinhas" que uma amiga brasileira comparou à 25 de Março, em SP, rs). Eu já sabia que lá também era um lugar famoso por ter sido onde a Amy Winehouse viveu, e tendo um amigo alucinado por ela, resolvi procurar um mimo pra ele. O problema é que nessa parte principal era algo realmente mais pra" souvenir turístico", e até eu aceitar me dar conta disso, foram umas três horas andando feito barata tonta!

Depois de praticamente desistir da Amy (já sem entender como a região famosa pela moça não tinha nada a respeito dela), dei uma googlada e descobri que a poucos metros de onde eu estava havia uma estátua dela! Junto dos meus pacientes amigos, rumamos em direção a entrada de um mercado, e ali sim descobri porque falavam que aquele era um lugar legal. Há uma sequência de pelo menos 3 mercados interligados, com TODO o tipo de lojinhas. De coisas artesanais (onde finalmente achei o presente) a comida, roupas de todos os tipos, enfim, algo gigante e inesperado.

Lá foram mais algumas horas numa caçada à estátua, quando cruzamos os mercados, nos perdemos várias vezes e por fim encontramos o monumento da moça Alex, você me deve essa!. A estátua - que acredito eu, representa o tamanho real dela - mostrava Amy baixa e magérrima, mas parece fazer relativo sucesso, pela quantidade de turistas que vemos tirando fotos dela (apesar de não ter NENHUMA sinalização sobre onde ela está localizada).

Depois do dever cumprido e de ter respirado a maior concentração de maconha da minha vida, voltamos pra acomodação. Enquanto Claude foi encontrar alguns amigos coreanos que moravam em Londres, Paul foi assistir mais um musical, e eu, na loucura de andar por Camden perdi a hora e não pude ver mais um tristeza eterna por não ter ido ver o musical do "American Idiot".

Resolvemos voltar a Victoria Station pra devolver nossos Oyster Cards e pegar o dinheiro de volta, mas a surpresa foi que precisaríamos esperar 48h após a compra pra fazer isso! Fiquei encafifado pois na hora que compramos não vi nada do tipo, mas os senhores responsáveis por informações naquela hora foram ríspidos não muito amigáveis e disseram que não poderiam fazer nada, já que voltaríamos pra Irlanda nas primeiras horas da madrugada do dia seguinte (o que não completaria 48 horas). Então fica a dica pra você que ouve que a melhor opção pra transporte em Londres por três dias é comprar o Oyster Card: compre-o no primeiro dia, mesmo que não o use! Não faz diferença e evita dor de cabeça (apenas esclarecendo, demos sorte que o Paul ficaria mais um dia na cidade e quebraria esse galho pra gente).

Assim, depois de passar num Subway e comprar algo pra comer com um engraçado atendente com cara e sotaque do Oriente médio mas que jurava ser do Japão, voltamos pra casa pra dormir algumas horas até levantar às 4 da manhã rumando pro aeroporto de Standsted, que nos levou pra Irlanda, na cidade de Cork (falo sobre isso depois).

Achei Londres enorme (realmente enorme) e o mais interessante pra mim foi que apenas lá eu pude enxergar de forma materializada o estereótipo que eu tinha da Europa como um todo, quando ainda estava no Brasil. Mesmo não sendo tão diferentes assim dos irlandeses mentira, acho os irlandeses mais bonitos, senti em Londres uma aura de país rico, bem estruturado, limpo e seguro, onde tudo funciona e as pessoas estão sempre bem vestidas (sim, claro que isso é um enorme estereótipo e que não é verdade 100% do tempo ou em 100% dos lugares). Não é um lugar com "uaus" a cada esquina, mas ainda assim é fantástico. Ainda que não encha completamente os olhos de todo mundo, eu recomendaria, afinal Londres é Londres e vice-versa, haha!

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Pé na estrada: Londres - Parte 2


No segundo dia, após tomarmos café fomos direto para os pontos turísticos principais, pois segundo um amigo não estaríamos oficialmente em Londres até ir pra lá. No caminho, passamos novamente pelo Palácio de Buckingham, onde alguns soldados que faziam a guarda da entrada principal ficavam se revezando em seus posicionamentos.

Desde o início não animamos a assistir a troca da guarda por motivos de: preguiça, mas ter visto isso, enquanto eles andavam REALMENTE como bonecos já valeu a pena. Passamos pelo Saint James's Park, que fica logo após o palácio. A atmosfera de outono estava presente e deixou tudo lindo, além de termos visto alguns esquilos quero.

Após darmos alguns passos, encontramos o anfitrião: Big Ben. Esse foi um daqueles momentos em que você para e simplesmente pensa: Nossa, olha onde eu estou! É tudo lindo, a torre do relógio, as casas do parlamento, o rio Tamisa só seria mais bonito se o clima ajudasse e estivesse menos nublado, mas não se pode ter tudo, né?. Depois de fotos tentando enquadrar as famosas cabines telefônicas e os monumentos, cruzamos o rio e fomos em direção à London Eye.

Novamente devido a nossa restrição de orçamento, não tivemos voltinha na roda gigante, mas deu pra ver sua imponência e beleza. Tem gente que acha um pecado "eliminar" esse tipo de coisa do seu roteiro, mas pra mim fazia muito mais sentido realizar meu sonho de ir em um musical do que brincar de roda gigante, mas cada um sabe o que faz com seu dinheiro e tem suas preferências, não é?

Saímos de lá em direção à estação Waterloo, que nos levasse ao que chamamos de "zona dos museus" (não sei se há um nome específico pra lá). Em uma parte da cidade ficam localizados os museus Victoria and Albert Museum, Natural History Museum e o Science Museum.

E aqui começa o que mais me encantou em Londres: os metrôs. Não houve monumento que me deixasse mais de boca aberta do que o tamanho e a eficiência do metrô de Londres, conhecido por ser o mais bem estruturado do mundo. Após comprarmos o ticket que nos daria direito a andar ilimitadamente por 2 dias na cidade (Oyster Card, que também permitia usar os famosos ônibus londrinos), levamos alguns minutos pra entender como funciona mas daí pra frente foi só alegria. Pra dar uma idéia de como as coisas funcionam, esses três museus tem entradas praticamente de dentro da estação, que possui verdadeiras ruas internamente, além dos famosos artistas tocando em busca de alguns trocados.

Como os gostos e interesses são diferentes, fomos os meninos pra museu de ciência, e as meninas pro de história natural. O problema é que não tínhamos muito tempo, pois a idéia era visitarmos um deles e irmos pra região de Soho almoçar, e logo depois irmos pra bendita visita guiada na National Gallery. Gastamos menos de duas horas lá, e o museu é bem interessante, com áreas cobrindo diversos temas, como astronomia, invenções e ciências biológicas. O chato é que não conseguimos ver tudo, pois não deu tempo :(

Pegamos o maravilhoso metrô e fomos pro Soho, uma região com cara de centrão. Acabei seguindo a vontade do pessoal e todos almoçamos no Chinatown, subregião reservada a restaurantes e mercados asiáticos. De forma completamente aleatória, esse lugar vai ficar marcado pra sempre na minha memória, mas isso é assunto pra outro post. Saímos de lá correndo, a tempo de pegarmos a visita guiada na galeria.

Na verdade essa visita não era (e não é) extremamente necessária, mas fiquei ficamos meio que no trauma por conta de alguns locais que visitamos na Itália e que não entendemos. Resumindo: a galeria é enorme, linda (tô descobrindo que gosto mais desse lance de pintura do que pensava. Não entendo nada de técnica, mas acho tudo tão lindo! S2). O problema é que uma hora é obviamente muito pouco pra ver tudo (eles já tinham mencionado que o objetivo era visitar as mais "famosas e importantes obras") e acho que pra ver bem precisaria de umas 3 horas, mas valeu a pena e quero voltar.

Saímos de lá às pressas de novo. No dia anterior acabamos não conseguindo, por questão de horários incompatíveis, pegar um walking tour pela" área principal" de Londres, mas naquele dia descolamos um chamado "Old City Tour". Corremos pra chegar a tempo parênteses necessários pra dizer que vimos uma raposa em um parque que cruzamos no caminho e chegamos em cima da hora. O guia, finalmente com um inglês realmente claro de se entender pros nossos padrões, foi super simpático, e o passeio que a princípio parecia não prometer muito, foi super interessante, explicando vários pontos da história do surgimento de Londres, antigos reis e Cavaleiros Templários. Além disso, visitamos inúmeros locais e monumentos como a Basílica de São Paulo, a London Bridge, a London Tower e o Shard. Foi o melhor walking tour que já fiz, opinião compartilhada pelos meus amigos.

À noite os meninos decidiram assistir o musical do Rei Leão, e os de menor poder aquisitivo como eu acabamos dar uma volta pelos pontos turísticos "principais" e ter a visão noturna deles. parênteses pra deixar registrado que antes de ir pra lá ficamos girando por meia hora perto da London Tower pra achar um banheiro enquanto minha bexiga quase literalmente explodia, e ainda precisei pagar 30 pence pra entrar no banheiro público.

Como já é de se imaginar, à noite é tudo novamente lindo. Dessa vez com mais tempo, podemos cruzar toda a região do parlamento, e a famosa Westminster Abbey, igreja que celebra casamentos reais desde 1100 e que recentemente foi palco da união do príncipe William e da então senhorita Middleton. Acho importante destacar o quanto me senti seguro andando por volta desses lugares, quando já era por volta das 23hs. Tudo bem iluminado, com pessoas andando pra cima e pra baixo (sempre muito elegantes por sinal). Sei lá, eu sou muito medroso, mas de novo é o tipo de comparação que fico triste ao pensar no Brasil.

Acabamos nossa noite voltando pra casa no ônibus vermelho de dois andares (que são muito parecidos com os de Dublin, mas já que já havia pago, fui desfrutar do glamour transporte). E ainda havia mais um dia de Londres pela frente. 

Continua...